Neste dia 24 de julho, a Igreja celebra a memória de São Charbel Makhlouf, sacerdote, monge e eremita do século XIX, elevado à honra dos altares em 1977 pelo Papa Paulo VI, sendo o primeiro Santo do Líbano e o primeiro Santo oriental a ser canonizado desde o século XIII.
“Que símbolo de união entre o Oriente e o Ocidente! Toda a sua existência centrou-se completamente na celebração da Missa, na oração silenciosa diante do Santíssimo Sacramento e na prática heroica das virtudes da obediência, pobreza e castidade”, comentou Paulo VI na cerimônia de beatificação.
Leia MaisVocê sabia que existem Igrejas Católicas Orientais?Sua vida se destacou ao desapego de si mesmo, a obediência à vontade de Deus e ao cultivo da vida espiritual, baseada principalmente na devoção à Santíssima Virgem e à Santíssima Eucaristia. Destacamos cinco fatos sobre a vida de um dos principais Santos do Oriente Médio.
Santidade desde criança
Batizado com o nome de Joseph Antoun Makhlouf, em 8 de maio de 1828, no povoado libanês de Beqa-Kafra, era o caçula de cinco irmãos e seus pais eram simples e devotos agricultores maronitas. Quando ainda era criança, ia sozinho a uma gruta para rezar. Cresceu com o exemplo dos seus dois tios, ambos eremitas.
Escolha do nome
Joseph saiu escondido da família aos 23 anos, entrou na Ordem religiosa de eremitas maronitas e vestiu o hábito que, na linguagem florida do Oriente, era conhecido como o “traje angélico”: túnica preta, com tecido abundante, e um cordão feito de pele de cabra. Foi-lhe dado o nome de Charbel, um mártir de Edessa do segundo século, comemorado no rito maronita em 5 de setembro.
Vocação para ser eremita
Após ser ordenado Sacerdote em 23 de julho de 1859, realizou boa parte de sua missão no mosteiro de São Maron de Annaya, onde permaneceu em comunidade. Mesmo sendo muito procurado, por visitantes que chegavam atraídos por sua reputação de santidade, para buscar conselhos, a promessa de oração ou algum milagre, o desejo em seu coração era “Estar a sós com o Único”, como diz a tradição maronita.
Um dia, Padre Charbel levou sua lâmpada — não tinha na época energia elétrica — à cozinha a fim de que o servente a abastecesse de azeite. O servente e seu companheiro, que eram adolescentes, querendo zombar do humilde monge, encheram a lâmpada de água. Padre Charbel, agradecendo gentilmente o servente, se recolhe à sua cela e acende a lâmpada, e ela permanece acesa.
Ao ver a luz na cela, perturbaram-se e correram a relatar o fato ao padre superior. Este vai imediatamente à cela e verifica que, de fato, a lâmpada está acesa, mesmo contendo só água. Vendo esse milagre, o seu superior se convenceu de que o Senhor realmente o chamava para a vida eremítica. Permaneceu, então, recolhido no eremitério de São Pedro e São Paulo até o fim de sua vida.
Corpo incorrupto
Após falecer por causa de uma hemiplegia (paralisia de um lado do corpo) ao celebrar a Missa do dia 24 de dezembro de 1898, véspera do Natal, aos 70 anos de idade, os católicos Maronitas dizem que apareceu uma luz deslumbrante em torno de seu túmulo. Quando foi aberto quatro meses depois, o corpo do eremita estava incorrupto, e ainda transpirando e sangrando.
Em 15 de outubro de 1926, o cadáver foi sujeito a novo e apurado exame. A pele, em várias partes, ainda estava fresca e as articulações flexíveis. Tinha-se a impressão de que Charbel havia morrido há pouco.
Diversos milagres
Segundo o Mosteiro de São Maron, desde o início dos prodígios realizados por São Charbel, existem cerca de 29 mil milagres documentados. Todos os anos, ocorrem cerca de 100 milagres através de sua intercessão, dos quais pelo menos 10% dos destinatários são pessoas não-batizadas, incluindo muçulmanos, drusos, judeus e ateus.
Até 1950, os milagres eram verificados apenas através do testemunho de um Padre. Agora, com a mais avançada tecnologia médica disponível, são necessários documentos médicos para demonstrar a doença inicial da pessoa e, posteriormente, uma boa saúde inexplicável.
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