No último domingo (14), o Papa Leão XIV presidiu a celebração em memória dos novos mártires e testemunhas da fé do século XXI, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma.
A celebração contou com a participação de representantes de Igrejas Ortodoxas, das Antigas Igrejas Orientais, das Comunhões Cristãs e das Organizações ecumênicas que aceitaram o convite feito pelo santo padre.
Em sua reflexão o Santo Padre recordou dos “audaciosos servos do Evangelho”, que assim como Cristo carregaram a Cruz, mas não perderam a esperança e nem sua fé.
“Muitos irmãos e irmãs, ainda hoje, por causa do seu testemunho de fé em situações difíceis e contextos hostis, carregam a mesma Cruz do Senhor: como Ele, são perseguidos, condenados, mortos. [...]. São mulheres e homens, religiosos e religiosas, leigos e sacerdotes, que pagam com a vida a fidelidade ao Evangelho, o compromisso com a justiça, a luta pela liberdade religiosa onde ela ainda é violada, a solidariedade com os mais pobres. Segundo os critérios do mundo, eles foram 'derrotados'. Na realidade, como nos diz o Livro da Sabedoria: «Se aos olhos dos homens foram castigados, a sua esperança estava cheia de imortalidade»".
O Papa destacou a esperança viva na mensagem e no testemunho de cada um dos mártires, destacando que o sacrífico de cada um ecoa até os dias atuais. E enfatizou que a esperança dos mártires é uma “esperança desarmada”, pois eles nunca usaram armas ou praticaram a violência.
"É uma esperança cheia de imortalidade, porque o seu martírio continua a difundir o Evangelho num mundo marcado pelo ódio, pela violência e pela guerra; é uma esperança cheia de imortalidade, porque, apesar de terem sido mortos no corpo, ninguém poderá silenciar a sua voz ou apagar o amor que deram”.
Ao citar o exemplo de alguns mártires, Papa Leão XIV recordou de Irmã Dorothy Stang, que lutou por décadas pelos pequenos agricultores e contra o desmatamento da região Amazônica, no Brasil.
“Penso na força evangélica da Irmã Dorothy Stang, empenhada na causa dos sem-terra na Amazônia: quando aqueles que se preparavam para matá-la lhe perguntaram se estava armada, ela mostrou-lhes a Bíblia, respondendo: 'Esta é a minha única arma'”.
A religiosa tinha 73 anos quando foi assassinada em fevereiro de 2005. Por 40 anos, irmã Dorothy esteve no Brasil a evangelizar, proteger e buscar os direitos daqueles que precisavam de seu auxílio, sem oferecer mal a ninguém; e ainda, sim, foi assassinada, mas até seu último suspiro, manteve-se fiel à sua missão, morreu com uma Bíblia nas mãos.
"Não podemos, não queremos esquecer. Queremos recordar", afirmou o Santo Padre.
Neste mês celebramos o mês da Bíblia no Brasil e a história de irmã Dorothy inspira a usar a Bíblia como uma "arma" em todas as situações de nossas vidas. Seja no momento difícil, nos momentos de alegria, nas horas de tomar decisões, todos os dias de nossas vidas.
Irmã Dorothy Stang, nascida nos Estados Unidos e naturalizada brasileira, dedicou sua vida à missão religiosa e à defesa dos direitos humanos na Amazônia. Desde 1966, atuou em Anapu, no Pará, onde desenvolveu trabalhos de catequese, formação de comunidades cristãs e projetos de reflorestamento voltados à geração de renda para agricultores.
A religiosa era engajada na luta contra a grilagem de terras e a devastação da floresta, participou da Comissão Pastoral da Terra e ajudou a fundar a primeira escola de formação de professores na Transamazônica, sendo reconhecida nacional e internacionalmente por sua atuação.
Mesmo diante de ameaças de morte, Irmã Dorothy manteve seu compromisso com os trabalhadores rurais, defendendo seu direito a viver com dignidade. Em 2005, aos 73 anos, foi assassinada com seis tiros em uma estrada isolada de Anapu.
No momento de sua morte, mostrou a Bíblia como forma de reafirmar sua missão, indicando que esta era sua única arma. A irmã tornou-se símbolo de sua fé e coragem e seu legado permanece como inspiração na luta por justiça social e preservação ambiental.
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Fonte: Vatican News
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