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A arte e a cultura como ferramenta de evangelização

Mascote do Jubileu 2025 é um desenho e visa motivar mais pessoas a participarem do Jubileu

Escrito por Laís Silva

28 NOV 2024 - 16H10 (Atualizada em 29 NOV 2024 - 12H53)

© Tokidoki designed by Simone Legno

Os mascotes de eventos sempre foram figuras alegres, com o intuito de mobilizar, unir, animar e incentivar as pessoas a participarem da programação de um grande evento. Temos como exemplos conhecidos os mascotes das Copas do Mundo e até mesmo das Olimpíadas.

Esses personagens costumam trazer a identidade e a cultura do país-sede do encontro, do público-alvo ou até mesmo do próprio evento, e ainda promover o engajamento com o público, incentivando a participação e promovendo o acolhimento.

Além de tudo isso, eles ainda são fortes ferramentas para o marketing, já que a identificação da marca gera um engajamento e um aumento no interesse do público. Mas se eles podem promover tudo isso, por que não usar mascotes como uma ferramenta de evangelização?

Foi isso que a organização do Jubileu da Esperança pensou ao criar a “Luce”, a mascote para o Jubileu de 2025 que tem em seus traços a cultura pop e kawaii.

Com sua capa amarela, da cor da Santa Sé, ela vem para mostrar a jornada diante das tempestades do caminho. Seus cabelos e olhos azuis representam a esperança dos cristãos e suas botas sujas remetem à peregrinação, de quem percorre longos caminhos para chegar ao seu destino. São detalhes ricos em cultura, mas que também trazem a mensagem do Jubileu, incentivando todos nós para, assim como ela, sermos “Peregrinos da Esperança”.

Além dos mascotes, a cultura e o desenho são usados também para fortalecer uma mensagem. Por exemplo, aqui no Santuário Nacional de Aparecida, a identidade visual da Novena da Padroeira, já há alguns anos, mistura elementos gráficos e desenhos produzidos pela equipe do Departamento de Criação e Comunicação Interna do Santuário, contando uma história e refletindo o tema proposto por meio da arte apresentada.




Cláudio Machado, designer do departamento, contou ao A12 como é saber que o seu trabalho é uma ferramenta de evangelização.

“É um misto de várias coisas: responsabilidade, gratidão, reconhecimento, confiança e medo também. Afinal, a Novena e Festa da Padroeira é o maior evento de devoção e celebração da fé no Brasil, e a identidade tem que conversar com todos os públicos. Desde o devoto mais leigo até o mais sábio, teologicamente falando. E como o livreto traz uma história sequencial, que se inicia na quarta capa e tem seu foco na capa, toda arte tem que ser pensada para ser de fácil entendimento, que seja clara a proposta de evangelizar”.

Núcleo de Comunicação Institucional e Criação do Santuário Nacional
Núcleo de Comunicação Institucional e Criação do Santuário Nacional

O designer ainda explica que, no audiovisual é possível abordar de uma maneira mais fácil, pois a vinheta animada tem 30 segundos para mostrar todo o desenho e apresentar a emoção e a proposta da temática. Mas e quando tudo isso tem que ser sentido também em uma imagem estática?

“É essa a pergunta que sempre me faço em todo início de Novena. Aí é onde eu preciso me evangelizar primeiro, para que a mensagem seja passada adiante. É onde minha conexão com o Divino tem que ser mais forte e deixar que Ele flua e me auxilie no que deve ser feito. A evangelização não pode ter erros; ela tem que ser autêntica e respeitosa, tem que ser relevante e adequada, tem que ser compreendida. Acredito que, no fim, eu consiga transparecer tudo isso. E fico feliz, muito feliz, quando, nos mínimos detalhes, o devoto consegue contemplar e absorver o propósito para o qual a arte foi feita”.

Quando nos deparamos com desenhos um pouco mais modernos em locais que não estamos habituados a ver, isso pode nos causar uma sensação de estranhamento, como, por exemplo, no Jubileu, um evento da Igreja Católica que, pela primeira vez, nos apresenta uma mascote. Mas as culturas pop, geek e até outras culturas mais jovens têm alcançado espaço em diversas áreas, principalmente por conta dos avanços tecnológicos.

“A cultura geek, tempos atrás, era vista de uma forma pejorativa, pois caracterizava aquela vertente do 'nerd' que adora ficção científica, fantasia, quadrinhos, tecnologia, filmes e jogos. Mas ela passou a ser mais comum e uma tendência atual, pois vivemos em uma geração que, querendo ou não, gira em torno desses interesses citados”.

Diante dos avanços tecnológicos, do crescimento dessas culturas modernas que envolvem a arte, somos constantemente inseridos em ambientes que nos apresentam novas maneiras de comunicar, viver e evangelizar.

“Somos mais geeks do que pensamos ser. Então por que não comunicar com o público dessa mesma forma? Acredito que a influência da cultura geek cada vez mais se fará presente em nossas vidas. É normal que a Igreja procure se modernizar para comunicar com o público de uma maneira mais adequada à maneira como vivemos hoje em dia, utilizando desses atributos”.

Os desenhos são ferramentas poderosas para a evangelização, pois conseguem transmitir mensagens de fé de maneira acessível para diversos públicos, gerando uma identificação, uma curiosidade ou até mesmo um sentimento de alegria ao ver a imagem. Desta forma, podemos avaliar que os desenhos inspiram e fortalecem a fé, promovendo uma evangelização criativa e eficaz.

Fonte: Vatican News,

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