“No céu, ficaremos gratamente surpreendidos ao conhecer tudo o que Maria Auxiliadora fez por nós na terra”, disse São João Bosco, grande propagador do amor a esta devoção mariana, que se faz presente na Igreja e nas famílias cristãs nos momentos críticos desde os tempos antigos.
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Nossa Senhora nunca nos abandonou quando confiamos em sua intercessão. A história nos conta que em tempos difíceis, a invocação à Mãe de Deus foi essencial para lidarmos com grandes crises como epidemias, guerras e catástrofes.
Listamos algumas dessas devoções marianas ao longo dos séculos.
Nossa Senhora Auxiliadora
São João Crisóstomo foi o primeiro a chamar Maria com este título, em Constantinopla, no ano de 345, quando falou: “Tu, Maria, és o auxílio potentíssimo de Deus”.
O Papa Pio VII, prisioneiro de Napoleão, prometeu à Virgem que no dia em que chegasse a Roma, em liberdade, a declararia festa de Maria Auxiliadora: inesperadamente o pontífice foi libertado e chegou a Roma em 24 de maio.
Assim, Nossa Senhora é considerada defensora da fé Cristã, tanto para católicos como ortodoxos na Europa, Norte da África e Oriente Médio, que especialmente pediram o auxílio de Maria para se defender de ataques dos muçulmanos.
São Germano também orava assim:
“Ó Maria, és poderosa Auxiliadora dos pobres, valente Auxiliadora contra os inimigos da fé. Auxiliadora dos exércitos para que defendam a pátria. Auxiliadora dos governantes para que nos alcancem o bem-estar. Auxiliadora do povo humilde que precisa da tua ajuda”.
Salus Populi Romani, devoção que livrou Roma da peste
Uma das mais antigas imagens de Maria, a Salus Populi Romani, que significa "Salvação do Povo Romano".
Acredita-se que o ícone foi pintado por São Lucas, é objeto de particular veneração desde a Idade Média por parte do povo romano, que a ela recorre nos momentos de maiores perigos e desventuras.
O ícone mariano, exposto em um nicho acima do altar-mor da Capela construída pelo Papa Paulo V, é um lugar de peregrinação muito visitado.
Santos Padres já pediram a intercessão de Maria em situações parecidas: no ano de 593, o Papa Gregório I carregou a Virgem em procissão para deter a praga que assolava Roma naquela época. Em 1837, o Papa Gregório XVI orou a ela para pôr fim à epidemia de cólera.
Mais recentemente, em março de 2020, o Papa Francisco rezou diante desta imagem para implorar o fim da pandemia de Covid-19.
Virgem do Rosário na Batalha de Lepanto
No mar da Grécia, em 7 de outubro de 1571 aconteceu a última grande batalha naval da história estava sendo travada entre Cristãos e os turcos.
Em Roma, milhares de fiéis rezavam o Rosário acompanhando o Papa Pio V, que não parou de pedir a Deus, com as mãos levantadas como Moisés.
As forças cristãs eram minoria, os turcos tinham cerca de trezentos barcos de guerra no mar da Grécia, mas, por ação de Nossa Senhora, milagrosamente, as forças turcas foram aniquiladas.
A partir de então, Pio V consagrou o dia 7 de outubro como feriado a Nossa Senhora das Vitórias e mais tarde o Papa Gregório XIII mudou o nome da solenidade para "Nossa Senhora do Rosário", pois foi graças à recitação de milhares de terços rezados à Virgem que a batalha foi vencida.
Nossa Senhora de Czestochowa
Conhecida como Nossa Senhora Negra ou Nossa Senhora de Monte Claro, foi clamada sua intercessão em 1655, quando os monges se dispuseram a lutar para impedir que o Santuário de Jasna Góra caísse nas mãos dos protestantes, que queriam conquistar o local.
Os monges paulinos se encarregaram da guarda da Imagem de Nossa Senhora e de seu mosteiro, já que em outras épocas os ataques já tinham causado danos demais ao local.
Em 1656, alguns meses antes da vitória contra os suecos, o rei João Casimiro, reconhecendo o amparo da Santíssima Virgem, consagrou Nossa Senhora de Czestochowa como Rainha da Polônia. A coroação aconteceu anos mais tarde, em 1717, pelo papa Clemente 11. O momento confirmou a importância da Virgem Negra para a fé da igreja da Polônia.
Nossa Senhora Branca da Academia
No ano de 1865, uma pandemia de cólera assolava a Espanha desde 1833, com dois surtos, quando mais de 565 mil pessoas morreram.
Como a causa da doença não era conhecida, as pessoas estavam apavoradas, a situação era alarmante especialmente na cidade de Lleida.
O fundador da Academia Mariana daquela cidade organizou orações à Virgem implorando que a população se livrasse da doença, oferecendo um coração de prata doado pelos fiéis.
No entanto, eles não tinham um ícone próprio de Nossa Senhora, então a Academia Mariana realizou um concurso de imagens, que foi vencido por um jovem escultor de Barcelona, Maximiano Sala Sánchez.
Como a imagem era feita de madeira de tília, um material branco, o ícone foi chamado popularmente de Virgem Branca da Academia.
Foi assim que Lleida se livrou daquela pandemia de cólera. Em 5 de janeiro de 1946, o Papa Pio XII declarou a Virgem Maria da Imaculada Conceição, sob o patrocínio da Virgem Branca da Academia, padroeira da cidade de Lleida.
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