A cidade de Bangui, capital da República Centro-Africana, está com metade da população deslocada do país, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). O deslocamento aumentou cerca de 40% nas últimas duas semanas agravando ainda mais a situação. Em Bangui, são mais de 501 mil pessoas dos 935 mil deslocados do país. Somente no aeroporto da cidade são 40 mil pessoas. A crise humanitária torna-se ainda mais desumana, porque do total dos deslocados, 60% são crianças.
Foto: ACNUR/L. Wiseberg.

No aeroporto de Bangui, mais de 40 mil pessoas vivem em condições precárias.
O porta-voz do ACNUR, Babar Baloch informou que “as pessoas estão se escondendo no mato, temendo novos ataques” e que ataques civis, saques e a presença de grupos armados irregulares próximo aos locais de deslocamento dificultam o acesso das agências humanitárias às pessoas.
A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras está oferecendo cuidados médicos ininterruptos no aeroporto de Bangui desde 5 de dezembro. A clínica instalada no local realiza cerca de 200 consultas por dia.
“É uma situação muito difícil. As condições sanitárias são deploráveis e as pessoas estão vivendo com medo”, diz Rosa Crestani, coordenadora de emergência de MSF em Bangui. “Depois de deixar suas casas, elas estão buscando abrigo debaixo das asas do avião ou em qualquer outro lugar.”
A crise se agravou no país a partir do do golpe de Estado, que ocorreu em março do ano passado, e afastou do poder o presidente François Bozizé.
O apelo da Igreja
O arcebispo de Bangui, Dom Dieudonné Nzapalainga e o Imã da capital centro-africana, Omar Kobine Layama, lançaram um apelo conjunto e urgente, publicado recentemente no jornal francês Le Monde.
“Mais de dois milhões de pessoas precisam desesperadamente de ajuda e cerca de 40.000 pessoas estão acumuladas na área do aeroporto de Bangui, sem abrigo nem serviços de higiene”. Os líderes religiosos pediram ainda, o envio “de uma força da ONU para a manutenção da paz, com os recursos necessários para proteger de modo satisfatório os civis”.
“A República Centro-africana está ainda à beira de uma guerra de aspectos religiosos”, frisaram.
As instituições da Igreja Católica, Catholic Relief Services, dos Estados Unidos e a Secours Catholique, da França, lançaram campanhas para ajudar a população.
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.