Espiritualidade

Qual o legado das nossas ações na vida dos outros?

José Duarte de Barros Filho

Escrito por José Duarte de Barros Filho

23 AGO 2021 - 09H59 (Atualizada em 23 AGO 2021 - 10H29)

Não nos iludamos: tudo o que fazemos nesta vida é importante diante de Deus, e para a nossa salvação. Ora, a maior prova concreta que damos ao Pai de nosso amor a Ele e ao próximo, o que resume, segundo Jesus, todos os Mandamentos (cf. Mt 2,40) é, justamente, o testemunho das nossas ações. Em termos simples, o nosso exemplo de vida.

Leia Mais"Hoje precisamos mais de testemunho do que do Evangelho impossível", diz PapaNão basta conhecermos a Deus, a Sua Doutrina, todos os ensinamentos da Igreja, se não os vivemos na prática do dia a dia, aplicados concretamente não apenas nas grandes decisões, mas igualmente nos minúsculos afazeres do cotidiano.

Nossa Senhora era simples dona de casa e, numa época e cultura onde a mulher não era nem sequer valorizada socialmente, como hoje.

E, no entanto, diz Dela São Luís Maria Grignion de Montfort, na sua obra Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Maria:

“… Ela deu mais glória a Deus pela menor de Suas ações, por exemplo, fiando na sua roca, dando um ponto de agulha, do que um São Lourenço estendido na grelha, por seu cruel martírio, e mesmo que todos os santos, por suas mais heroicas ações (…), Ela deu mais glória a Deus que todos os anjos e santos reunidos e como eles jamais deram nem poderão dar.”*

Isto significa que a absoluta pureza de Maria, o Seu “sim” pleno a Deus, tornou todos os Seus atos e pensamentos e desejos conformes à vontade do Pai, de tal forma que, em qualquer das Suas ações, não existe o menor vestígio de orgulho, egoísmo, inveja, interesse, mas única e absolutamente o amor e entrega totais de Si mesma à vontade do Criador.

Ora, Maria é o exemplo da criatura perfeita, e nós, criaturas de Deus e igualmente Seus filhos, devemos imitá-La. Certamente, não temos as mesmas graças com que Deus A cumulou – mas também não a Sua mesma responsabilidade e indizíveis sofrimentos… para cada um, Deus dá uma missão e as graças e dificuldades correspondentes, de forma perfeitamente justa.

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O essencial a se entender é que, nem o menor, mais íntimo e pessoal gesto ou pensamento, desejo ou ação nosso é indiferente. Cada qual tem consequências espirituais e infinitas diante de Deus, para a nossa salvação, a qual é definida pelo legado que deixamos ao próximo.

Leia MaisPapa: ‘O testemunho cristão se faz com a palavra e com o coração’O que fazemos e dizemos, o exemplo que damos, que por sua vez dependem do que sinceramente  desejamos nos nossos corações (e que não pode ser escondido de Deus), nas nossas vontades e mais profundas intenções, isto é o que deixamos para os outros. Estes exemplos irão, necessariamente, influenciar todas as outras pessoas, a começar pelas mais próximas, em casa, na família. Grande responsabilidade, que não devemos ignorar.

Quanto mais purificarmos o que de fato temos na alma – de preferência com a ajuda de Nossa Senhora! - mais glória daremos a Deus e mais bem faremos a todos, a começar pela nossa própria salvação.

*MONTFORT, SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE. 1987. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Petrópolis, Vozes, 15a ed., 320 p. [:215].
Nota: Este é um livro essencial para o conhecimento e devoção à Nossa Senhora, Aquela por quem, única e necessariamente, chegamos a Deus; nenhum católico deveria deixar de conhecê-lo em alguma etapa da vida, se possível.

Escrito por
José Duarte de Barros Filho
José Duarte de Barros Filho

Biólogo, PhD em Zoologia pela UERJ, Pós-Graduado em Ensino Religioso (UCP), e integrante do Movimento de Vida Cristã, onde atua principalmente nas atividades do Centro de Estudos Culturais.

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Por Redação A12, em Espiritualidade

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