Quando um Papa é escolhido, abandona a sua vida privada e imediatamente se torna uma figura pública, presente todo dia na mídia mundial, estando sempre em meio a muitas pessoas, seja em Roma, como também em suas visitas apostólicas.
Um complexo sistema de segurança acompanha o Sumo Pontífice 24 horas por dia e ele nunca mais poderá usufruir de coisas simples da vida como qualquer cidadão. Ir à feira, ao shopping ou conversar com os amigos na calçada tornam-se atividades quase que proibidas. Um sistema de proteção humano e eletrônico deve estar sempre atento, a fim de evitar qualquer risco à pessoa do Papa, mas ainda assim, volta e meia, acontece algum incidente.
Na passagem da Idade Média para a Moderna, ocorreu um episódio que entrou para a história com o título de Atentado de Anagni ou "tapa de Anagni", ocorrido em 1303. O rei Filipe IV, da França, que estava em conflito com o Papa, enviou emissários à cidadezinha de Anagni, onde o Papa estava refugiado, para prender a Bonifácio VIII, resultando em um ataque ao seu palácio e uma humilhação pública, que pode ou não ter incluído o golpe físico. O certo é que o Papa foi feito prisioneiro, sendo libertos alguns dias depois, mas o trauma foi tão grande que ele veio a falecer pouco tempo depois.
Ainda na Idade Média, alguns papas não concluíram seu mandato, seja por renúncia, condenação ao exílio, morte violenta ou deposição. O Papa Celestino V renunciou voluntariamente, Gregório VI e Bento IX renunciaram sob pressão, Bento VI foi assassinado e Leão V foi também assassinado em meio a conflitos políticos.
Diferentemente da Idade Antiga, em que diversos Papas sofreram o martírio ou foram também exilados, com diversos deles sendo depois declarados como santos da Igreja, os episódios de violência contra os Papas no período medieval, com raríssimas exceções, aconteceram por outras razões, sobretudo, políticas, por causa da influência e do poder de um Papa.
A complicada situação que o pontificado viveu no período compreendido entre os séculos X e XI justificou em parte a afirmação de alguns historiadores de que a Idade Média tenha sido um “período de trevas”.
Em nossos tempos, o Papa Paulo VI, por exemplo, sofreu um atentado em 27 de novembro de 1970, em Manila, nas Filipinas, quando um homem com problemas mentais o atacou com uma faca e o feriu no peito. O agressor estava vestido de padre e usou o crucifixo como disfarce para se aproximar do pontífice. Graças à reação rápida de colaboradores e de seguranças que o impediram de continuar o ataque, o pontífice conseguiu se afastar e foi medicado, sofrendo apenas ferimentos superficiais.
Nada supera, porém, o grave atentado que quase tirou a vida do Papa João Paulo II em 13 de maio de 1981, num atentado a tiros que o deixou gravemente ferido quando passava entre o povo na Praça de São Pedro.
Todos esses incidentes fizeram com que o sistema de proteção do Sumo Pontífice e também do patrimônio da Igreja fosse sendo aperfeiçoado com as ferramentas modernas que a tecnologia pode oferecer e com pessoas bem treinadas que sempre estão ao redor do sucessor de Pedro.
add Por que o Papa é chamado de “Papa”?
Comando sequestra o Papa
Numa verdadeira ação de comando determinada por Napoleão Bonaparte, na calada da noite, soldados especializados escalaram as paredes do Palácio do Quirinal, hoje residência do Presidente da República Italiana, entrando no quarto do Papa que foi sequestrado e levado para a França.
O episódio que ocorreu com o Papa Pio VII na noite de 05 para 06 de julho de 1809 serviu de tema para livros e outras produções, pois até então jamais um Papa havia sido sequestrado!
As tensões entre Napoleão e o Papa Pio VII haviam aumentado muito porque o Papa se recusava a apoiar a política imperial e expansionista de Napoleão, que via a Igreja como um obstáculo para o seu poder absoluto sobre a Europa.
Por essa razão, os Estados Pontifícios foram invadidos, anexados e Roma ocupada pelas tropas de Napoleão, que fizeram barbárie na cidade. Nesse período, igrejas foram saqueadas, propriedades foram confiscadas e religiosos perseguidos ou mortos.
Na história do ícone do Perpétuo Socorro, a igrejinha de São Mateus, cuidada pelos agostinianos, que abrigava o ícone original, foi destruída, sendo preciso esconder o ícone sagrado.
Com a invasão de Roma, começou o sofrimento do Papa que, em resposta, excomungou Napoleão e todos os que participaram da invasão, o que enfureceu ainda mais o imperador.
Natural de Cesena, assim como seu antecessor Pio VI, que também foi levado para a França onde morreu, tanto que o conclave que elegeu Pio VII teve que se reunir em Veneza, pois a cidade de Roma estava ocupada, o monge Dom Gregório Chiaramonti ascendeu à Cátedra de São Pedro em março de 1800, assumindo o nome de Pio VII. Ele era beneditino, o que lhe deu o preparo, a paz de espírito e tranquilidade para poder governar a Igreja apesar da humilhação do exílio. Primeiro ele foi levado para Savona e depois para Fontainbleau onde permaneceu por cerca de 05 anos. Pio VII morreria no dia 20 de agosto de 1823, poucos dias depois de completar 81 anos.
Apesar de tanto sofrimento, Pio VII teve um pontificado de 23 anos, precedido por um serviço pastoral iniciado já na juventude e depois como bispo de várias dioceses, onde se destacou pelo seu carisma e bondade.
Quando aprisionado e exilado, mesmo sob coação e gravemente doente, Pio VII resistiu às ordens de Napoleão, recusando-se a nomear os bispos que ele indicava. Durante o período em que esteve no cárcere, Pio VII enfrentou não apenas a violência do confinamento físico, mas, sobretudo, as angústias espirituais e morais impostas pela tirania de Napoleão.
Em 1812, gravemente enfermo, separado dos conselheiros fiéis e rodeado por eclesiásticos submissos ao imperador, o Pontífice foi obrigado, em meio à confusão e ao esgotamento, a assinar um documento que concedia prerrogativas indevidas ao poder secular sobre a Igreja. No entanto, tão logo recuperou a clareza interior, reconheceu o erro cometido sob coação e, com nobre humildade, retratou-se por escrito, restabelecendo a dignidade da Sé Apostólica com uma paz e firmeza que atestam a grandeza de sua alma sacerdotal.
Pio VII foi liberto e o poder da Igreja foi restaurado em Roma após a queda de Napoleão em 1814. Diante de um cenário político tão prejudicial, Pio VII fez de tudo para não falhar na missão de guardião e guia do rebanho e, apesar das restrições impostas, continuou como pôde a anunciar a força consoladora do Evangelho.
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