Esses versos escritos por Edith Stein mostram com que força a Luz de Deus, o amor eterno do Senhor, entrou nessa alma santa.
Edith Stein, ou Santa Teresa Benedita da Cruz, como é conhecida depois de entrar para o Carmelo, é uma santa que tinha um desejo muito grande de conhecer a verdade e, por isso, se dedicou muito à Filosofia.
No meio dessa busca, ela se encontrou com a Verdade com letra maiúscula. E descobriu que essa Verdade tem um nome: Jesus Cristo. E conhecendo o sentido da sua vida, se entregou totalmente a Ele.
Ela descobriu que «Quem procura a verdade, consciente ou inconscientemente, procura a Deus», como ela mesmo escreveu a uma freira beneditina. E essa busca de Deus a levou por muitos lugares.
Em Breslau, onde vivia, começou a estudar Psicologia, mas ao ler uma obra de Husserl, fica tão fascinada com essa Filosofia que decide deixar a carreira e a casa materna para estudar em outra cidade da Alemanha.
Ela era muito boa e rapidamente se destacou. Nesse tempo também, percebeu que tinha alguns preconceitos com a fé e, pouco a pouco, foi se abrindo a ela. Quando começa a Primeira Guerra Mundial, ela volta a Breslau e faz um breve curso de enfermagem para ajudar em um hospital.
Mais tarde, em 1917, morre seu professor mais querido e o testemunho cristão de sua mulher frente a esse acontecimento questiona bastante Edith Stein, que passa por uma crise interior muito grande. Como consequência disso, ela começa a estudar mais a fundo a pessoa humana, tema a acompanhará durante o resto da sua vida.
Ela finalmente abraça a fé em 1922, quando recebe o Batismo e a Crisma. E, desde então, buscaria a resposta para a pergunta sobre qual era a sua vocação. No entanto, seu diretor espiritual a aconselha a não entrar em nenhuma ordem religiosa ainda, porque tinha muito que dar, como leiga, ao mundo.
Então, ela passa a ser professora de História e de Alemão e a dar muitas conferências filosóficas. Porém, com o crescimento da perseguição dos judeus, ela percebe que não tem muito futuro como filósofa de origem judia que era. Ela até pensa em migrar para a América do Sul, mas acaba se decidindo, agora sim, pela vida religiosa no Carmelo.
Em 1933, Edith Stein entra na vida religiosa e, quando perguntaram por que ela tinha entrado no convento, responde: “O que nos pode ajudar não é a atividade humana, mas o sofrimento de Cristo. Participar dele é o meu desejo.” Com certeza essa frase teria o seu cumprimento alguns anos mais tarde, quando é perseguida pelo regime nazista.
Como ela mesmo diz, ela “se sentiu totalmente em casa no Carmelo”. Ela estava sempre bem humorada, solta, contente. A irmã Teresa Benedita da Cruz, como era conhecida agora, trouxe muita alegria para o convento e para suas irmãs de comunidade.
Porém, pouco depois dos seus votos perpétuos, em 1938, percebe que a sua presença no convento é uma ameaça a vida de suas irmãs, por sua origem judia.
Por isso, consegue ir para um convento na Holanda. Mas a Holanda também foi invadida pelo regime nazista e, em agosto de 1942, todos os judeus católicos foram presos e deportados. Ela passa por alguns campos de concentração até chegar em Auschwitz, onde foi assassinada, provavelmente no dia 9 de agosto de 1942, nas câmaras de gás.
Como nos lembra São João Paulo II, na homilia de canonização de Santa Tereza Benedita da Cruz, “a Santa ensina-nos que o amor a Cristo passa através da dor. Quem ama verdadeiramente, não se detém diante da perspectiva do sofrimento: aceita a comunhão na dor com a pessoa amada.”
Quando estamos no Amor de Deus, nenhum sofrimento é tão grande que não possa ser suportado junto à Cruz de Cristo, que nos fortalece. Que hoje possamos aprender com essa santa a nunca nos deixar vencer pelo cansaço na busca pela verdade. E que também, como ela, nos entreguemos completamente à Verdade que é Jesus.
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