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Mês de reflexão e ação: enfrentamento da violência contra a mulher

ONU lança campanha #ParaCadaUma nos 16 anos de sanção da Lei Maria da Penha

Escrito por Isabela Araujo

08 AGO 2022 - 15H42 (Atualizada em 09 AGO 2022 - 09H15)

fizkes/ Shutterstock

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De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, uma mulher é vítima de feminicídio a cada 7 horas, ou seja, ao menos 3 mulheres morrem por dia no Brasil, simplesmente por serem mulheres.

A Lei Maria da Penha (n. 11.340/2006) cria mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, como as medidas protetivas, sendo uma grande conquista e recurso a todas as mulheres. Entretanto, sua existência não é o suficiente para que tal violência seja extinta ou, ao menos, reduzida.

Com isso, ainda são necessárias ações e conscientizações contra o feminicídio e a violência contra a mulher, em suas diferentes esferas.

No dia em que é celebrado 16 anos da sanção da Lei Maria da Penha, 07 de agosto, bem como no mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, foi lançada a campanha #ParaCadaUma. Ela faz parte da iniciativa global Verificada da ONU, com o apoio institucional do Instituto Maria da Penha e Instituto Avon e teve entre os colaboradores a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

A campanha visa abordar os diferentes tipos de violência contra a mulher: psicológica, moral, patrimonial, sexual e física, para que gere conhecimento para o enfrentamento.

Rogerio Resende/Purpose
Rogerio Resende/Purpose


Dom Walmor, presidente da CNBB, motiva adesão à campanha por vídeo e traz chamado aos cristãos.

Se você fica neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado do opressor. Não ao silêncio que mata, não a indiferença que fortaleça os covardes! A violência contra as mulheres pede denúncia, conclamam uma reação da sociedade, pois não existe paz diante da injustiça” – Dom Walmor.

O ato, que se soma a outras ações pelo país, ocorreu às 19h30 no Santuário Cristo Redentor, Rio de Janeiro, contou com projeção no Cristo Redentor e renuiu representantes de diferentes religiões. Entre eles, Dokan Sensei, monge budista, que compartilhou a importância da sociedade se envolver com a causa.

"Para impedir que todas as formas de violência se disseminem, é preciso ouvir e atuar, em sua diferença, em defesa de mulheres cis e trans, negras, brancas, indígenas, e de todas as formas de crença ou de não crença. Diferença e equanimidade são palavras-chave. Como estamos interligados, cada pensamento, palavra e ação de cada um nós faz diferença. Vamos nos comprometer" - Dokan Sensei para ONU.

Rogerio Resende/Purpose
Rogerio Resende/Purpose
Representantes de diferentes religiões durante o ato


Papa Francisco

Em mensagem de Ano Novo do Papa Francisco para 2022, seu primeiro discurso do ano, o Pontífice fez apelo sobre violência cometida contra a mulher.

“Quanta violência é direcionada contra a mulher. Basta! Machucar uma mulher é insultar a Deus, que de uma mulher assumiu nossa humanidade”, diz Francisco.

Mas essa não é a única vez que o Pontífice trata sobre o assunto, “O Vídeo do Papa”, divulgado em fevereiro de 2021, é um grande exemplo de apelo feito sobre tal realidade.

 “Hoje, ainda existem mulheres que sofrem violência. Violência psicológica, violência verbal, violência física, violência sexual. O número de mulheres espancadas, ofendidas e violadas é impressionante. As diversas formas de maus-tratos que muitas mulheres sofrem são uma covardia e uma degradação para toda a humanidade. Para os homens e para toda humanidade. Os testemunhos das vítimas que se atrevem a quebrar o silêncio são um grito de socorro que não podemos ignorar. Não podemos olhar para o outro lado. Rezemos pelas mulheres que são vítimas de violência, para que sejam protegidas pela sociedade e o seu sofrimento seja considerado e escutado por todos”, convoca Papa Francisco em “O Vídeo do Papa” .


Assista ao ato na íntegra


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