Pioneira no atendimento a refugiados no Brasil, a Arquidiocese do Rio de Janeiro celebra neste ano 40 anos de atuação junto a estrangeiros vítimas de perseguições e violações de direitos humanos.
Na década de 1970, vários países da América do Sul estavam sob o comando de governos militares e algumas pessoas perseguidas por esses regimes vinham ao Rio de Janeiro em busca de proteção. Sua segurança, no entanto, não estava garantida, porque o Brasil também era governado por militares na época.
Procurado por um grupo de cinco chilenos em 1976, o então Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eugênio Sales, decidiu instalar um serviço permanente de ajuda a refugiados, oferecendo abrigo e buscando encontrar um terceiro país que pudesse protegê-los. O cardeal designou a Cáritas do Rio de Janeiro para assumir essa tarefa em nome da Arquidiocese, dando origem ao primeiro trabalho sistematizado de atendimento a refugiados do Brasil.
O número de pedidos aceitos pela Caritas se multiplicou por nove desde 2010, que de 500 foi para 4.500 refugiados; hoje o total chega a quase 8.500. São refugiados vindos do Haiti, Síria, Turquia, Angola, grupos da América Latina (Bolívia, Colômbia), República Democrática do Congo, Afeganistão, Nigéria, Gana, Somália e Ucrânia.
Em artigo publicado no site da Arquidiocese do Rio, Dom Orani João Tempesta afirmou que a Caritas tem desenvolvido um trabalho sério e sempre com ajudas vindas de muitos lugares, que se tornam providenciais e necessárias para dar este acolhimento aos refugiados de forma mais humana, pois há muitas dificuldades, e entre elas está a língua, a cultura, o país como um todo diferente do de origem.
“Este Jubileu de Esmeralda da Caritas/RJ é momento de impulso e garra para trabalharmos com mais afinco aos desafios que nos são colocados cada dia mais. Somos cidadãos do mundo, e, por isso mesmo, acolhemos o outro que vem até nós, muitas vezes sofrido, machucado, desfigurado, como o Cristo na cruz, e aí nasce a missão da Caritas. Missão de acolhida, fraternidade, reinserção. Missão impossível? Não, com a graça de Deus que tudo pode e tudo transforma. Além disso, o acolhimento e o cuidado dos outros é ainda um lugar e um caminho para despertar e descobrir em muitos católicos as diferentes vocações que podem exercer como Igreja. Deus chama-nos também através das necessidades da Igreja e do mundo”, afirmou. Acesse o artigo completo.
Apoiado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) desde o primeiro momento, o Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio da Cáritas RJ hoje tem o respaldo do Ministério da Justiça e conta com a parceria de diversos órgãos, ONGs e instituições, atendendo pessoas de mais de 60 nacionalidades.
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