Igreja

Sangue de São Januário se torna líquido novamente

Pela primeira vez no ano, fenômeno aconteceu na Catedral de Nápoles

Escrito por Redação A12

17 SET 2021 - 11H13 (Atualizada em 09 MAI 2024 - 16H10)

Vatican Media/Ansa

O fenômeno que envolve o sangue de São Januário atrai a atenção do mundo inteiro. Primeiro, pela devoção que toca os católicos e, depois, pela expectativa que cerca este acontecimento.

Leia MaisPeça uma graça especial com a oração de Santa Gemma GalganiEm parte, todo o mundo espera que ocorra o “milagre”porque quando ele não acontece é sinal ou prenúncio de alguma tragédia.

A última vez que ele não ocorreu foi em dezembro de 2020, no contexto da pandemia de Covid-19.

“Este sangue é o sinal de um sonho de salvação, de esperança, de confiança. Não é um oráculo a consultar, mas uma bússola a seguir porque está sempre bem orientada para Cristo, origem e meta do nosso caminho, da nossa história e da história do mundo”, disse o Arcebispo Battaglia aos presentes na missa ao desafiar a crença de que quando o sangue não se liquefaz pode ocorrer algum infortúnio.

No dia 4 de maio, às 18h38 (hora local), se repetiu a liquefação do seu sangue no relicário, na Capela do Tesouro, na Catedral de Nápoles, na Itália. O feito também ocorreu em 19 de setembro e 16 de dezembro de 2023. 

“Este sangue é o sinal de um sonho de salvação, de esperança, de confiança. Não é um oráculo a consultar, mas uma bússola a seguir porque está sempre bem orientada para Cristo, origem e meta do nosso caminho, da nossa história e da história do mundo, disse o Arcebispo de Nápoles, Dom Domenico Battaglia. 

O bispo também pediu ao intercessor que Deus nos abençoe para a prática da amizade social.

“Ajuda-nos a caminhar pelos caminhos do tempo e da história, com o olhar fixo no Senhor que amaste e serviste, e que estejamos sempre com os pés prontos para ir ao encontro dos nossos irmãos e irmãs que se encontram em prisões físicas, interiores ou sociais”. 

Para entender este fenômeno, listamos alguns pontos desta devoção. Confira logo após a foto.  

Vatican Media/Ansa
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Três vezes por ano

Este fenômeno se repete em uma cerimônia cheia de simbolismos e, como dissemos, chama a atenção do mundo inteiro.

As datas esperadas pelos devotos são: 1° domingo do mês de maio, data da primeira trasladação do corpo do santo; 19 de setembro, dia do santo e data de sua morte, e 16 de dezembro, que recorda a procissão realizada com as relíquias do santo em 1631, que impediu a erupção do vulcão Vesúvio.

Liquefação do sangue: fato prodigioso ou milagre?

A liquefação do sangue deste santo, ou seja, quando ele passa do estado sólido para o líquido, é considerada por muitos como milagre. Mas, embora seja uma celebração da qual já participaram papas, a Igreja mantém uma atitude prudente em relação a São Januário.

A dissolução do sangue é chamada pela Igreja de “fato prodigioso”e não um milagre que envolve a fé de todos os católicos. A veneração popular da liquefação é permitida, mas não é reconhecida.

Uma explicação científica dada para o fenômeno, segundo nota do site Vatican News, é chamada de “tixotropia”, que é quando substâncias chamadas tixotrópicas são encontradas naturalmente em estado sólido, mas conseguem passar para o estado líquido após agitação.

No entanto, em certa ocasião, o cardeal Crescenzio Sepe, arcebispo emérito de Nápoles, disse que o sangue já estava líquido no momento da abertura do nicho que protege a ampola, antes mesmo de ser retirado e movimentado. 

A celebração em que ocorre o fenômeno

Na celebração, são entoadas canções e invocações ao santo, para o sangue voltar ao seu estado natural, enquanto o abade responsável pela capela ou arcebispo da arquidiocese retira o relicário de um nicho no altar e mostra o sangue. Quando se torna líquido, é agitado um lenço branco.

Se o sangue não se liquefaz imediatamente, iniciam-se preces, rezam-se salmos penitenciais e quando a liquefação ocorre, é entoado o Te Deum, um canto de ação de graças, e os sinos repicam para que toda a cidade saiba do acontecimento.

Vatican Media/Ansa
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Quanto ao líquido, trata-se verdadeiramente de sangue humano, comprovado por análises espectroscópicas.

O registro mais antigo do “milagre” consta de uma crônica do século XIV. Desde 1659, estão rigorosamente anotadas todas as liquefações, que já somam mais de dez mil!

Quem foi São Januário?

São Januário é o principal padroeiro de Nápoles e, segundo a tradição, viveu no quarto século depois de Cristo. Foi bispo de Benevento em uma época de perseguição aos cristãos. Foi condenado à decapitação e, na ocasião de sua morte, seu sangue teria sido coletado por mulheres presentes no momento.

São Januário chegou a ser retirado do calendário dos santos e sua memória tornou-se facultativa fora de Nápoles.

Quer conhecer a Capela do Tesouro de São Januário? Confira aqui neste link, em 360º.

Shutterstock
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Catedral de Nápoles onde fica a Capela do Tesouro com o sangue do santo



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