Um dia, uma senhora ouviu tocar a campainha da sua casa e foi atender. Era um menino pobre. Ele disse: “A senhora tem pão velho?” Ela falou: “Novo serve?” “Sim” respondeu ele, todo acanhado.
Ela foi lá dentro e veio com um pedaço de bolo, leite com café e outras coisas gostosas. Enquanto ele comia, ela sentou-se ao lado e começaram a conversar.
Perguntou: “Filho, onde você mora?" "Depois do zoológico" disse o garoto. A senhora comentou: "Bem longe, hein!" “É”, respondeu ele. “Mas eu venho aqui ao centro porque tenho de pedir as coisas para nós comermos".
A mulher perguntou:
- “Nós quem?”
- “Eu, minha mãe e meus irmãos”.
- “Você está na escola?”
- “Não. Minha mãe não pode comprar o material escolar”.
- “Seu pai mora com vocês?”
- “Ele sumiu”.
E o papo continuou, até que ela disse:
- "Vou buscar o pão”.
- “Não precisa não. A senhora já conversou comigo, isso é o suficiente”.
E o menino queria ir embora. Só com muito custo, esperou que ela buscasse o pão e uma caixinha de leite.
Ele ficou tão contente de conversar com uma senhora distinta, que nem queria dar trabalho a ela, de ir buscar pães. Queria salvar a amizade.
Aquela senhora comentou depois: “Eu tive a sensação de ter absorvido toda a solidão e a falta de amor daquele menino. Um garoto de nove anos, sem sonhos, sem brinquedos, sem escola, sem comida... E tive a felicidade de ver seus olhinhos brilharem, refletindo dentro da pupila o meu rosto.
Aquele dia foi muito rico para mim. E está sendo até hoje, porque sei onde ele mora, e de vez em quando eu e meu marido vamos à casa deles”.
Devemos dar ao pobre o que é melhor para ele, o que nem sempre é o que ele pede.
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