No dia 02 de fevereiro, a Igreja celebra a Apresentação de Jesus no Templo e também o Dia Mundial da Vida Consagrada. O Arcebispo de Porto Alegre e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, Dom Jaime Spengler, afirmou que expressar reconhecimento pela obra de evangelização realizada pelos consagrados e consagradas ainda é pouco, diante de tantas inciativas e frentes alçadas em distintas regiões do Brasil.
O Arcebispo falou sobre a missão dos consagrados e consagradas em ser testemunhas do Reino de Deus, anunciado por Jesus.
“Através da profissão dos conselhos evangélicos, os consagrados e consagradas escolheram e abraçaram um caminho especial de seguimento de Cristo, para se dedicarem a Ele e à causa do Reino por Ele anunciado, de coração indivisível”.
Ele acrescentou que as pessoas que abraçam a Vida Consagrada deixam tudo para estar com Cristo e colocar-se, como Ele, a serviço de Deus e dos irmãos e irmãs. A história da Igreja do Brasil é marcada pelo testemunho de uma miríade de consagrados. Quanto bem se fez e se faz através do empenho e dedicação de mulheres e homens que assumiram e assumem o Evangelho como regra de vida!
“Expressar reconhecimento e gratidão por todo bem realizado em prol da obra da evangelização entre nós, por esta parcela particular da comunidade de fé, é pouco diante de tantas iniciativas, de tantas frentes de evangelização em distintas regiões de nosso imenso território”.
Sobre a pastoral vocacional, Dom Jaime lembrou que ela tem a tarefa de apresentar à comunidade de fé a beleza e dignidade da consagração, através da profissão dos conselhos evangélicos. Ela é desafiada a propor às novas gerações esse estilo de vida na sua radicalidade e simplicidade.
“No entanto, a melhor forma de promover a vida consagrada não consiste na criação de metodologias, organização, planejamento e estratégias. Isto é também necessário. Contudo, decisivo é o testemunho de vida de cada consagrado e de cada comunidade de vida consagrada. Há um ditado que diz o seguinte: “as palavras convencem, mas os exemplos arrastam”.
O exemplo de vida comunitária, baseado no princípio da ‘mesa comum, caixa comum, capela comum’ e sustentado por uma vida autenticamente fraterna, onde cada membro da fraternidade cuida do outro e se deixa também cuidar pelo outro, onde as tarefas são assumidas em fraternidade, onde se faz sentir a alegria do Evangelho, na simplicidade e na generosidade, ali implicitamente se promovem vocações. Onde o senso de pertença à família religiosa se faz sentir e a corresponsabilidade é visível, se manifesta também o desejo de outros de participar da forma de vida”.
A Vida Consagrada vale a pena, que é caminho de realização e felicidade. Ele citou o exemplo de São Paulo VI, que usou uma expressão muito bela e que, de algum modo, continua tendo validade em nossos dias: “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”.
:: Vocação Religiosa: Chamados a irradiar alegria
Para Dom Jaime, não podemos esquecer que o primeiro mandamento do Senhor ao falar de operários para a vinha é rezar; “Pedi ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe”. “Será que, em nossas comunidades religiosas, em nossas Paróquias, estamos rezando pelas vocações à Vida Consagrada? Como rezamos?”, indagou.
Dom Jaime deixou uma mensagem aos consagrados:
“O mundo não cessa de mudar e nos interpelar. É justamente neste momento histórico que a Vida Consagrada não deve temer realizar uma autocrítica, avaliar as formas de atuação e, talvez, se aprofundar, delineando novas formas de atuação em, talvez, outros contextos. Também não se trata de adaptar-se à mentalidade do mundo, mas de resgatar os princípios fundamentais da Vida Consagrada, compreender o que significa 'ser sinal de contradição' e lançar-se corajosamente na tarefa de anunciar e testemunhar ao mundo que o Evangelho é vida, e vida em plenitude; que a Vida Consagrada vale a pena, que é caminho de realização e felicidade. Não podemos ter medo! O Senhor prometeu estar com os seus todos os dias, até o final dos tempos. As contradições que encontramos e as fragilidades que se fazem sentir são condição para avançar com ainda maior determinação no caminho proposto e assumido. Vale a pena , talvez, aqui recordar o que dizia D. Helder Câmara: ‘Quando os problemas se tornam absurdos, os desafios se tornam apaixonantes’”.
Fonte: CNBB - cnbb.org.br
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