Por Polyana Gonzaga Em Igreja Atualizada em 16 OUT 2019 - 10H25

Perito do Sínodo fala sobre o trabalho realizado e quais serão os próximos passos

Polyana Gonzaga/ A12
Polyana Gonzaga/ A12
Padre Agenor é perito no Sínodo para Amazônia


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Sínodo da Amazônia já soma 10 dias de intensos trabalhos, com muitas propostas, discussões e pautas. A equipe do A12 está em Roma cobrindo todo este momento. Direto dos corredores do Sínodo, a reportagem do A12 conversou com o Padre Agenor Brighenti. Ele é doutor em ciências teológicas e religiosas, especialista em pastoral social e planejamento pastoral.

O sacerdote tem um currículo extenso e teve a oportunidade de ser perito do Celam, na Conferência de Santo Domingo e da CNBB em Aparecida. Agora também é perito no Sínodo para a Amazônia e explica o trabalho realizado até o momento, os próximos passos e compartilha expectativas.

Veja abaixo a entrevista na íntegra.

A12 - Qual é o papel do perito no Sínodo?

Padre Agenor Brighenti - Estar atento a tudo que se reflete, que se fala nos diversos espaços, contribuir enriquecendo o trabalho nos círculos menores e enviar contribuições. Em outra fase do trabalho, o objetivo é contribuir com a equipe de redação do relato final, em que colabora-se com a comissão de redação, complementando textos, fundamentando, desenvolvendo temas e assuntos que vêm da Assembleia dos Padres sinodais. Nós recolhemos, sistematizamos e colaboramos com a comissão de redação.

A12 - Como foi receber o convite para colaborar com o sínodo?

Padre Agenor Brighenti - Embora toque questões regionais, o Sínodo para Amazônia tem repercussão e implicações universais. As questões que tocam a Igreja na Amazônia como, por exemplo, comunidades eclesiais, a questão dos ministérios, o modo como a Igreja se expressa e se configura na região, no fundo, diz respeito a Igreja como um todo e da mesma forma as questões ligadas a ecologia. A gente sabe que a Amazônia, embora seja uma região, traz implicações em todo o planeta. Eu já vinha colaborando com a Repam em tempos anteriores de preparação e foi uma surpresa. A gente faz o serviço com muita alegria.

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A12 - Como avalia os trabalhos do sínodo até o momento?

Padre Agenor Brighenti - O trabalho da primeira semana, foi mais de ouvir os padres sinodais e o chamados auditores na aula principal e depois tivemos também dois dias de trabalho nos círculos menores. É um período de ouvir os delegados e aqueles que vieram aqui trazendo a voz de seus povos, de seus países e suas Igrejas. O próximo passo é formular textos e contribuições em forma de proposições, já pensando no relatório final, que será, depois, apreciado, julgado, e votado pelos padres sinodais.

A12 - Qual a expectativa do senhor para às possíveis decisões do Sínodo?

Padre Agenor Brighenti - A Igreja na Amazônia tem muitos desafios e existe muito empenho de quem está lá trabalhando, seja bispos, presbíteros, religiosas, leigos e leigas, o trabalho muito estreito que a Igreja faz com as comunidades indígenas, com a sociedade em geral, com o poder público, tanto no interior, como também nas cidades. Se espera que chegue algum tipo de resposta a toda essa demanda que chega ao sínodo. O que se quer Amazônia é uma Igreja mais presente, mais evangelizadora, que tenha quadros mais estáveis, porque há carência de agentes e de presbíteros. A realidade de hoje por lá é de uma presença de visita, muito mais do que de permanência. Todas essas demandas, sobretudo a questão indígena, a questão ecológica. Os que estão aqui esperam que tudo isso possa confluir para que a Igreja evangelize de maneira mais efetiva nestes nove países.

A12 - De que maneira o Papa tem escutado sobre estas questões?

Padre Agenor Brighenti - Ele participa de todas as sessões, está presente, escuta atentamente, aplaude e também intervém em alguns momentos. Dá a sua visão e faz a sua síntese e indicações que têm sido muito úteis, sobretudo por fazer uma participação simples, humilde, presente em todos os espaços, seja nos momentos de cafezinho ou corredores. Cria-se se um clima de confiança mútua.

Até mesmo os indígenas que estão aqui presentes, que no começo estavam um pouco apreensivos e não eram acostumados com este tipo de espaço, já estão muito mais soltos e intervêm com profetismo e liberdade.

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