Opinião

Quais as consequências da falta de empatia?

Camila Vilas

Escrito por Camila Vilas

03 MAR 2022 - 08H57 (Atualizada em 03 MAR 2022 - 09H21)

Empatia é uma das palavras mais faladas e ouvidas hoje. Mas, será que compreendemos o que ela realmente significa? Vamos então, tentar entender o seu significado e sua importância.

A empatia é a capacidade de se identificar com o outro. É a disposição de se colocar no lugar de outra pessoa e se compadecer de sua situação. A empatia é essencial na relação com os demais. A falta dela causa a incapacidade de lidar com as dores e as necessidades dos outros e pode trazer graves rupturas em nossa relação com os demais.

O egoísmo e o individualismo são frutos da falta de empatia

Ao não ser capazes de nos colocar no lugar do outro, cedemos espaço ao egoísmo e ao individualismo, que nos fecha em nós mesmos. A empatia nos ajuda a nos livrar da indiferença, preconceitos e dureza de coração, que impedem que vivamos a harmonia entre os irmãos.

Precisamente, é o que o Papa Francisco, em uma audiência geral em agosto de 2020, nos diz:

“Nós somos sociais, precisamos viver nesta harmonia social. Mas quando há egoísmo, o nosso olhar não vai para os outros, para a comunidade, mas volta para nós mesmos e isso nos torna feios, maus, egoístas. Destrói a harmonia.”

A empatia é uma ferramenta para viver esta harmonia querida por Deus.

Lightspring/ Shutterstock
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Empatia e compaixão

Viver a empatia é essencial, mas nós cristãos estamos chamados a dar um passo a mais, unindo a empatia com a compaixão. Ao compadecer-nos dos demais, levamos a nossa empatia a um gesto concreto. Os Evangelhos nos mostram como Jesus teve compaixão conosco ao ponto de morrer por nós na cruz para salvar-nos. Como exemplo da compaixão de Jesus, vamos deixar aqui um trecho do Evangelho de Lucas (Cap 7, 12-15) onde Ele se compadece do sofrimento de uma viúva que tinha perdido seu único filho:

“Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: 'Não chores!' E, aproximando-se, tocou no caixão, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: 'Moço, eu te ordeno, levanta-te'. Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe.”

Leia MaisColocar-se no lugar do outro: a empatiaÉ emocionante ver como Jesus se comove com a dor daquela mulher que chorava a morte de seu filho único. Seguindo o exemplo de Jesus, podemos também nos perguntar como vivemos a empatia em nossa realidade concreta.

Sobre a compaixão de Jesus, o Papa Francisco nos diz, em uma homilia em Santa Marta, em setembro de 2019:

“A compaixão 'não é um sentimento de pena' que se sente, por exemplo, quando vemos morrer um cachorro na rua: 'coitadinho'. Sentimos um pouco de pena. Mas é 'envolver-se no problema dos outros, é arriscar a vida ali'. O Senhor, de fato, arrisca a vida e vai. A compaixão é a linguagem de Deus”.

Que, ao ler esta reflexão, sintamos o desejo de aprender a linguagem da compaixão e vivamos a verdadeira empatia, que nos faz vencer o egoísmo e a indiferença.

Escrito por
Camila Vilas
Camila Vilas

Jornalista, musicista e leiga consagrada da Fraternidade Mariana da Reconciliação, cuja sede no Brasil fica em Niterói – RJ. Realizou diversos trabalhos missionários no Peru, Colômbia e Equador.

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Por Redação A12, em Opinião

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