De acordo com o Censo, em 1960, o grupo de pessoas que não tinham religião representava 0,5% da população nacional, passando para 4,8% em 1991 e 8% em 2010.
Na pesquisa do Datafolha de 2022, a porcentagem de “sem religião”, a nível nacional, é de 14%, enquanto entre os jovens este número salta para 25%. Os números em São Paulo e Rio de Janeiro são ainda mais surpreendentes, totalizando 30% e 34%, respectivamente.
O que significa ser “sem religião”?
O IBGE segmenta a escolha em agnóstico, que engloba quem acredita não ser possível afirmar se Deus existe ou não; ateu, grupo que não acredita na existência de Deus; e sem religião, pessoas que podem estar afastadas das instituições, mas ainda ter crenças religiosas, sendo essa a maior escolha entre os brasileiros que se definem “sem religião”.
No “Giro A12: Juventude e Religião”, a jornalista Elisangela Cavalheiro tratou sobre o assunto junto com 3 convidados: Kamilly Mariana, Flávio Sofiati e Pe. Antônio Ramos. Durante a discussão, Flávio Sofiati, escritor, pesquisador e professor, abordou sobre o significado do termo e a possível motivação dos jovens para tal escolha.
“Quando a gente fala em ‘sem religião’, a pessoa vai pensar em indivíduos ateus e não é bem assim. Na verdade, o ‘sem religião’ é aquela pessoa considerada sem denominação institucional fixa definida, mas é um indivíduo que, no caso do brasileiro, isso é muito explícito, tem religião”, explica o professor sobre o tema controverso.
Flávio também compartilha sua reflexão sobre o possível motivo que impulsionou os jovens nessa decisão:
“Os jovens não abandonaram a igreja e nem a religião, mas estão negociando cada vez mais essa adesão e experimentando cada vez mais as múltiplas possibilidades que aquilo que a gente poderia chamar de 'mercado de bens de salvação' tem a oferecer para eles”, complementa o escritor.
Na visão da Igreja, Pe. Antônio Ramos, Assessor da Comissão de Juventude da CNBB, explica outras questões que ele acredita que impulsionam o desinteresse dos jovens a frequentarem os templos religiosos:
“Uma coisa que pega muito para nós (Igreja) é a questão da linguagem, e depois a dimensão comunicacional da celebração enquanto tal, da forma da gente trabalhar a catequese para a juventude e da forma de conduzir o grupo de jovens. Então, eu acredito que isso tenha influenciado esse jovem a se distanciar dos templos religiosos”, explica o Padre.
O tema é de grande complexidade e gera reflexões. Por isso, assista ao episódio completo abaixo e acompanhe a discussão entre os convidados para compreender mais a fundo sobre a questão.
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