Por Pe. José Luis Queimado, C.Ss.R. Em Igreja Atualizada em 24 SET 2018 - 14H40

Conhecendo os Evangelhos: Início do Sermão da Montanha

EVANGELHO Mt 5, 1-12 

1Vendo a multidão, Jesus subiu à montanha. Sentou-se, e seus discípulos aproximaram-se dele. 2 Começou então a falar e os ensinava assim: 3 “Felizes os pobres em espírito, porque é deles o Reino dos Céus. 4 Felizes os que choram, porque Deus os consolará. 5 Felizes os não violentos, porque receberão a terra como herança. 6 Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque Deus os saciará. 7 Felizes os misericordiosos, porque conseguirão misericórdia. 8 Felizes os de coração puro, porque verão a Deus. 9 Felizes os que promovem a paz, porque Deus os terá como filhos. 10 Felizes os que são perseguidos por agirem retamente, porque deles é o Reino dos Céus. 11 Felizes sereis vós, quando os outros vos insultarem e perseguirem, e disserem contra vós toda espécie de calúnias por causa de mim. 12 Alegrai-vos e exultai porque recebereis uma grande recompensa no céu. Pois foi assim que eles perseguiram os profetas que vos precederam!” 

O Sermão da Montanha

REFLEXÃO

O evangelho de Mateus, quanto à sua estrutura, está dividido em cinco narrativas e cinco discursos. Os capítulos 5º e 7º formam o primeiro discurso deste Evangelho; aí temos o conhecido Sermão da Montanha. O capítulo 10° diz respeito à fala de Jesus sobre a missão dos apóstolos. Já o capítulo 13 descreve toda a explicação de Jesus sobre o Reino. E, por fim, encontramos o sermão escatológico (sobre os fins das coisas) nos capítulos 24 e 25. Mas é exatamente sobre o primeiro discurso que nós nos debruçaremos neste texto.

 

"O conhecido Sermão da Montanha do Evangelho de Mateus é um conjunto de verdades vividas por Jesus..."

O conhecido Sermão da Montanha do Evangelho de Mateus é um conjunto de verdades vividas por Jesus, mas que também foram relegadas para todas as gerações, pois essas eram as aspirações do Mestre. Ele inverte todas as realidades, dizendo que aqueles que choram, aqueles que são perseguidos, aqueles que são misericordiosos, aqueles que são pacificadores, aqueles que são pobres de espírito e aqueles que são mansos de coração serão todos os que devem se alegrar com a sua pregação.

Já não havia esperanças para os pobres, econômica ou espiritualmente, de serem aceitos e amados numa sociedade em que um Império invasor oprimia com pesados tributos e um “deus” que arrancava até o último centavo de um povo já ultrajado para o Templo, por meio da alta casta de sacerdotes que era conivente com os invasores.

Jesus renova a vontade de viver dessa escória da sociedade. Há um novo sonho: o de todos poderem sentir o amor do verdadeiro Deus, que não queria mais sacrifícios, mas somente o bem da humanidade. “Ide aprender o que significa: ‘Prefiro a misericórdia ao sacrifício’. Com efeito, não vim chamar os justos, mas os pecadores”. (Mt 9, 13).

Jesus somente quis nos dar esperanças e forças para continuarmos a difícil caminhada neste mundo. Ele não quis que nós desanimássemos pelas andanças da vida, e, por isso, promete-nos esses acontecimentos bons em meio às possíveis turbulências no seguimento Cristão. Jesus é aquele amigo que todos gostariam de ter ao lado, pois, nos momentos em que mais necessitamos de uma palavra amiga, lá está Ele, dando motivos para não desfalecermos ante as injustiças que nos agridem todos os dias.

Vem à memória uma citação do livro O Pequeno Príncipe, do Francês Antoine de Saint-Exupéry. Quando a raposinha está conversando com o pequeno príncipe, ela lhe dizia: “Se tu vens me visitar, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às 4 horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!”. Nessas pequenas e singelas palavras, podemos ver a imagem do nosso relacionamento com Cristo. Se Ele promete estar junto de nós, então estaremos seguros e felizes. Se Ele diz que todos nós sofredores seremos consolados por seu amor, descobriremos o preço da felicidade. Por isso, não desanimemos nunca! Perseguições? Haverá muitas, mas a presença de nosso amigo nos encherá de força inesgotável para vencê-las!

Padre Queimado articulista colunista 

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