Por Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R. Em Espiritualidade Atualizada em 29 OUT 2019 - 11H09

Festa de Todos os Santos: o povo de Deus é santo

A oração da missa dá a razão da festa: “Celebrar numa só solenidade, os méritos de todos os santos” (oração). Só alguns santos são lembrados no Ano Litúrgico.




A Igreja reconhece, com este momento celebrativo,
a santidade de todo povo de Deus, da “imensa multidão de gente vinda de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9). Salvos por Jesus Cristo, “vieram da grande tribulação e lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro” (Ap 7,14). Subiram a montanha do Senhor, “porque têm mãos puras e inocentes o coração” (Sl 23). “Festejamos a cidade do Céu… onde nossos irmãos, os santos, vos cercam e cantam eternamente vosso louvor” (Prefácio).

Celebrando os santos, adoramos e admiramos a Deus, pois só Ele é Santo (Pós-Comunhão). Podemos encontrar santos nos céus, pois sabemos que a santidade se constrói na terra. Se é festa de Todos os Santos, é porque o povo de Deus é Santo. São Pedro chama de “nação santa”, como já proclama Deus no livro do Êxodo (Ex 19,6 – 1Pd 2,9). É santo porque Deus o escolheu para si, mas é santo também porque vive o caminho ensinado por Jesus nas bem-aventuranças. Elas resumem em si o que é necessário para viver como Jesus viveu.

Não há santidade onde não existe a sede de Deus e o desejo do ar do Espírito


Este texto é o retrato falado de Jesus, que vivia deste modo. Podemos perceber que as bem-aventuranças traduzem bem a vida dos que são simples para Deus e para o povo. Não há santidade onde não existe a sede de Deus e o desejo do ar do Espírito. O exemplo de Jesus se manifesta na misericórdia, que é mansa, humilde, preocupada com os outros, promotora de paz e forte no sofrimento pela justiça.

Filhos amados


João, em sua carta, nos ensina que Deus nos fez o grande presente de nos chamar de filhos, e de fato somos. Sendo filhos, temos a vida de Deus. Se agora já se manifesta de modo tão maravilhoso, imaginemos o que será quando Cristo se manifestar em sua Glória. A santidade dos filhos, recebida do Pai que os adotou em Cristo, se manifesta na coerência de nossa vida com os ensinamentos de Jesus. É uma resposta de amor ao Amor Divino.

Todos os filhos de Deus são chamados a viver na santidade. Esta santidade existe onde se pratica o bem e se vive na justiça. Nessa multidão há gente nossa. Há gente que viveu longe da Igreja, sem nunca ouvir falar de Jesus, mas foi visto e amado por Deus. Soube amar e ensinou a verdade que lhe era ditada na consciência. A santidade não pode ser de capa, que disfarça nossa realidade pecaminosa. Mesmo sendo pecadores, podemos crescer em santidade, aprendendo a voltar a Deus depois de pecar.

Nossos intercessores

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Participamos da Vida de Deus e de sua preocupação para com todos os que necessitam de Seu amor e de Seu socorro. São Paulo nos ensina, na 1ª Carta aos Coríntios, que formamos a Igreja como membros do Corpo de Cristo, cada um em sua função. Diz: “Se um membro sofre todos compartilham seu sofrimento. Se um membro é honrado, todos os membros compartilham sua alegria” (1Cor 12,26).

Quando um membro do corpo está doente, todo o corpo sente e converge a energia para a cura do frágil. Participamos da vida de Cristo que é salvador e intercessor (Hb 7,25). Assim, podemos dizer dos santos: “Contemplamos tantos membros da Igreja que nos dais como exemplo e intercessão” (Prefácio).

Como podemos rezar uns pelos outros na terra, podemos mais ainda nos céus, onde viveremos unidos ao Cristo Mediador e Intercessor. A caridade de Deus se manifesta em Seus santos. Entre estes santos brilha a Virgem Maria, que em Cristo é a primeira.

Leituras: Apocalipse 7,2-4.9-14;Salmo 23; 1João 3,1-3; Mateus 5,1-12

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