Igreja

5 mulheres responsáveis pela criação dos mosteiros da Igreja

Em um contexto de perseguição por heresia, conheça grandes mulheres do século IV responsáveis pela vida monástica que conhecemos hoje

Escrito por Redação A12

05 MAR 2024 - 11H15 (Atualizada em 05 MAR 2024 - 12H02)

SinanDogan34/Shutterstock

Nos primeiros séculos de Cristianismo, havia uma perigosa tendência para assimilar, ainda que simbolicamente, o gênero feminino à heresia e a suspeitas de impudência quando assumiam o papel de mestras. Em um contexto desfavorável às mulheres surgiram as “Madres da Igreja” do século IV, que viveram e deram testemunho da sua fé.

Irmã Christine Schenk, freira da Companhia de São José, analisa a contribuição de mulheres cristãs no século IV, que, ao fundarem mosteiros, lançaram as bases para a vida das religiosas de hoje.

“Numa época em que alguns homens da Igreja proibiam as mulheres de falar ou ensinar publicamente e preferiam que elas ficassem em casa, há provas de que, entre os anos 300 e 400 d.C., algumas mulheres cristãs exerciam autoridade, falavam sobre questões eclesiais importantes, ensinavam mulheres e homens e davam livremente testemunho do Cristo ao qual tinham escolhido unir-se”, contextualiza Ir. Christine.

Conheça algumas mulheres cujas comunidades são precursoras da vida religiosa atual:

Macrina (327-379)

Fundou um mosteiro em Anisa, na Ásia Menor, hoje localizada como parte asiática da Turquia, que se tornou o modelo da regra monástica escrita pelo seu irmão Basílio. Se Basílio é chamado o “pai do monaquismo”, Macrina pode ser considerada sua mãe, pois junto a Marcela, começaram a praticar este estilo de vida cristão muito antes dos homens. A sua autoridade como guia espiritual influenciou profundamente os seus irmãos Basílio e Gregório, ambos teólogos, que viriam a elaborar a doutrina da Trindade.

Reprodução/Wikimedia commons
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Marcela de Roma


Marcela (325-410)

Reuniu mulheres que estudam as Escrituras e rezam numa casa de campo aristocrática do Monte Aventino, 40 anos antes da chegada de Jerônimo a Roma. Marcela também foi consultora de Jerônimo e de sacerdotes de Roma para esclarecer passagens dos textos bíblicos.

Reprodução/Wikimedia commons
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São Jerônimo junto com seus discípulos, Santa Paula e Santo Eustáquio


Paula Romana (347-404)

Fundou dois mosteiros em Belém: um feminino e outro masculino. Confiou o mosteiro masculino aos monges e foi aí que, graças ao seu apoio, Jerônimo completou a tradução da Bíblia do grego para o latim. Jerônimo dizia que os conhecimentos de Paula sobre a língua hebraica excediam os seus.

Melânia, a Velha (350-410)

Ensinou e converteu muitos homens. Foi fundamental na resolução de um cisma que envolve 400 monges em Antioquia, conquistando todos os hereges que negam o Espírito Santo. Financiou e cofundou um mosteiro duplo no Monte das Oliveiras, onde as suas comunidades se dedicam ao estudo das Escrituras, à oração e a obras de caridade.

Olímpia (368-408)

Foi ordenada diaconisa em Constantinopla pelo bispo Nectário e utilizou a imensa fortuna da sua família para apoiar a Igreja e servir os pobres. Fundou um grande mosteiro perto da Basílica de Santa Sofia, onde três das suas familiares foram também ordenadas diaconisas. Em breve, as mulheres das famílias do Senado romano também se uniram a ela, e o número de monjas aumentou para 250.

:: A importância dos mosteiros na Idade Média

Fonte: Vatican News

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