Neste mês de outubro, celebramos os 60 anos da Nostra Aetate, um documento histórico da Igreja Católica que transformou a relação com outras religiões. Publicado em 28 de outubro de 1965, durante o Concílio Vaticano II, o texto abriu caminho para o diálogo inter-religioso, especialmente com o Judaísmo e o Islamismo.
A Nostra Aetate condenou o antissemitismo e rejeitou a ideia de que os judeus seriam coletivamente responsáveis pela morte de Jesus. Reconheceu também a importância da fé judaica e o Deus único adorado por judeus e muçulmanos. O documento destaca que cristãos e judeus compartilham um amplo patrimônio espiritual e incentiva o respeito mútuo por meio de estudos e diálogos fraternos.
Além do Judaísmo, a declaração também aborda outras religiões como o Hinduísmo, o Budismo e o Islamismo. A Igreja afirma que reconhece e respeita o que há de verdadeiro e santo nessas tradições.
Sobre o Islamismo, o texto destaca a fé dos muçulmanos no Deus único, a veneração por Jesus como profeta e o respeito por Maria. Reconhece também a importância da oração, da caridade e do jejum na vida religiosa islâmica.
O documento termina com uma mensagem sobre fraternidade universal: não é possível invocar Deus como Pai de todos se não tratamos os outros como irmãos. Essa ideia foi retomada em 2019, quando o Papa Francisco e o líder muçulmano Ahmad Al-Tayyeb assinaram o Documento sobre a Fraternidade Humana, reforçando o compromisso com a paz, a dignidade e os direitos iguais para todos.
A Nostra Aetate permanece como um marco essencial na construção de pontes entre diferentes religiões, promovendo o respeito, o diálogo e a convivência pacífica entre os povos.
Desde a publicação da Nostra Aetate, diversos Papas reforçaram esse compromisso com o diálogo.
Papa Paulo VI: foi o Pontífice que promulgou a declaração “Nostra Aetate” e também fez gestos significativos, como homenagens aos mártires muçulmanos em Uganda.
João Paulo II: visitou a Sinagoga de Roma em 1986, discursou para jovens muçulmanos em Casablanca em 1985, destacando os valores comuns entre cristãos e muçulmanos. Ele ainda encorajou o diálogo com os judeus e os chamou de “irmãos mais velhos” dos cristãos. E Enfatizou a importância da liberdade religiosa e o respeito pela dignidade humana.
Papa Bento XVI: destacou a relevância do documento "Nostra Aetate", enfatizando que ele lançou as bases para uma nova etapa nas relações entre o povo judeu e a Igreja Católica, marcada pelo diálogo, pela compreensão mútua e pela reconciliação. Ele também reforçou o compromisso com o diálogo inter-religioso.
Papa Francisco: continuou a promover o diálogo inter-religioso, destacando o legado de "Nostra Aetate" em documentos como a Declaração sobre a Fraternidade Humana, assinada em 2019 com o Grão-Imame de Al-Azhar.
Entre os dias 14 e 16 de outubro, foi realizado um Simpósio Internacional que celebrou os 60 anos da Declaração Nostra Aetate. A Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi uma das organizadoras do evento que reuniu lideranças religiosas e culturais e aconteceu em São Paulo.
Dom Teodoro Tavares, Bispo de Ponta de Pedras (PA), e presidente da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB, lembrou em seu discurso desejos do Papa Francisco e também do atual Pontífice, Papa Leão XIV, que ressaltam a busca por construir pontes.
Ele ainda enfatizou que o evento teve como objetivo fazer memória aos 60 anos da declaração e “sensibilizar as pessoas para a importância de construir uma sociedade cada vez melhor, mais fraterna, mais justa, mais solidária, onde as pessoas também possam viver na liberdade e construir a fraternidade”.
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