Na noite mais importante do calendário cristão, a Vigília Pascal, há um momento que se destaca pela sua beleza e profundidade: o canto da Proclamação da Páscoa, também chamado de Exultet.
Antigo e solene, esse hino é entoado logo após a entrada do Círio Pascal e tem raízes profundas na tradição da Igreja. Seu significado vem da força ao proclamar a vitória da luz sobre as trevas e coloca os fiéis diante do maior mistério da fé: a Ressurreição de Cristo.
Relembre o canto:
O apóstolo Paulo já mencionava a celebração pascal em sua carta aos Coríntios (1Cor 5,7-8), o que mostra como, desde os primeiros tempos, a Páscoa era o centro da vida cristã.
Já no século II, cristãos passavam a noite em vigília, lendo a Bíblia, especialmente o capítulo 12 do livro do Êxodo. A recordação da libertação do povo hebreu era também a memória da Ceia do Senhor e do Ágape Cristão.
Mais tarde, entre os séculos IV e V, a liturgia pascal passou a destacar o capítulo 14 do Êxodo: a travessia do Mar Vermelho. Para Santo Agostinho, a Páscoa é a “passagem do Senhor”, que, pela sua paixão e morte, alcança a vida e arrasta consigo todos os que nele creem.
Essa visão moldou a liturgia da Vigília como a conhecemos hoje, especialmente após as reformas do Papa Pio XII e do Concílio Vaticano II.

A Vigília começa com a Liturgia da Luz. O fogo novo é abençoado e o Círio Pascal é preparado com cinco grãos de incenso, que representam as chagas de Jesus. O celebrante entra com o círio na igreja escura e proclama: “Eis a luz de Cristo!”. A luz vai se espalhando entre os fiéis, que acendem suas velas.
É nesse ambiente que ressoa o Exultet, proclamado por um diácono, pelo próprio sacerdote ou Ministério de Músicos. Este não é um canto comum, mas sim uma oração de louvor e anúncio da Ressurreição.
É um convite à alegria: a terra, o céu, os anjos e toda a Igreja são chamados a exultar pela vitória de Cristo sobre a morte.

O Exultet une teologia e poesia. Sua origem remonta à tradição latina e carrega a espiritualidade de Santo Agostinho e Santo Ambrósio. Nele, há um reconhecimento ousado: o pecado de Adão é chamado de “feliz culpa”, porque foi por meio dele que Cristo veio ao mundo.
Esse trecho, muitas vezes impactante para os ouvintes, expressa a misericórdia divina: onde houve queda, houve também redenção. O Exultet nos mostra que nada está perdido. Tudo pode ser transformado pela luz do Ressuscitado.
Durante o canto, todos permanecem em pé, com as velas acesas. O Círio é incensado. A Igreja está viva, em comunhão. Quando o canto termina, as velas se apagam. Fica a chama do Círio, sinal de Cristo ressuscitado, iluminando a escuridão do mundo.

A Proclamação da Páscoa é um aviso da Boa Nova: Jesus venceu a morte e ressuscitou! Com este canto, os cristãos são convidados a viver hoje como filhos da luz.
Ao ouvir o Exultet, relembramos a Igreja Primitiva e somos inseridos no mistério da Ressurreição e chamados a caminhar com Cristo Ressuscitado.
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Fonte: CNBB/Diocese de Campanha
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