Diocese de São José dos Campos celebra os 35 anos da Ordenação Presbiteral de Dom Cesar Teixeira

Foto de: Nome do fotógrafo

Dom Cesar em celebração

A Diocese de São José dos Campos celebra no dia 9 de dezembro a eucaristia em Ação de Graças aos 35 anos da Ordenação Presbiteral do Bispo Dom José Valmor Cesar Teixeira. A celebração será às 19h na Catedral de São Dimas que fica na Pça Monsenhor Ascânio Brandão, 01, Jardim São Dimas.  A A12.com conversou com Dom Cesar Teixeira para saber um pouco da sua experiência nesses 35 anos como religioso.

A12.com - Como surgiu sua vocação presbiteral?
Dom Cesar - Desde pequeno estudei no Colégio Dom Bosco dos Salesianos em Rio do Sul, SC, minha cidade natal. Havia um clima muito positivo e de familiaridade entre os professores salesianos e os alunos. Minha família participava muito da vida da Igreja como também da Família Salesiana. Assim, fui amadurecendo minha opção de vida e, ainda adolescente, entrei no Seminário Salesiano de Ascurra, SC, para ser salesiano padre.  

A12.com - O senhor recebeu apoio para a sua decisão?
Dom Cesar - Recebi apoio dos meus pais, avós, tios, todos contentes com a minha decisão, sempre me apoiaram e rezaram por mim em todas as etapas de minha formação como aspirante salesiano e depois como consagrado, Salesiano de Dom Bosco.  

A12.com - O que representa para o senhor a celebração desses 35 anos de ordenação?
Dom Cesar - Representa a seriedade de um compromisso assumido como religioso e como padre. Neste ano fiz 45 aos de consagração religiosa salesiana, em janeiro. E agora, dezembro, meus 35 anos de dedicação como salesiano presbítero. Sempre tive diante de mim a frase de Dom Bosco: “eu não disse que seria fácil, mas que valeria a pena”... 

Quanta graça de Deus distribuída nestes anos todos de exercício presbiteral. Milhares de jovens e de pessoas que passaram pela minha vida e pelo meu caminho existencial e que pude ajudar a amar mais a Deus e à sua Igreja. Quantos seminaristas passaram pelas minhas mãos de formador e de professor nas Faculdades de Filosofia, Teologia e Educação. Milhares de leigos e leigas que pude ajudar a formar em sua vida cristã e profissional. Também religiosos e religiosas. Creio que pude colaborar com Deus, ainda que na simplicidade de vida, para o seu projeto de salvação.  

A12.com - Como foi a sua trajetória na Igreja até hoje?
Dom Cesar - Como Salesiano de Dom Bosco, trabalhei em todas as frentes da missão Salesiana. Especialmente na Inspetoria de Porto Alegre, mas também por diversas regiões do Brasil. Sempre estive atento aos apelos da realidade, ao apelo dos jovens e do povo simples e aos apelos da Igreja, através dos seus legítimos pastores. Assim, pude exercer os mais variados cargos e serviços na congregação e na Igreja.  

A12.com - Qual foi o seu maior desafio?
Dom Cesar - O maio desafio foi é responder com qualidade e muita fé os apelos que Deus continuamente nos faz. Assumir lugares novos para viver, assumir trabalhos educativo-pastorais diferenciados e de grande responsabilidade. Animar pessoas buscando com elas o sentido da vida. Ver, às vezes, tantos jovens se perdendo e jogando suas vidas fora por falta de reflexão, por pressa na ação, ou por envolvimento com a violência, a droga, o sem sentido da existência.

A12.com - Qual o foco do seu trabalho como bispo de São José dos Campos?
Dom Cesar - Tenho a responsabilidade de governar e animar esta Diocese tão querida e tão cheia de vida. Uma Diocese vibrante na presença dos povos, dos jovens, de inúmeras forças evangelizadoras, com tantos carismas diversos. Estou aqui há 190 dias e estou dando o melhor de mim para que o Reino de Deus continue a se dilatar entre nós. Estou pensando na Assembleia Diocesana e no Plano Diocesano de Pastoral, como um mapa de navegação para a vida e a ação da Diocese.  

Foto: Divulgação

Posse de Dom Cesar como Bispo de SJC em maio de 2014.

A12.com - O senhor pode explicar os dois lemas que marcam a sua trajetória vocacional?
Dom Cesar - “Reconheceram-no ao partir o pão” (Lc 24, 32) – é o meu lema de ordenação presbiteral. Estávamos no final dos anos setenta e as preocupações com a fé traduzida em obras era uma constante. Nossas aulas de teologia nos chamavam para a atenção necessária para com a vida do povo. Os documentos da CNBB nos incentivavam a viver uma fé coerente e responsável com a situação do povo e da nação. Assim busquei colocar meu sacerdócio ministerial sob a ótica do encontro de Jesus com os discípulos de Emaús. De reconhecer Jesus em sua pessoa e em sua ação: (repartir o pão), em confessar a fé Nele, que com suas palavras havia despertado a fé e o ardor no coração dos discípulos desanimados. Enfim, viver minha vida de padre anunciando com os discípulos de Emaús que disseram a Jesus: “fica conosco Senhor”... e que correram a Jerusalém para contar aos outros: “vimos o Senhor”...

 “Somos de Deus” (1 Jo 4, 6)​ – meu lema episcopal. Depois do susto da nomeação, me debrucei sobre o Novo Testamento para escolher o Lema de minha ordenação episcopal. Escolhi os escritos do Apóstolo São João, o último apóstolo a morrer e que mais viu o desenvolvimento da Igreja primitiva. Escolhi sua primeira carta, porque o apóstolo faz uma análise e uma avaliação das primeiras comunidades como que jogando luz sobre o futuro da vida da Igreja. E assim, me detive no capítulo quarto, onde ele apresenta as atitudes e as opções de vida de quem é de Deus e de quem não é de Deus. E finalmente, depois de sua profecia, declara: “NOS EX DEO SUMUS”, – SOMOS DE DEUS. É isso que quero ser sempre em minha vida episcopal e é isso que quero que o povo a mim confiado possa sempre professar: “somos de Deus”.