Por Elisangela Cavalheiro Em Igreja

Guerra civil na Síria deixa 1 milhão de crianças refugiadas

A Organização das Nações Unidas, a ONU anunciou nesta sexta-feira (23) que o número de crianças refugiadas pela guerra civil na Síria chegou a 1 milhão. 

O número torna-se ainda mais impressionante e terrível porque representa metade dos dois milhões de sírios que deixaram o país desde o início dos conflitos em 2011.
"Não é só mais um número. São crianças tiradas de suas casas e, às vezes, até de suas famílias, enfrentando horrores que só agora começamos a compreender", afirmou Anthony Lake, diretor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), órgão que compilou os dados em conjunto com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

A maior parte das crianças refugiadas estão vivendo em campos no Líbano, Jordânia, Turquia, Irã e Egito. Números atualizados indicam que 740 mil delas têm menos de 11 anos da idade.

Além do dano físico e psicológico, as crianças sofrem também com a exposição ao trabalho infantil, casamentos precoces, exploração sexual e tráfico humano.

Os dados fazem frente com a recente divulgação do uso de armas químicas contra subúrbios de Damasco, ocorrido na última quarta-feira (21), que fizeram segundo as últimas informações 494 vítimas, mas há grupos que registram mais de mil mortos. Entre as vítimas, dezenas de crianças.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse em encontro na Coreia do Sul que "qualquer uso de armas químicas em qualquer lugar, por qualquer pessoa, sob quaisquer circunstâncias, representa uma violação do direito internacional. Tal crime contra a humanidade deve resultar em graves consequências para o agressor".

O arcebispo Silvano Maria Tomasi, Observador permanente da Santa Sé, junto a ONU em Genebra disse à Rádio Vaticano que a crise agrava-se a cada dia e comentou o possível uso de armas químicas na região de Damasco:

“A Comunidade internacional está se preocupando, justamente, sobretudo com os últimos acontecimentos na Síria, que causaram centenas e centenas de mortos. A primeira observação a ser feita é aquela já feita pelo Santo Padre, ou seja, que a violência não traz nenhuma solução; portanto, é preciso retomar o diálogo, em vista do próximo encontro em Genebra, onde os representantes de todas as partes da sociedade síria poderão expor suas razões e, ao mesmo tempo, criar uma espécie de governo de transição. Este poderia ser um bom meio para deter a violência, como também para não enviar armas à oposição e ao governo. Outra observação seria a de não fazer uma leitura parcial da realidade da Síria e do Oriente Médio. É preciso levar em conta todos os aspectos que criam esta situação de violência e de contínuo conflito. Logo, é preciso respeitar cada cidadão e fazer com que as identidades religiosas, étnicas e políticas possam agir em um contexto de diálogo".

O arcebispo afirma que é preciso ter cautela ao assegurar o uso de armas químicas em Damasco:

“A experiência de ataques semelhantes no Oriente Médio, Iraque e Afeganistão, demonstra que o uso de tais armas não leva a nenhum resultado construtivo. Vale sempre o princípio de que 'com a guerra se perde tudo'. Sobre um eventual ataque químico, nunca se deve julgar de antemão, sem ter certeza dos fatos. A Comunidade internacional, através dos observadores das Nações Unidas, que já estão presentes na Síria, vão esclarecer esta nova tragédia. No entanto, não se pode fazer acusações gratuitas". 

Fotos: ACNUR. 

 

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