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Athletica Vaticana envia carta aos atletas olímpicos

“As Olimpíadas são um antídoto para os jogos de guerra”

Escrito por Redação A12

25 JUL 2024 - 11H35 (Atualizada em 25 JUL 2024 - 12H56)

Hethers / Shutterstock

Paris está em clima de alegria, isso porque os Jogos Olímpicos já começaram — mesmo antes da cerimônia de abertura — e apesar da disputa por medalhas, o evento é uma grande confraternização entre países. Os atletas disputam entre eles dentro dos campos, das quadras, piscinas, mas após a disputa, um aperto de mão, um abraço e um sorriso fazem o mesmo papel de um cessar-fogo.

Às vésperas do grande evento, a Athletica Vaticana escreveu uma carta intitulada “Jogos da paz”, no dia 24 de julho, para todos os atletas que estarão nos Jogos de Paris 2024 e nas Paraolimpíadas no final de agosto, destacando a paixão pelo esporte, a inclusão e principalmente o valor de “estar juntos”.

A carta vai ao encontro do pedido do Papa Francisco, de que as Olimpíadas fossem exemplo para os países que estão em guerra, que a harmonia entre os atletas fosse motivo de paz. 

Leia na íntegra:

“Amigo atleta, na sexta-feira, 26 de julho, em Paris, serão abertos os Jogos Olímpicos, que têm de lidar com guerras, tensões e injustiças — mesmo quando os holofotes estão apagados — em escala global. A proposta da trégua olímpica — apoiada várias vezes pelo Papa Francisco, desde o dia 13 de janeiro passado com a “sua” Athletica Vaticana — e a participação da Equipe de Refugiados na competição são precisamente duas propostas de paz que todos nós, a grande família esportiva, relançamos em um momento sombrio para a humanidade. Leia MaisOlimpíadas de Paris inovam oferecendo creche para as mamães atletas!Fé e Olimpíadas: Semelhanças entre as virtudes dos atletas e dos cristãos

As Olimpíadas — e, a partir de 28 de agosto, as Paraolimpíadas - são, antes de tudo, histórias de mulheres e homens que hoje não conseguem deter “a Terceira Guerra Mundial em pedaços” (como a chama o Papa Francisco), mas sugerem a possibilidade de uma humanidade mais fraterna, por meio da linguagem do diálogo esportivo, popular e compreensível para todos.

Em Paris, nestes dias, todos tentam incorporar os verdadeiros valores do esporte: paixão, inclusão, fraternidade, espírito de equipe, lealdade, redenção, compromisso e sacrifício.

Cada treino, cada desafio superado, cada momento de dificuldade enfrentado com coragem, trouxe cada um para os Jogos Olímpicos, com uma consciência: o esporte não é apenas vitória ou derrota, o esporte é uma jornada pela vida que nunca se faz sozinho. O Papa Francisco nos lembra que o esporte “é uma grande ‘corrida de revezamento’ na ‘maratona da vida’, com o bastão passando de mão em mão, cuidando para que ninguém fique para trás sozinho. Ajustar o próprio ritmo ao ritmo do último” (prefácio do livro “Jogos da Paz. A alma das Olimpíadas e Paraolimpíadas”).

Sim, “no ritmo dos últimos”: o abraço mais fraterno é para todos aqueles que vivem todos os dias — também tentando se agarrar à esperança que o esporte dá — realidades difíceis, entre guerras, pobreza, injustiça, tensões e medo. O Papa Francisco confessa: são precisamente eles que “nos contam histórias de redenção, esperança e inclusão”. Com esse espírito de fraternidade também por meio do esporte, apenas algumas horas antes do início dos Jogos de 2024, a Athletica Vaticana mais uma vez levanta o apelo de Francisco por uma trégua olímpica.

Amigo atleta, em Tóquio, há três anos, o Comitê Olímpico Internacional acrescentou a palavra “Juntos — Communiter” ao famoso lema olímpico “Mais rápido, mais alto, mais forte”: em Paris, portanto, serão Olimpíadas e Paraolimpíadas com o estilo “Juntos”. O Papa Francisco nos escreveu: “Nessa perspectiva, a palavra-chave para o esporte, hoje mais do que nunca, é ‘proximidade’. Esta é a primeira sugestão que, como ‘treinador do coração’, sempre proponho à Athletica Vaticana”. Uma sugestão do nosso excepcional “treinador”, Papa Francisco, que compartilhamos fraternalmente com prazer: proximidade!

Amigo atleta, coragem! Ninguém está sozinho na experiência e no ato do esporte: há sempre uma equipe, uma família, uma comunidade ao seu lado. Em Paris, cada atleta olímpico está prestes a viver o sonho que vem construindo desde a infância: é a grande oportunidade que chega — finalmente — depois de tê-la planejado, preparado e esperado muito tempo por ela. Uma oportunidade que não deve ser desperdiçada, tanto do ponto de vista humano quanto esportivo. Há outra sugestão que o “coach Papa Francisco” sempre propõe: mesmo no nível mais alto, sim, mesmo nas Olimpíadas, faz diferença manter o espírito “amador” de gratuidade, aquele estilo de simplicidade que freia a busca desmedida por dinheiro e sucesso “a todo custo”, sob o risco de sobrecarregar tudo em nome do lucro, fazendo com que as pessoas percam a alegria que as atrai para a paixão esportiva desde a mais tenra idade.

Amigo atleta, com a beleza e a justiça do gesto esportivo de cada um, e sem jamais recorrer a atalhos — uma derrota limpa é sempre melhor do que uma vitória suja —, os Jogos podem ser oportunidades de esperança, nas pequenas e grandes questões de cada um e da humanidade.

Sim, as Olimpíadas e as Paraolimpíadas podem ser estratégias para a paz e antídotos para os jogos de guerra para vencermos, juntos, a medalha da fraternidade.

Com um abraço de amizade esportiva e com gratidão pelas emoções que viveremos!

Fraternalmente,

Athletica Vaticana”.

Fonte: Vatican News

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