Espiritualidade

O que os santos juninos podem nos ensinar nesta pandemia?

Gilberto Cunha (Sodalícios)

Escrito por Gilberto Cunha

25 JUN 2020 - 10H55 (Atualizada em 09 JUN 2021 - 15H55)

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Os santos juninos sempre estiveram presentes na minha vida. Poderia dizer que, de certa forma, foram o motivo de eu estar no mundo. Meus pais se conheceram numa festa junina, no dia de São João. Fui batizado na catedral de São João Batista, em Niterói. São Pedro e São Paulo são amigos meus de longa data.

Como ainda estamos no meio da pandemia, queria propor ver os santos juninos de uma forma diferente. Vermos aspectos de suas vidas, algumas virtudes, para que encontremos neles ânimo para vivermos este tempo da melhor forma que pudermos.

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O primeiro deles, Santo Antônio, tem tudo a ver com este tempo. Era frade agostiniano e, pouco tempo depois, muda para os franciscanos, animado pelo testemunho de cinco frades que haviam sido degolados pelos muçulmanos no Marrocos. Pouco tempo depois, ele próprio é enviado em missão para Marrocos.

Seu desejo era dedicar toda a sua vida a esta missão, porém, os seus planos mudam: pouco tempo depois, adoece gravemente e precisa retornar para Lisboa. Enviado depois para a Itália, os frades franciscanos descobrem um grande dom deste santo: Antônio era grande pregador e mestre espiritual. Vale lembrar que é um dos Doutores da Igreja.

Logo após a morte de S. Francisco, muda-se para Pádua, cidade em que se torna ainda mais conhecido por suas pregações e fama de santidade. Atrai milhares de pessoas e realiza muitos milagres. O seu famoso pão e sua fama de casamenteiro têm origem em outra de suas grandes virtudes: uma grande caridade para com os pobres. Acredito que este tempo nos convida a sermos mais solidários com os que estão sofrendo mais com esta pandemia.

Quis contar um pouco sobre a vida deste santo para dizer a vocês o seguinte: às vezes, nossos planos podem mudar, por razões que não estão no nosso controle, mas Deus pode realizar coisas maiores ainda, se estamos com o coração aberto a Ele.

Shutterstock
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São João Batista
nos dá outra lição fundamental para este tempo: com humildade, abrir espaço para que Deus seja o protagonista de nossas vidas. Ele teve a missão de ser o precursor de Jesus. Quando chega Jesus, rapidamente abre espaço para que Ele leve adiante a sua missão: “é necessário que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30). Estou dando neste tempo mais espaço para Jesus em minha vida?

Puxa, mas às vezes é difícil! Perco a paciência e me faltam muitas vezes forças para continuar! Olhemos para São Pedro: traiu gravemente a Jesus, mas não perdeu a esperança e recebeu de Jesus o perdão e a chance de recomeçar.

Peter Paul Rubens/ Twitter Museu do Prado
Peter Paul Rubens/ Twitter Museu do Prado
São Pedro e São Paulo


Sabemos que ele recebeu de Jesus a missão mais importante do grupo dos Doze: apascentar as suas ovelhas e ser o nosso primeiro Papa. (cf. Jo 21,15-17).

Finalmente, lembramos do santo que celebramos no mesmo dia de São Pedro: São Paulo. Uma das grandes colunas da Igreja, é o mestre da mudança de planos e do enfrentamento das adversidades, sempre com o “olhar fixo no Senhor” (Hb 12,1).

Que os santos juninos nos acompanhem neste tempo e que nunca percamos de vista o que é essencial em nossas vidas!

Escrito por
Gilberto Cunha (Sodalícios)
Gilberto Cunha

Leigo consagrado no Sodalício de Vida Cristã. Graduado em Filosofia e Teologia. Uma de suas principais áreas de atuação é a formação na fé de jovens e adultos, através de grupos, cursos e artigos.

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Por Redação A12, em Espiritualidade

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