A equipe de animação do Sínodo 2023 no Brasil se encontrou na sede da Conferência Nacional dos Bispos (CNBB), de 8 a 12 de agosto, para realizar a síntese das contribuições enviadas da fase de escuta realizada pelas Igrejas Particulares.Leia Mais59ª Assembleia Geral: CNBB abre credenciamento para a imprensaComissão da CNBB realiza série sobre Juventude e Política
A assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB e membro da Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil, Mariana Aparecida Venâncio, contou que esse foi um trabalho de grande responsabilidade realizado pela equipe:
“Desde o início da composição da equipe eu já tinha considerado este trabalho como de grande responsabilidade. Nós tínhamos um desafio, mas também uma grande responsabilidade de acolher a voz de todo Brasil, de produzir uma síntese que de fato comunicasse o que as pessoas falaram na fase diocesana”.
A assessora também explicou que ouvir diversas opiniões e ter que transmitir o que cada um queria dizer é uma missão difícil e, ao mesmo tempo, uma honra:
“Nós ouvimos muitos desafios, muitas opiniões diferentes e é sempre muito difícil colocar no papel isto tudo pensado que a voz da pessoa que participou da escuta diocesana chegará na Secretária Geral do Sínodo lá em Roma. Vejo primeiro como uma grande responsabilidade, mas também como uma grande honra. Porque este ponto que eu analisei fala exatamente sobre as pessoas que querem ter voz. E o nosso papel, enquanto equipe nacional, é dar voz a estas pessoas”.
De acordo com ela, os relatórios revelam uma grande profundidade de reflexão, mostrando que a maioria não pensa que o leigo não tem voz, mas sim, que ele deseja encontrar uma oportunidade de ter uma voz mais ativa.
“De modo geral, os leigos e leigas consideram que há espaço dentro da estrutura eclesial para que eles se pronunciem e se expressem. Mas eles têm o desejo que sua voz seja mais levada em consideração nas tomadas de decisões. O grande problema que percebemos pelas sínteses recebidas é a sensação que as pessoas têm de poder falar, mas que as falas caem no vazio e não são consideradas nas decisões”.
Outro ponto que Mariana mencionou é a comunicação da Igreja e seu papel na sociedade. Ela afirmou que a Igreja tem uma voz respeitada, mas que esta voz precisa ser amadurecida principalmente pela capacitação dos leigos e leigas para se inserirem na sociedade e falarem de forma coerente com a Igreja.
“Um grande desafio apontado nesta linha foi o da formação para que as pessoas se insiram nos diferentes campos da sociedade, como a política e também nas redes sociais. As sínteses indicaram a presença, mas a falta de formação para o uso destes meios. É interessante a avaliação de que a Igreja tem voz, mas que precisa ser aperfeiçoada e potencializada”, disse.
A Assessoria de Comunicação da CNBB produziu uma série de entrevistas com os membros da Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil que estão sendo publicadas no portal e no canal do YouTube da entidade. O documento com a síntese final, de 10 páginas, será apresentado ao episcopado brasileiro na 59ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, como parte do processo indicado pela Secretaria Geral do Sínodo 2023, antes de ser enviado à etapa continental.
Fonte: CNBB
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