O Papa Leão I inaugurou a série de 13 papas que passou para a posteridade com esse nome. Ele entrou para a história como São Leão Magno (Grande, em latim), sendo incluído no rol dos Doutores da Igreja a partir do século XVIII, devido aos muitos escritos teológicos e doutrinais que nos deixou como legado.
O Papa Leão I teve um dos pontificados mais longos, governando a Igreja de 440 a 461, 21 anos, 1 mês e 13 dias ocupando a cátedra de Pedro.
Agora, a partir do dia 08 de maio, a série de leões continua e nossa Igreja começa a ser governada pelo Papa Leão XIV.
Preparado para a missão
Antes de assumir o pontificado, Leão I tinha sido secretário dos Papas São Celestino e Sisto III, tendo sido enviado por este à França como embaixador para evitar que a disputa entre dois generais descambasse para uma guerra civil.
A missão foi bem sucedida e enquanto lá estava, Leão recebeu a notícia de que tinha sido eleito Papa.

Seu pontificado começou em meio a muitas dificuldades internas e externas. No âmbito interno da Igreja foi preciso trabalhar pela unidade da Igreja diante de várias heresias de peso histórico que agitavam o mundo cristão, como o nestorianismo, que afirmava que em Jesus haveria duas pessoas separadas, uma divina e outra humana.
Outra heresia desse tempo conhecida como monofisismo defendia que Cristo seria somente divino e que nele não haveria a natureza humana; o maniqueísmo por sua vez, pregava a bondade do espírito e a maldade do corpo e, por fim, o pelagianismo afirmava que o pecado de Adão não teria afetado a sua descendência.
O problema central das heresias é que, além de ser um grande desvio doutrinal, indo contra a tradição, o magistério da Igreja e as Sagradas Escrituras que são a fonte da fé da Igreja, também atentam contra a sua unidade, provocando uma forte divisão que em algumas ocasiões desvirtua para um verdadeiro cisma.
Além de grande sábio, São Leão Magno também se tornou o protetor dos pobres e dos indefesos. Em seu tempo trabalhou muito pela defesa da própria cidade de Roma, que vivia às voltas com frequentes e violentas incursões de Povos Germânicos e outras tribos. A cidade, devido à crise e decadência do Império, estava praticamente sem governo, entregue à própria sorte.
No contexto das invasões é que se insere uma das mais conhecidas histórias relacionadas ao pontificado de São Leão Magno, quando ele precisou confrontar inimigos ferozes, buscando a proteção do povo a ele confiado.
Frente a frente com Átila, o Flagelo de Deus
A região dos Bálcãs, localizada bem perto da Itália, estava sendo assediada e saqueada pelos hunos, considerado um dos povos mais violentos da antiguidade.Leia MaisEntenda por que os papas mudam de nomeHistória de Roma: de capital do maior império a sede da IgrejaVocê sabia que dois irmãos de sangue se tornaram papas?
Eles eram liderados por Átila, apelidado de “a Praga de Deus” ou “o Flagelo de Deus”. Uma das frases mais ouvidas era “Onde os hunos passam, nem a grama crescerá novamente”.
Por volta de 452, depois de saquear os Bálcãs, a horda dos guerreiros se dirigiu para o norte da Itália a fim de saquear a próspera cidade de Milão. Diante do perigo iminente, o povo romano e o próprio imperador Valentiano III, pediram que o Papa São Leão Magno, fosse ao encontro dos bárbaros nas proximidades de Mântua.
Então o cortejo pontifício se formou. Acompanhado de clérigos e paramentado com as vestes pontifícias, o Santo Padre se encontrou com os hunos, pedindo a Átila que retrocedesse e não invadisse Roma, retornando de onde vieram.
Não se sabe exato por quais motivos, fala-se de um sonho terrível que Átila pode ter tido, mas o certo é que ele levou suas hordas de volta, mas conta-se também que ele tenha ficado impressionado com a figura altiva do Papa.
Depois desse milagre, São Leão Magno pediu que o povo orasse em agradecimento, mas passado o perigo os romanos logo voltaram aos vícios e à vida de sempre. Não muito tempo depois seria a vez dos vândalos chegarem aos arredores de Roma sob o comando de Genserico.
E lá foi São Leão novamente ao encontro deles, pedindo que a vida do povo fosse respeitada. Os vândalos obedeceram só à metade do pedido e, durante quinze dias, saquearam a cidade de Roma.
Cuidando dos cidadãos em Roma, pois o Império estava em crise, as ações do Papa Leão contribuíram para afirmar o poder espiritual e temporal da Igreja.
São Leão Magno morreu em 10 de novembro de 461, deixando como legado uma rica coleção de cartas, sermões e escritos que ajudou a consagrá-lo, no século XVIII, como Doutor da Igreja.
Ele inaugurou muito bem a série de Papas da Igreja que levariam o seu nome. E agora, o Papa Leão XIV tem a missão de olhar para o contexto externo, como também de cuidar da Igreja em seu interior.

Como ele mesmo afirmou no sermão da missa que celebrou aos cardeais que o elegeram na Capela Sistina, um dia depois de eleito:
“Vós me chamastes a carregar essa cruz, e a ser abençoado com essa missão, e sei que posso contar com cada um de vós para caminhar comigo, enquanto prosseguimos como Igreja, como comunidade de amigos de Jesus, como crentes que anunciam a Boa Nova, que anunciam o Evangelho”.
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