Dom Vincenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício da Família, disse em conferência de imprensa nesta quarta-feira, 4, que Dom Oscar Romero pode ser considerado um "mártir da Igreja do Vaticano II" por sua atuação em nome dos mais pobres.
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"Romero é verdadeiramente um mártir da Igreja
do Vaticano II, uma Igreja que é mãe de todos,
particularmente dos mais pobres"
(Dom Vicenzo Paglia).
"Romero é verdadeiramente um mártir da Igreja do Vaticano II, uma Igreja que é mãe de todos, particularmente dos mais pobres", sublinhou Dom Vincenzo que é o postulador da causa de Dom Oscar Romero.
Dom Romero foi assassinado em 24 de março de 1980 por um franco-atirador enquanto pronunciava uma homilia na capela do hospital do câncer La Divina Providencia, em São Salvador (El Salvador, na América Central). O arcebispo sempre se caracterizou por defender os mais pobres e desprotegidos durante o conflito armado salvadorenho (1980-1992).
O processo de canonização de Dom Romero começou em 1994 e teve apoio público dos papas João Paulo II e Bento XVI. Na entrevista de hoje, Dom Vicenzo Paglia revelou que foi o Papa emérito Bento XVI a desbloquear a causa de canonização, em dezembro de 2012, e recordou que São João Paulo II, em 2000, quis incluir Dom Oscar Romero na celebração do Jubileu dos Mártires.
Dom Vincenzo contou ainda que a decisão sobre o martírio mereceu um juízo “unânime” da comissão teológica e da comissão dos cardeais que analisaram o caso. O responsável sustentou que a acusação de comunismo era uma “acusação fácil” que se fazia contra quem estava perto dos pobres e recordou que o prelado salvadorenho foi morto durante a Missa e não em casa ou na rua.
Nos três anos em que serviu as comunidades católicas da capital de El Salvador, o arcebispo Romero denunciou a repressão do regime militar e da violência praticada pelos esquadrões da morte. O postulador sublinhou ainda que foi providencial o fato de que o arcebispo salvadorenho seja declarado beato pelo primeiro Papa sul-americano da história, que pede “uma Igreja pobre para os pobres”.
Com a publicação do decreto que reconhece o martírio de Dom Oscar Romero, autorizado pelo Papa Francisco, não será preciso aguardar um milagre por intercessão do bispo para torná-lo beato, somente para a canonização. Agora o processo segue aguardando a data da celebração de beatificação.
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