Por Pe. Antônio Queiroz, C.Ss.R (in memoriam) Em Histórias de Vida

Trauma de infância

Um dia, uma senhora levou sua filha, de dez anos, a uma psicóloga, porque de repente ela começou a baixar as notas na escola e não conseguia aprender mais nada.

Depois de várias sessões de terapias, a psicóloga descobriu que tudo começou quando a menina estava fazendo curso de piano e conseguiu aprender a tocar uma música. Chamou o pai e tocou para ele ouvir. Depois que ouviu, o pai fechou o semblante e disse: “Mulher não deve aprender essas coisas!” E retirou-se. Daí para frente, ela começou a ir mal no piano, e também na escola.

Diante disso, a psicóloga chamou o pai, para conversar. Depois de algumas sessões de terapia, descobriu que a mãe dele era uma mulher má, tratava muito mal o marido e os filhos homens.

O filho, então, de revolta contra a mãe, cresceu com a ideia de que mulher não presta. Se mulher não presta, a filha não podia prestar. Como a garota tocou muito bem a música, este fato desmentiu a sua ideia inconsciente. Mais que depressa, mesmo sem perceber, ele irritou-se e disse que mulher não devia tocar piano. No fundo, o que ele queria dizer é que mulher não presta, por isso a filha nunca devia prestar.

A psicóloga pediu, então, para falar com a mãe dele, que já era idosa. Esta veio. Depois de várias sessões de terapia, veio à tona: Seu pai traia sua mãe, além disso batia nela na frente dos filhos. Ela transferiu a revolta contra o pai para os seus filhos homens, tratando-os com violência.

Infelizmente, não deu para chamar a mãe daquela senhora idosa, porque já havia morrido há muito tempo. Mas certamente ela também agia assim porque carregava trauma, fruto de algum procedimento errado de seus antepassados.

Imagine se todos estivessem vivos, e a psicóloga fosse pesquisando, um por um. Ia chegar a Adão e Eva, isto é, ao pecado original.

Aí está uma explicação para o pecado, e por que não existe paz dentro de nós e no mundo. O mal vai passando de geração em geração. Sem percebermos, levamos para os outros o mal que recebemos.

Felizmente, existe uma saída para nos libertarmos dessa triste corrente de traumas de infância e de heranças negativas: Se nós descobrimos que um problema que carregamos vem da nossa infância, 50% dele já está vencido. A outra metade, é questão de tempo e de paciência.

Se uma esposa tem ciúme do marido, por exemplo, e descobre que isto vem de um trauma de infância, não vai culpar o marido. Pelo contrário, vai pedir-lhe ajuda. E o trauma não vai destruir a família.

80% dos nossos problemas de relacionamento vêm de traumas de infância. Este é um grande destruidor da paz entre nós.

Maria Santíssima é a pessoa que mais torce pelo ecumenismo. Pois, como Mãe, ela quer ver todos os seus filhos e filhas unidos.

Escrito por:
Padre Antônio Queiróz dos Santos (Pe. Antônio Queiroz, C.Ss.R)
Pe. Antônio Queiroz, C.Ss.R (in memoriam)

Missionário redentorista, recolheu ao longo de seu ministério centenas de histórias que falam de forma simples e popular da fé e das realidades do povo de Deus.

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