Na tarde do dia 08 de maio, quando se celebrava a Jornada de Oração do Rosário com Nossa Senhora de Pompeia, no segundo dia do Conclave convocado para escolher aquele que ocuparia o Trono de Pedro como Vigário de Cristo, sucessor dos Apóstolos e Bispo de Roma, no quarto escrutínio, os cardeais escolheram o novo papa da Igreja, que sucede ao Papa Francisco, falecido no dia 21 de abril.
A multidão reunida na Praça de São Pedro vibrou de alegria, e grande foi a “algazarra festiva” quando a fumaça branca saiu da chaminé instalada no alto da Capela Sistina, anunciando a sua eleição.
Tempos depois, o cardeal-protodiácono apareceu na tribuna da Basílica de São Pedro anunciando que o eleito foi o norte-americano Robert Francis Prevost, religioso da Ordem de Santo Agostinho (OSA). O mesmo cardeal-protodiácono anuncia o nome escolhido pelo novo Papa: Leão XIV. Com isso, ele resgata um nome histórico e de grande significado para a Igreja.
Colocamos aqui um pouco do que foi o pontificado de alguns daqueles que, usando o mesmo nome, também ocuparam o Trono de Pedro em distintas épocas da Igreja.
A ordem dos papas que usaram o nome de Leão começou bem. O primeiro a usar esse nome recebeu o cognome de “O Grande”. Ele teve um pontificado de 21 anos, um mês e 13 dias, governando a Igreja entre 440 e 461.
Em seu tempo de pontificado aconteceu a Queda do Império Romano do Ocidente, a cidade de Roma foi assediada por várias tribos e Povos Germânicos, mas o principal destes povos foram os hunos.
Como a cidade de Roma estava praticamente sem governo civil, vivendo um período de grande conturbação social e política, foi preciso que o Papa Leão saísse da cidade, indo para o norte ao encontro de Átila, supremo mandatário dos hunos, conhecido como “o flagelo de Deus”, clamando que ele não atacasse a cidade e que a vida do povo fosse preservada.
São Leão Magno morreu em 10 de novembro de 461, deixando uma rica coleção de cartas, sermões e escritos, graças aos quais ele foi reconhecido, no século XVIII, como Doutor da Igreja.
Leão II nasceu na Sicília, sul da Itália, no ano 611, sendo dotado de múltiplos conhecimentos. Fontes e relatos históricos dizem que ele era eloquente, instruído nas Sagradas Escrituras, bom conhecedor do grego e do latim, perito em cantos e salmos, sendo muito atencioso com os pobres, buscando o seu socorro espiritual e temporal.
Leão II governou a Igreja num tempo em que o Império Romano enfrentava as crises que o haviam levado à ruína. Por seu lado, a Igreja Católica já havia se constituído como instituição religiosa de diversos poderes, a ponto de ocupar a lacuna deixada pelo Império Romano.
Leão foi eleito para ser o sucessor do Papa Agaton, no dia 17 de agosto de 682, mas permaneceu pouco tempo à frente da Igreja Católica. Uma de suas decisões mais importantes foi a condenação do Papa Honório I, acusado de heresia em função de sua postura duvidosa sobre o monotelismo, doutrina condenada na época por defender que haveria uma única vontade em Jesus Cristo. Mas, por outro lado, ele foi benevolente, acolhendo muitos hereges arrependidos.
O Papa Leão II faleceu no dia 03 de julho de 683, encerrando um curto período de aproximadamente dez meses de papado. Anos mais tarde, ele se tornaria também um dos santos da Igreja Católica.
Leão III foi o 96º papa da história da Igreja Católica, sendo proveniente de uma modesta família da Itália. Desde pequeno serviu a Igreja, crescendo na importância dos cargos que exercia e estabeleceu uma carreira religiosa promissora.
Com o falecimento do Papa Adriano I, apesar da contrariedade da nobreza romana, o clero da Igreja de Roma o aclamou papa no mesmo dia da morte de seu antecessor, 26 de dezembro de 795.
Seu pontificado já começou enfrentando dificuldades por causa do ambiente de grande instabilidade social em Roma, tanto que, numa ocasião, enquanto se deslocava a cavalo de Latrão para San Lorenzo in Lucina, no dia 25 de abril de 799, onde iria presidir uma procissão, foi atacado e ferido no caminho, mas conseguiu escapar e se abrigar na Basílica de São Pedro.
Por causa disso, o Papa foi em busca de apoio e proteção junto a Carlos Magno, o mais importante monarca da Europa. Em reconhecimento ao apoio, no natal de 800, enquanto o rei rezava na Basílica de São Pedro, Carlos Magno foi coroado como imperador, marcando a recriação do Império Romano do Ocidente. Assim, o Papa e a Igreja Católica conseguiam uma grande vitória, aliando-se aos francos e libertando-se, ao mesmo tempo, dos bizantinos que estavam no Noroeste da Itália.
O Papa Leão III deixou como legado a condenação da heresia do adocionismo, que alegava que Jesus, nascendo humano, só se tornou filho de Deus em seu batismo. Seu pontificado chegou ao fim no dia 12 de junho de 816, quando faleceu aos 66 anos, após 21 à frente da Igreja Católica. Seu sucessor foi o Papa Estevão IV.
Leão X foi o 217º papa da história da Igreja Católica. Nascido em Florença, na Itália, no dia 11 de dezembro de 1478, tinha o nome de Giovanni di Lorenzo, da poderosa família Medici, de Florença.
Desde cedo se interessou pela vida eclesiástica. Com 16 anos, foi formalmente admitido no Colégio de Cardeais e passou a residir em Roma. Com a morte do Papa Júlio II, foi eleito Papa no dia 19 de março de 1513, adotando o nome de Leão X.
Seu papado transformou Roma em um centro cultural e ele continuou o trabalho de seu antecessor, acelerando as obras da Basílica de São Pedro. Também ampliou a biblioteca do Vaticano e marcou a cidade romana com outras obras realizadas, mas também enfrentou muitos problemas de ordem política e militar durante seu papado.
Em seu pontificado surgiu a questão das indulgências, um dos fatores preponderantes da Reforma Protestante, fundamentada nas teses elaboradas por Martinho Lutero, que foi por ele excomungado.
O papa não conseguiu promover as reformas tão necessárias na Igreja Católica, mesmo concluindo o Concílio de Latrão, iniciado por seu antecessor. Apesar disso, deixou como legado a condenação da escravidão, a defesa do abolicionismo, a ampliação da caridade, a reforma da universidade em Roma e o patrocínio de diversos artistas.
Leão X faleceu aos 45 anos, no dia 01 de dezembro de 1521, depois de 8 anos de pontificado, sendo sucedido pelo Papa Adriano VI.
Na história da Igreja tivemos também o pontificado de Leão XI, eleito em abril de 1605, aos 70 anos, no conclave composto por 62 cardeais. Ele também era proveniente da poderosa Família Médici, de Florença, sendo sobrinho do Papa Leão X.
Foi o mais curto pontificado na longa lista dos papas, pois durou apenas 27 dias. Ele foi chamado de Papa Lampo (“Papa Relâmpago”) porque seu papado foi muito curto.
A Igreja Católica e seus pontífices começaram lentamente a aceitar o mundo moderno com o Papa Leão XIII. No ano de 1878, após breve conclave, o Cardeal Gioacchino Vincenzo Pecci foi eleito Papa, na sucessão de Pio IX.
Ele conduziu a Igreja na passagem do século XIX para o século XX, nos “tempos modernos” ou na “era da máquina”, que vieram acompanhados de uma série de transformações econômicas e sociais que impactaram fortemente na condição dos operários.
Com o Papa Leão XIII, a partir da publicação da encíclica Rerum Novarum (Das coisas novas), a Igreja se abre à modernidade e ao desafio de enfrentar a Questão Social. Este foi o primeiro documento do magistério dedicado integralmente à questão.
Leão XIII, que foi um dos primeiros papas a aparecer em vídeo, deixou como herança a Pio X, seu sucessor, uma nova concepção do pontificado e da Igreja, presentes no meio da sociedade. No fim de seu longo pontificado de quase 25 anos (1878–1903), conseguiu recuperar o prestígio do “representante de Pedro”, que havia se perdido em tempos difíceis.
Descubra a história e o legado do Papa Leão XIV, sucessor do Papa Francisco, que traz um nome histórico e cheio de significado para a Igreja Católica. Saiba como ele resgata tradições, fortalece a fé e conduz a Igreja neste novo tempo.
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