Diante da morte da Rainha Elizabeth II, surge uma reflexão sobre a imagem da monarquia britânica no cenário mundial. A figura do monarca, em qualquer país que ainda se tenha como sistema político a monarquia parlamentar ou constitucional, vê em seu governante supremo a figura de uma estabilidade maior e, como uma “grande mãe” ou “grande pai”, o rei ou a rainha exerce uma figura basilar e fundamental para a construção identitária daquela sociedade.
O que vemos na Inglaterra é a figura de uma mulher que chegou ao trono aos 27 anos e passou 70 anos reinando e acompanhando as mudanças na sociedade e na política internacional. Vivenciou a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria; a queda do muro de Berlim e a chegada do homem à lua; a virada do milênio e os grandes fatos que marcaram os séculos XX e XXI.
A figura da Rainha Elizabeth II sempre foi algo que cativou milhares de pessoas ao redor do mundo. E agora, com seu falecimento, vemos um dos pilares que conservavam os conhecimentos e experiências do século passado e do atual, e que ainda contribuía para a cultura e reflexão, não apenas de sua nação, mas do mundo.
Leia MaisFrancisco lembra o incansável serviço ao bem realizado por ElizabethPapa parabeniza Elizabeth II pelos 70 anos de reinadoChega ao fim uma era. Com a morte da Rainha, vemos o crepúsculo das grandes figuras que lideraram as nações durante os períodos mais sombrios da humanidade, e que mantinham uma constante em tempos tão confusos como hoje, onde a subjetividade toma conta da sociedade.
Estas figuras, que hoje adentram os grandes salões da eternidade, mantinham a humanidade em um constante alerta de que é preciso manter a calma e não se antecipar diante do futuro.
“Caiu a torre de Londres” e, para o cenário mundial, em que a monarquia britânica sempre foi um exemplo de constância e estabilidade, mantendo uma tradição de séculos e uma cultura histórica formidável, o que vemos hoje não é apenas a morte de uma chefe de Estado, mas é a morte de uma figura histórica.
Elizabeth II ultrapassou décadas vendo as mudanças acontecerem na sociedade e no mundo, e manteve-se fiel à sua tradição que, aos poucos, também foi adaptando-se ao mundo modernizado, mas sem perder a sua própria essência.
É isso que devemos tirar de ensinamento com o falecimento da Rainha: que diante da modernidade, devemos estar atentos para não perdermos a própria identidade e cairmos num subjetivismo extremo.
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