Opinião

Cultura do “cancelamento” e a perda de sentido da vida

Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.

Escrito por Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

19 FEV 2024 - 07H00 (Atualizada em 19 FEV 2024 - 12H03)

Zenza Flarini / Shutterstock

Nos últimos anos, ouvimos falar e discutimos bastante sobre a questão do suicídio. Este problema, também, chama a atenção de pesquisadores sobre a questão da cultura do cancelamento, uma cultura propagada pelo “tribunal inquisitório” das redes sociais, onde o erro de uma pessoa famosa nas redes sociais é o motivo para que ela seja “cancelada” e esquecida.

Devemos ter em mente que as redes sociais passam por processos de evolução desde o seu surgimento. O surgimento desta cultura do “cancelamento” é algo novo, e que ainda é estudado, mas vemos que nas redes sociais a sociedade digital não possui misericórdia e não há perdão para os erros cometidos por qualquer pessoa, principalmente famosos. Leia MaisA ética nas redes sociais

Levemos em conta que muito jovens, hoje, dedicam suas vidas em produções de vídeos e conteúdos para as suas redes sociais e no momento em que caem no “tribunal inquisitório” das redes e são “cancelados”, sofrem com a perca de sentido para suas vidas, pois se dedicaram tanto naquele trabalho digital, que se esquecem da vida real e de que podem recomeçar com novos projetos, longe do ambiente hostil e desafiador das redes sociais.

A grande dificuldade para os governos de todos os países é que a internet, em vários sentidos, ainda é uma terra “sem leis”, que orientem e protejam as pessoas dos perigos como a cultura do “cancelamento”. É preciso avaliar bem que, hoje, muitas pessoas utilizam das redes sociais para espalharem o ódio e a intolerância, ao invés de buscarem diálogos que enriqueçam a sociedade e favoreçam o viver harmonioso, na comunidade digital.

Não há soluções fáceis para estes problemas. Nem tão pouco que possam ser colocadas como certas ou erradas, mas devemos estar atentos ao fato de que muitos jovens, ao se exporem nas redes, acabam tornando-se alvos daqueles que se dizem “defensores da moral e bons costumes” da sociedade. Uma reflexão que devemos fazer ao utilizarmos as nossas redes sociais:

Estou contribuindo para uma sociedade digital que integre e seja segura, ou estou propagando a cultura do ódio e me tornando membro deste tribunal condenatório das redes?

Escrito por
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima C.Ss.R.
Fr. Rafael Peres Nunes de Lima, C.Ss.R.

Missionário Redentorista, Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e estudante de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores – ITESP.

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Por Redação A12, em Opinião

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