Notícias

“Ainda vale a pena ser padre”, diz o Cardeal You

Uma grande motivação do prefeito do Dicastério para o Clero para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações

Escrito por Redação A12

19 ABR 2024 - 08H40 (Atualizada em 19 ABR 2024 - 09H32)

Vatican Media

No quarto domingo da Páscoa (21), a Igreja celebra o 61º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Nesta oportunidade, o tema proposto pelo Papa Francisco é: “Chamados a semear a esperança e a construir a paz”.

Todos os fiéis são convidados a rezar pelas vocações, de modo particular à oração para implorar do Pai o dom de santas vocações para a edificação do seu Reino. “Rogai ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe” (Lc 10, 2), foi o trecho do Evangelho citado pelo Santo Padre.

Em sua mensagem especial para a ocasião, Francisco nos lembra de que o chamado divino não é algo que deve ser imposto de fora, em nome de um ideal religioso, mas é antes tudo, a maneira mais segura que temos de alimentar o desejo de felicidade que trazemos no íntimo de nossos corações.

Aproveitando este dia tão especial de orações, o L’Osservatore Romano, jornal diário da Cidade do Vaticano que relata as atividades da Santa Sé e os eventos que ocorrem na Igreja e no mundo, entrevistou o Cardeal coreano Lazzarus You Heung-Sik, Prefeito do Dicastério para o Clero, que respondeu às perguntas a seguir sobre as vocações.

Confira!

Vatican Media
Vatican Media


O que é uma vocação?

“Antes de pensar em qualquer aspecto religioso ou espiritual, a vocação é essencialmente o chamado para ser feliz, para tomar a vida em suas próprias mãos, para realizá-la plenamente e não desperdiçá-la. Deus se fez próximo em Seu Filho Jesus e quer nos atrair para o abraço de Seu amor; assim, graças ao Batismo, nos tornamos parte ativa dessa história de amor e, quando nos sentimos amados e acompanhados, nossa existência se torna um caminho para a felicidade, para uma vida sem fim.”

Mas como se reconhece uma vocação e qual é a sua relação com os desejos?

“Para sermos felizes - e a felicidade é a primeira vocação compartilhada por todos os seres humanos - é necessário que não cometamos erros em nossas escolhas de vida, pelo menos as fundamentais. é necessário discernimento, que é basicamente a arte espiritual de entender, com a graça de Deus, o que devemos escolher em nossa vida. O discernimento só é possível se ouvirmos a nós mesmos e ouvirmos a presença de Deus em nós, superando a tentação muito atual de fazer com que nossos sentimentos coincidam com a verdade absoluta. A vocação é reconhecida quando colocamos nossos desejos profundos em diálogo com o trabalho que a graça de Deus realiza em nós; graças a esse confronto, a noite de dúvidas e questionamentos vai se dissipando e o Senhor nos faz entender qual caminho seguir.”

Este diálogo com Deus que envolve o chamado está no centro da formação de novos sacerdotes?

“Deus se fez carne e, portanto, a vocação para a qual nos chama está sempre encarnada em nossa natureza humana. O mundo, a sociedade e a Igreja precisam de sacerdotes que sejam profundamente humanos, cuja característica espiritual possa ser resumida no mesmo estilo de Jesus: não uma espiritualidade que nos separe dos outros ou que nos torne mestres frios de uma verdade abstrata, mas a capacidade de encarnar a proximidade de Deus com a humanidade. Isso requer pessoas que, embora frágeis como todo mundo, em sua fragilidade tenham maturidade psicológica suficiente, serenidade interior e equilíbrio afetivo.”

Arquidiocese de Aparecida
Arquidiocese de Aparecida


O que o senhor pensa sobre padres que passam por situações de dificuldade e sofrimento?

“Não faltam elementos de preocupação, pois em muitas partes do mundo há um verdadeiro mal-estar na vida dos sacerdotes. E precisamos de uma reflexão eclesial em duas frentes: repensar nossa maneira de ser Igreja e de viver a missão cristã, na cooperação efetiva de todos os batizados, porque os padres muitas vezes estão sobrecarregados, com as mesmas tarefas. Em segundo lugar, é preciso rever o perfil do sacerdote diocesano, porque, mesmo não sendo chamado à vida religiosa, ele deve redescobrir o valor sacramental da fraternidade, de sentir-se em casa no presbitério, junto com o bispo, os irmãos sacerdotes e os fiéis. No entanto, há necessidade de uma nova mentalidade e de novos caminhos de formação, porque muitas vezes um sacerdote é educado para ser um líder solitário, e isso não é bom. ”

Mesmo com todos esses fatores, ainda vale a pena se tornar um padre hoje em dia?

“Apesar de tudo, sempre vale a pena seguir o Senhor nesse caminho, deixar-se seduzir por Ele, dedicar a vida ao Seu projeto. Podemos olhar para Maria, essa jovem de Nazaré que, embora surpresa com o anúncio do anjo, escolheu arriscar a fascinante aventura do chamado, tornando-se Mãe de Deus e Mãe da humanidade. Com o Senhor, nada está perdido. E esta mensagem vai para os padres que se sentem desanimados ou feridos: :o Senhor nunca quebra Sua promessa. Se Ele o chamou, não lhe faltará a ternura de Seu amor, a luz do Espírito, a alegria do coração. Ele se manifestará em sua vida de sacerdote.. Não estamos sozinhos, o Senhor está sempre conosco! Ele quer que sejamos felizes!”

Oremos a São José por todas as vocações


Fonte: Vatican News

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Redação A12, em Notícias

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...