Mundo

Uma constante em tempos de mudanças

Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.

Escrito por Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

09 SET 2022 - 08H21 (Atualizada em 09 SET 2022 - 09H23)

Usama-Abdullah Designer/ Shutterstock

Diante da morte da Rainha Elizabeth II, surge uma reflexão sobre a imagem da monarquia britânica no cenário mundial. A figura do monarca, em qualquer país que ainda se tenha como sistema político a monarquia parlamentar ou constitucional, vê em seu governante supremo a figura de uma estabilidade maior e, como uma “grande mãe” ou “grande pai”, o rei ou a rainha exerce uma figura basilar e fundamental para a construção identitária daquela sociedade.

O que vemos na Inglaterra é a figura de uma mulher que chegou ao trono aos 27 anos e passou 70 anos reinando e acompanhando as mudanças na sociedade e na política internacional. Vivenciou a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria; a queda do muro de Berlim e a chegada do homem à lua; a virada do milênio e os grandes fatos que marcaram os séculos XX e XXI.

A figura da Rainha Elizabeth II sempre foi algo que cativou milhares de pessoas ao redor do mundo. E agora, com seu falecimento, vemos um dos pilares que conservavam os conhecimentos e experiências do século passado e do atual, e que ainda contribuía para a cultura e reflexão, não apenas de sua nação, mas do mundo.

Leia MaisFrancisco lembra o incansável serviço ao bem realizado por ElizabethPapa parabeniza Elizabeth II pelos 70 anos de reinadoChega ao fim uma era. Com a morte da Rainha, vemos o crepúsculo das grandes figuras que lideraram as nações durante os períodos mais sombrios da humanidade, e que mantinham uma constante em tempos tão confusos como hoje, onde a subjetividade toma conta da sociedade.

Estas figuras, que hoje adentram os grandes salões da eternidade, mantinham a humanidade em um constante alerta de que é preciso manter a calma e não se antecipar diante do futuro.

“Caiu a torre de Londres” e, para o cenário mundial, em que a monarquia britânica sempre foi um exemplo de constância e estabilidade, mantendo uma tradição de séculos e uma cultura histórica formidável, o que vemos hoje não é apenas a morte de uma chefe de Estado, mas é a morte de uma figura histórica.

Elizabeth II ultrapassou décadas vendo as mudanças acontecerem na sociedade e no mundo, e manteve-se fiel à sua tradição que, aos poucos, também foi adaptando-se ao mundo modernizado, mas sem perder a sua própria essência.

É isso que devemos tirar de ensinamento com o falecimento da Rainha: que diante da modernidade, devemos estar atentos para não perdermos a própria identidade e cairmos num subjetivismo extremo.

Escrito por
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

Missionário Redentorista, Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e estudante de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP.

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Por Redação A12, em Mundo

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