"Enquanto os seus oficiais a cercavam, o próprio Nabucodonosor veio à cidade. Então Joaquim, rei de Judá, sua mãe, seus conselheiros, seus nobres e seus oficiais se entregaram; todos se renderam a ele.
Conforme o Senhor tinha declarado, ele retirou todos os tesouros do templo do Senhor e do palácio real, quebrando todos os utensílios de ouro que Salomão, rei de Israel, fizera para o templo do Senhor. Levou para o exílio toda Jerusalém: todos os líderes e os homens de combate, todos os artesãos e artífices. Era um total de dez mil pessoas; só ficaram os mais pobres.
Nabucodonosor levou prisioneiro Joaquim para a Babilônia. Também levou de Jerusalém para a Babilônia a mãe do rei, suas mulheres, seus oficiais e os líderes do país. O rei da Babilônia também deportou para a Babilônia toda a força de sete mil homens de combate, homens fortes e preparados para a guerra, e mil artífices e artesãos". (2Rs 24, 11-16)
Uma das páginas mais tristes da história do Povo de Israel que aparece em diversas narrativas bíblicas é, sem dúvida alguma, o chamado “Cativeiro da Babilônia”. Essa tragédia será para sempre lembrada como resultado da desobediência do povo para com a aliança de Deus.
Leia MaisCarta aos Efésios mostra a união mística da Igreja com CristoA Igreja na Mongólia: a missão entre os tártaros e mongóisA Babilônia aos poucos passa a ser vista não apenas como uma potência de importância histórica, mas desempenha um papel central na narrativa bíblica como símbolo da rebelião humana contra Deus.
No Novo Testamento, a Babilônia assume um significado ainda mais profundo, representando um sistema mundial que se opõe ao Reino de Deus e que persegue aos cristãos. A queda de Babilônia passa a ser vista como a queda do mal diante de Deus.
Em outras citações bíblicas, como no capítulo 10 do livro do profeta Isaías, aparece uma profecia sobre a Assíria, país que conquistou o reino de Israel aproximadamente entre 725 e 721 a.C. Nos capítulos 13 e 14, Isaías fala sobre a Babilônia, o país que conquistou Judá aproximadamente entre 600 e 588 a.C.
Potência política e mundanismo
A antiga Babilônia é hoje considerada um dos impérios mais ricos e mais mundanos da história.
Originários dos povos amoritas que habitavam a região sul do deserto árabe, os babilônios criaram uma das civilizações que ocuparam a Mesopotâmia, região localizada entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje se encontra o moderno Iraque e parte da Turquia.
Promovendo a dominação dos acadianos que já ocupavam a região, o povo amorreu realizou um processo de expansão territorial que anexou várias cidades da Mesopotâmia, até que em meados do século XVIII a.C., o rei Hamurábi consolidou o Primeiro Império Babilônico.
Durante o seu governo centralizador e autoritário, Hamurábi ergueu a cidade de Babilônia, que se transformou em um dos mais importantes centros urbanos e comerciais da Antiguidade. Além disso, ele também foi responsável pela compilação de um importante conjunto de leis talhadas em um monumento de pedra conhecido como o Código de Hamurábi de onde se originou a tristemente célebre Lei de Talião, instrumento jurídico que de forma geral determinava a execução de penas que se igualassem aos prejuízos causados por algum delito, falha ou acidente.
Umas das maravilhas dos tempos antigos
Apesar de promover o crescimento e a prosperidade do Império Babilônico, uma série de revoltas internas somada com a invasão dos cassitas e dos hititas provocaram a queda e o desparecimento do Primeiro Império Babilônico que foi retalhado em diferentes reinos. O tempo passou e no ano de 1300 a.C., os assírios, potência militar de então, subjugaram todos os reinos que outrora formaram o Primeiro Império Babilônico.
Mais tarde, no século VII a.C., ocorreu, por sua vez, a queda dos assírios devido às invasões dos caldeus e dos medos, vindos da região onde hoje se situa o moderno Irã.
As invasões possibilitaram a criação do Segundo Império Babilônico que atingiu o seu apogeu no governo do rei Nabucodonosor. Durante o seu reinado a civilização babilônica viveu um tempo de grandes conquistas militares e de execução de diversas obras públicas.
Datam dessa época os famosos Jardins Suspensos da Babilônia que causavam inveja e espanto em todos os que os conheciam e que hoje figuram entre as principais construções arquitetônicas do Mundo Antigo, sendo considerados umas das sete maravilhas do tempo antigo.
No governo do rei Nabucodonosor os hebreus foram escravizados e levados ao cativeiro. Esse episódio, lembrado como o período do Cativeiro da Babilônia seria cantado nos salmos e em outras citações bíblicas e nunca mais esquecido. Segundo as narrativas bíblicas, depois de 50 anos, os hebreus ganharam autorização para retornarem para suas terras vindo um período de reconstrução com os sacerdotes Esdras e Neemias. Após a morte de Nabucodonosor, os persas invadiram, saquearam e dominaram a Babilônia que nunca mais se reergueu.
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