Por Elisangela Cavalheiro Em Igreja

O trabalho de inclusão realizado pela Pastoral da Pessoa com Deficiência

Missa dos 4 anos da pastoral da pessoa com deficiência da Arquidiocese do Rio no dia 31 de out de 2014.

Especialmente neste dia 3 de dezembro, em que é comemorado o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, o A12 traz uma entrevista sobre o trabalho inclusivo realizado pela Igreja Católica por meio da Pastoral da Pessoa com Deficiência.

Prestando assistência e contribuindo na efetivação dos direitos das pessoas com deficiência, mas também promovendo a valorização de seus talentos, oferecendo oportunidades para a participação na vida comunitária da Igreja, essa pastoral imita as atitudes de acolhimento tão insistentemente realizadas por Jesus em sua vida pública. 

Para falar sobre essa missão de amor desenvolvida pela Igreja, o A12 conversou com o assessor nacional da Pastoral dos Surdos, o professor César Bacchim do Rio de Janeiro (RJ). 

Para Bacchim, que trabalha na Pastoral da Pessoa com Deficiência na Arquidiocese do Rio, o preconceito é como um “nó” que impede a inclusão e o respeito ao diferente. Abaixo, a entrevista. 

A12 – O senhor percebe algum avanço na relação da sociedade com as pessoas com deficiência?
César Bacchim – Sim. Tem havido muitos avanços. Podemos citar o mundo da cultura, do teatro. No Rio de Janeiro temos tido peças com áudio descrição, intérpretes em LIBRAS, espaço para cadeirantes. Tudo isso faz com que a pessoa com deficiência tenha seus direitos respeitados.

A dimensão do lazer, do ócio, da ludicidade é esquecida, quando se refere à pessoa com deficiência. É preciso mudar essa mentalidade: pessoas com deficiência também viaja, passeia, frequenta praias, cinemas etc.

Outros avanços são as cotas de empregabilidade exigida às empresas brasileiras. Contudo, vemos que muitas não cumprem esta legislação, mas já existe.

O preconceito é outro nó que em nada ajuda para extirpar de uma vez por todas a falta de respeito às pessoas com algum tipo de deficiência. Mas isto levará ainda décadas: a educação dada nos lares e a mídia podem ajudar muito nesse campo.

Há muito por fazer e por refletir sobre o diferente em nossa sociedade brasileira. 

A12 – Como a Pastoral da Pessoa com Deficiência colabora para a inclusão dessas pessoas? 
César Bacchim – A Pastoral da Pessoa com Deficiência tem por objetivo principal a inclusão e o acolhimento a essas pessoas. Espaços têm sido dados dentro das comunidades. Praticamente em todas as Dioceses do Brasil há algum movimento ou ação ligada às deficiências.

A CF/2006 foi um marco histórico para um avanço da inclusão nas igrejas, nas catequeses, nos grupos de jovens.

Existem bispos em diversas dioceses que estão à frente ou acompanhando esse trabalho juntos aos surdos, por exemplo.

 

"A inclusão é um ato evangélico, uma ação que encontramos em Jesus, quando Ele ia ao encontro do outro..."

A inclusão é um ato evangélico, uma ação que encontramos em Jesus, quando Ele ia ao encontro do outro: do surdo, do cego, do paralítico, da viúva, das crianças, da pecadora etc.

São atitudes bastante cristãs, mas que ainda temos receio, ou até tabu para abrir nossas portas ao outro, o desconhecido. 

A12 – Neste dia em que se comemora o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, qual a mensagem que o senhor deixa para a sociedade? 
César Bacchim – A mensagem é para aqueles que estão junto ou acompanhando alguma pessoa com deficiência e especial aos surdos, aos cegos, aos cadeirantes e aos com deficiência intelectual.

Ser no mundo como diferente é um sinal de Deus. Deus nos fez, com seu gesto criador e amoroso, dotados de qualidades e de imperfeições humanas, todos nós, seres humanos.

 

"A pessoa com deficiência não pede esmola ou piedade de quem quer que seja, pede apenas que a acolha e respeite em sua dignidade e em seu estar no mundo".

A pessoa com deficiência não pede esmola ou piedade de quem quer que seja, pede apenas que a acolha e respeite em sua dignidade e em seu estar no mundo. Caberá, pois a cada um de nós, sempre um atitude, um gesto de delicadeza para com o outro, criado à imagem e à semelhança de Deus – amor.

Agradecemos a todos aqueles que atuam junto a essas pessoas, quer sejam agentes da pastoral, profissionais da medicina, das terapias. Eles fazem um bem impagável e deixam no coração da pessoa com deficiência esperança e acima de tudo, solidariedade.

 

 

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