A vida como descoberta. A vida como construção de si mesmo, ajudado. Precisamos que nos ajudem a perceber quem somos. Perceber a si mesmo(a) como criatura de Deus: o dom de viver, Dele recebido. Ele é a fonte primordial de EU existir. Há em nós algo Dele. E Ele nos quer junto a si, eternamente vivos. Essa percepção de fé leva-nos a uma nova coragem de ser, de existir e conviver. Coragem para um evoluir crescente e, assim, desfrutando de autoconfiança.
Cito o poeta místico Khalil Gibran: "Sou viajante e navegador. Todos os dias descubro um novo continente nas profundezas de minha alma". Ah, as profundezas de nosso SER! Que subjetividade é essa que não se contenta com a superfície da vida, das coisas e das pessoas? Seu caminho é a solitude.
Há uma profundidade a ser descoberta. Precisamos de calma, silêncio, pausas: SOLITUDE, para ter de si consciência real de que sou mistério, pois venho de Deus, e de como pauto minhas atitudes. Sou pessoa única, com capacidades, limites, ingenuidades a superar. Posso me fragmentar sem construir minha unidade, e então, fácil será perder a autoconfiança.
A autoconfiança é filha da autoestima. As duas tornam o viver cheio de encantos do tamanho da própria verdade como pessoa. A autoconfiança, filha da autoestima, nos faz valorar a solitude. Nada a ver com solidão ou sensação de abandono.
A solitude é pausa na pressa, é tempo dado a si mesmo para interromper a velocidade de emendar coisa com coisa, sem parar. Interromper a velocidade de relacionamentos devoradores, pois somos ansiosos por estar cercados de outras pessoas. Pausar recriando-se a sós, cuidando de si. Revisando-se.
Precisamos de tempos curtos e outros maiores. A sós a meditar, a dar-se conta do caminho andado e verificar se esta direção e estes comportamentos são os desejados. Sim, tempo também para falar com Deus, prosear com Ele sobre o próprio viver, sem que o EU esteja sendo levado...
Leia MaisAjudar a si mesmo(a): relatos para crescimento pessoalEstes tempos a sós consigo, sem sentir-se perdendo tempo, isolado ou abandonado, liberta-nos de precisar demasiadamente dos outros e das coisas e das tarefas. Sim, somos relação, relativos aos outros e às obrigações, mas sem cair nas dependências. Seriam autodestrutivas tais amarras.
Quem aprecia, põe preço no seu direito à solitude. Coisa do apreço. Quem de nós não necessita digerir decepções ou mágoas ou vencer medos ou até ódios, ruminações vingativas? Solitude é, a seu modo, purificar raízes de nosso sentir e atuar. Faz-nos bem agora recordar uma frase que por anos andava em placas de caminhões: "Mãe tenha distância". Bela ambiguidade sonora da linguagem! Sempre linguagem de vida. Desprezar a solitude é desprezar a si mesmo(a)!
A solitude nos leva a revitalizar a autoestima. Por sermos únicos, também desejamos participação e comunhão. Criamos laços de parcerias, amizades. Amor companheiro e, no entanto, por vezes, padecemos mais dificuldades relacionais em casa: a proximidade parece irritar-nos e, com frequência, cometemos desatinos relacionais.
“Mãe tenha distância” clama: mantenha distância de se seus ímpetos em casa. Recrie, então, o diálogo. Se preciso, saiba pedir perdão e dar perdão. São posturas advindas da solitude, em vista de construir harmonia face a desacertos. Não há ética sem tempo para pensar e repensar, revisando modos, valores e condutas. Então, posso me aperfeiçoar. Cresço em autoestima e confiança, em mim e nos outros.
A solitude é parte da autenticidade cristã que consiste em luminosa autoconfiança, irmã gêmea da confiança no Deus, que Jesus nos mostrou e a quem servimos: o Pai Nosso que nos potencia para a fraternidade e para a paz de cada dia. Experimente responder assim, no repente, a esta indagação:
"- Cremos em nós mesmos, para crer em nós como Deus aposta em nós?"
Crer é confiar. Quem confia, se alegra com os desafios da vida. Vibra. Aposta. Segue adiante, renovado.
Queira Deus, leitora e leitor, que sua autoconfiança esteja enraizada na confiança que Deus tem em você. Ele, o Pai Nosso. Veja lá: sem solitude, este descanso a sós, somos infelizes no que dizemos e fazemos.
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