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História da Igreja

A Igreja e o Novo Estado Brasileiro: Transformações e Desafios (1808-1930)

Pe Jose Inacio de Medeiros

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

26 AGO 2013 - 16H18 (Atualizada em 19 SET 2024 - 10H21)

História da Igreja no Brasil — II

No primeiro artigo, tratamos da História da Igreja no Brasil, enfocando, sobretudo, os fatos mais relevantes da sua primeira época, ou seja, do período que abarca os séculos iniciais de nossa história, naquele tempo chamado de Cristandade Colonial.

A segunda época, ou segunda fase da História da Igreja no Brasil, corresponde ao período que vai de 1808 até 1930, quando teremos a Formação do Novo Estado Brasileiro e, com isto, a criação de uma Igreja de marcas e características brasileiras.

2ª Época

A formação do novo estado brasileiro (1808 – 1930): Em 1808, a família real portuguesa foi obrigada a deixar o seu país e fugir para o Brasil.

Naquele tempo, Portugal era quase que totalmente dependente da Inglaterra, sendo que a maior parte de nossas riquezas saia do Brasil, passava por Portugal e desembarcava na Inglaterra. Podemos dizer, sem medo de errar, que foi o ouro e a riqueza do Brasil que custeou, em boa parte, a Revolução Industrial e o desenvolvimento da Europa.

Como Portugal era aliado da Inglaterra, que por sua vez estava em luta com a França, para fugir das tropas do General Napoleão Bonaparte, o Rei, Dom João VI, toda a família e a corte portuguesa deixam o reino e, protegidos pelas naus da esquadra inglesa, aportam no Brasil depois de quase dois meses de viagem.


Montagem Rafael Camargo/A12
Montagem Rafael Camargo/A12
Dom Pedro I

Situação política do Brasil no Século XIX

Quando a família real portuguesa aqui chegou, a cidade do Rio de Janeiro precisou ser preparada para acolher as muitas famílias que para cá vieram.

Depois disso, a situação política do país foi se modificando e o Brasil passou sucessivamente pelas seguintes condições políticas:

De 1808 até 1815, o Brasil foi declarado como Reino Unido ao Reino de Portugal e Algarves, e Dom João VI tornou-se o Príncipe Regente do Brasil.

De 1815 a 1821, o Brasil tornou–se Reino Unido a Portugal e Algarves, e Dom João VI assumiu a condição de Rei (Príncipe).

Em 1822, Dom João VI voltou a Portugal, deixando no Brasil o seu filho Dom Pedro I como Príncipe Regente. No dia 09 de janeiro de 1822 é que aconteceu o célebre “Dia do Fico”, quando Dom Pedro declarou o seu desejo de permanecer no Brasil.

No dia 07 de setembro do mesmo ano aconteceu então a Independência do Brasil, cujo real significado ainda hoje é bastante discutido. Muitos historiadores afirmam que o Brasil não é um país independente, mas em vias de se tornar realmente independente.

No ano de 1823, Dom Pedro I determina a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, que tinha a finalidade de elaborar a Constituição do Brasil. Nesse mesmo ano, ela foi dissolvida e Dom Pedro fez promulgar a constituição em 1824.

Em 1831, depois de governar o Brasil por cerca de nove anos, Dom Pedro I voltou para Portugal. Em seu lugar aqui ficou o menino Pedro II, que após ter a sua maioridade antecipada, assumiu o trono em 1840. Ele governaria o Brasil por quase 50 anos, até ser deposto do trono pelo golpe militar que instauraria a República no país, a partir de 1889.

A junta militar, que governaria o Brasil por dois anos, encabeçada pelo Marechal Deodoro da Fonseca, determinou o exílio da família real, que obrigou–se a embarcar para Paris, onde Dom Pedro II veio a falecer.


Princesa Isabel, com marido e filhos


Acontecimentos de destaque

Foi um período bastante frutuoso este que estamos analisando. Nele tivemos vários acontecimentos de destaque que deixaram a sua marca, inclusive na caminhada da Igreja no Brasil.

Podemos destacar, neste tempo que abrange os séculos XIX até as primeiras décadas do século XX:

Assim que Dom Pedro deixou o trono para o seu filho Pedro II, voltando para Portugal, tivemos um período conhecido como Regência, que durou de 1831 até 1840. Nela, a grande figura seria o Pe. Diogo Antônio Feijó.

A partir de 1821, o Uruguai, que hoje é um país independente, uniu–se ao Brasil como mais uma de suas províncias, chamando–se então Província Cisplatina. Esta situação perdurou até 1828, quando o Uruguai libertou–se do domínio brasileiro, depois de uma guerra que durou três anos.

De 1835 a 1840, tivemos a Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul, e entre 1864 e 1870, a tristemente famosa Guerra do Paraguai, que arrasou este nosso país vizinho que nunca mais se reergueu.

Outro acontecimento que marcou a história do Segundo Império Brasileiro foi a luta pelo fim da escravidão negra em nosso país. Esta luta cresceu a partir de 1850 e, depois de vários desdobramentos, levou à plena libertação dos escravos com a promulgação da Lei Áurea, em 1888.

Escrito por:
Pe Jose Inacio de Medeiros
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista que atua no Instituto Histórico Redentorista, em Roma. Graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.

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Por Elisangela Cavalheiro, em História da Igreja

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