Entenda a realidade do trabalho escravo no Brasil
No último sábado (28), foi celebrado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo

Leia MaisComissão Pastoral da Terra lança carta sobre o trabalho escravoAparecida Debate: Trabalho EscravoComissão da CNBB divulga nota sobre o combate ao trabalho escravo no Brasil“Ai de quem constrói sua casa sem justiça e o andar de cima sem equidade, que faz seu próximo trabalhar por nada, sem lhe pagar o salário” - Jeremias 22,13.
Por mais distante que o trabalho escravo possa estar da sua realidade, ele existe, sendo uma dor latente no Brasil e no mundo.
“De acordo com o art. 149 do Código Penal Brasileiro, o trabalho análogo a de escravo é caracterizado pela submissão de alguém a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto.” - Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Em junho do último ano, 2022, a Agência Câmara de Notícias compartilhou a audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, que tratou sobre o tema.
Nela, entidades denunciaram a redução na verba destinada ao combate do trabalho escravo no país, além da baixa fiscalização e falta de punição aos empregadores.
“Apenas em 2021 foram resgatados desta condição análoga à escravidão 1.937 trabalhadores e trabalhadoras. (...)
Neste ano de 2022, já foi confirmado o resgate de 500 trabalhadoras e trabalhadores em situação análoga à escravidão, somando-se à quase 59 mil trabalhadoras e trabalhadores resgatados. Isso é uma chaga social. É impossível que tenhamos em pleno século 21 estatísticas oficiais que apontam que o trabalho escravo ou análogo à escravidão se tornou quase corriqueiro em alguns rincões deste nosso País”, abordou Valter Pugliesi, diretor da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).
De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência, até o fim do ano de 2022, a Inspeção do Trabalho resgatou 2.575 pessoas em trabalho análogo ao de escravo, sendo grande parte do Centro-Oeste e Sudeste. O número é um recorde de resgate no país.

Igreja no Brasil contra o trabalho escravo
A Igreja Católica é, claramente, contra o trabalho escravo e diante disso, a Comissão Especial de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB, a Comissão para a Ação Sociotransformadora e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) publicaram uma nota conjunta que chama os cristãos a lutarem contra a escravidão nos dias de hoje.
“Mais uma vez, como Igreja comprometida com a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, levantamos nossa voz dizendo não ao trabalho escravo contemporâneo, reafirmando o direito inviolável do trabalho digno para todos e todas. E interpelamos a todos os cristãos e pessoas de boa vontade a fazerem deste dia um marco de luta contra esta forma de escravidão contemporânea.(...)
Que Nossa Senhora Aparecida e Santa Josefina Bakhita, padroeira das pessoas que vivem ainda hoje escravidões, possam continuar animando nossa luta contra todas as formas de escravidão.” – trecho da nota publicada pela CNBB.

O papel do cristão no combate a esta realidade
“Nós cristãos, todos juntos, somos chamados a desenvolver cada vez mais uma maior colaboração para superar as desigualdades e discriminações. (...) Juntos podemos construir uma sociedade renovada e orientada à liberdade, à justiça e à paz” – Papa Francisco em mensagem ao 2º Fórum Internacional sobre as formas modernas de escravidão, intitulado “Velhos problemas no novo mundo”.
Tenhamos o senso de justiça e de amor. Para ajudar o próximo é preciso amá-lo, assim como Jesus nos amou. Ore sempre que puder por quem enfrenta esta triste realidade, trate e consuma sobre este assunto, para poder sempre levá-lo para frente e tornar de conhecimento de muitos, e sempre que estiver diante de tamanha injustiça, não se cale, denuncie.

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