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Em entrevista, Silvonei José fala sobre a missão do jornalista católico

Há quase três décadas o jornalista é uma ponte entre o Papa e a Igreja

Escrito por Laís Silva

31 JAN 2023 - 13H59 (Atualizada em 31 JAN 2023 - 22H10)

Alberto Andrade - A12

O mês de janeiro é marcado pelo dia de São Francisco de Sales patrono dos escritores e dos jornalistas, e neste mesmo mês, também celebramos o dia do jornalista católico.

Para celebrar o dia daqueles que tem o dom de escrever, informar e levar a Palavra para todos os cantos, o Portal A12 entrevistou o jornalista Silvonei José, doutor em comunicação, professor universitário em Roma, diretor do departamento para a língua portuguesa da Rádio Vaticano, entre outras tantas marcas em seu currículo.

quase três décadas atuando no Vaticano, Silvonei, que tem uma voz marcante para os brasileiros católicos que acompanham as transmissões em português do sistema de comunicação Vaticano, contou ao A12 que não tinha a intenção de ser jornalista.

“O jornalismo para mim é uma maneira de poder contribuir para que as pessoas que roupam muros, saiam da ignorância no sentido de Ignorar as coisas e que se aproxime mais da realidade da verdade” Eu posso dizer que nem jornalista eu queria ser, minha ideia quando era um pouco mais jovem era completamente outra, eu fui colocado no meio do jornalismo através da emissora da minha Diocese. Quando eu comecei a trabalhar dentro do universo da Igreja era um jornalismo que eu fazia direcionado para o mundo da Igreja e depois passei para o outro jornalismo comecei a apresentar o rádio, jornal.

Enfim, a minha ideia não era absolutamente de atuar primeiramente no jornalismo, nem no jornalismo católico, mas como a gente imagina a nossa vida de uma maneira e depois Deus dispõe de outra, eu posso dizer que eu mergulhei de cabeça nesta minha profissão, nessa minha resposta que eu dei, eu posso dizer nesse sentido é através do jornalismo”.

Silvonei contou sobre a missão do jornalista católico que trabalha levando a Palavra de Deus para todos e explica que seu trabalho é uma ponte entre a notícia e quem a recebe.

“Precisamente eu creio que a missão do jornalista; principalmente do jornalista que trabalha com a Palavra, o instrumento que ele tem da Palavra, seja o rádio, a televisão, seja através das redes sociais agora, através do jornal impresso, a missão é sempre ser ponte entre a realidade dos fatos e aqueles que estão do outro lado e que não tem a possibilidade de entrar em contato”.

Eduardo Gois - JS
Eduardo Gois - JS

Atualmente temos visto muito casos de fake news circulando na internet, este é um problema que prejudica a vida das pessoas e o trabalho do jornalismo realizado de forma séria. Silvonei também falou sobre esse assunto e enfatizou o compromisso de um jornalista.

A missão é de transmitir a verdade, a partir do momento em que o jornalismo não faz mais isso, não é a passagem dessa verdade para quem está do outro lado, significa manipulação, que depois vira fake news e a gente sabe o quanto isso faz mal as pessoas. A essência do jornalismo é transmitir a beleza da verdade, eu creio que é justamente através disso. Jornalista católicos ou não católico, ele deve justamente emergir neste mundo da verdade, porque quando nós saímos da verdade, aquilo que nós produzimos será somente fofoca.

Papa Francisco nos falou tanto e nos fala tanto sobre a fofoca que destrói, porque é uma arma, uma arma que destrói as pessoas e faz com que elas sofram quando você faz alguma coisa onde não está a verdade, alguém sempre vai sofrer. Portanto eu creio que a missão principal, é claro, transmitir as informações, ser essa ponte, mas acima de tudo comunicar a verdade”.

Perguntamos ao jornalista se tinha algum momento que marcou sua carreira e contou que a morte do Papa João Paulo II foi um momento marcante em sua trajetória.Leia MaisSaiba 5 curiosidades sobre o Vaticano, com Silvonei JoséSilvonei José: uma ponte entre Pedro e a Igreja

“A morte de João Paulo II foi um momento muito intenso, porque aqui em Roma nós tivemos uma invasão de 2, 3 milhões de pessoas que em poucos dias vieram de todas as partes do mundo para dar adeus a João Paulo II. Creio que desde o momento em que nós recebemos a notícia do passamento de João Paulo II até em suas exéquias, quando uma praça literalmente tomada por milhares e milhares de pessoas. Aquele caixão que estava no centro da praça no Sagrado, aquele Evangelho que com vento começou a ser folheado e depois se fechou, tudo aquilo nos trouxe a dimensão daquele homem que nos deixava. Joseph Ratzinger que presidiu a Santa Missa dizia: ‘ele está lá da janela do Paraíso nos olhando e é isso que eu penso também’”.

Silvonei acrescentou ainda mais um momento marcante em sua profissão, desta vez durante a pandemia de Covid-19.

“O segundo momento, se eu posso assim acrescentar, foi em 27 de Março, dois anos atrás, quando nosso Papa Francisco, numa praça vazia, praça de São Pedro, ele rezou com o mundo inteiro pelo fim da pandemia, tinha chovido muito naquele dia e quando o Papa sobe a rampa de acesso à Basílica Vaticana sozinho, nós tivemos a dimensão de um homem sozinho que parecia que carregava o mundo, a dor e o sofrimento de tantos, eu creio que esse momento também passa para nossa história”.

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