A sociedade brasileira possui uma tendência a adotar termos americanizados para classificar suas opções dentro de seus estilos de vida, principalmente dentro das classes média e alta. O termo “cool”, literalmente traduzido para o português, quer dizer que alguém é “descolado”, “legal”, “radical”, “calmo”, entre outros adjetivos.
O que vemos nos últimos anos é uma discussão ao redor da questão de gênero. Deve-se ou não ensinar tais questões às crianças? Pode-se ou não colocar tais questões dentro das escolas?
Segundo Luiz Felipe Pondé, doutor em filosofia pela USP: “É isso que estamos a fazer com as crianças hoje: dizer que elas não têm sexo”. Ou seja, a discussão sobre o gênero sexual dentro de escolas e das famílias acaba por gerar, futuramente, psicopatologias em relação às questões sexuais mal resolvidas de adolescentes e jovens.
A questão sexual acabou por se tornar tão politizada que, ao invés de ocorrer uma luta pela “liberdade” sexual, acaba ocorrendo o inverso, e vivemos numa sociedade condenatória da sexualidade alheia.
Leia MaisO que se entende por “ideologia de gênero?”Não é o fato de um menino vestir azul ou uma menina vestir rosa que determinará sua identidade sexual. Ou, se numa escola há banheiros femininos e masculinos. Ambas as situações não determinam a opção sexual do sujeito.
Ao contrário do que supostos “especialistas” relatam sobre identidade sexual, o ser humano ainda não é capaz de definir de forma concreta o real motivo pelo qual é formada a identidade sexual de um indivíduo.
Os debates sobre ideologia de gênero e questões sexuais passaram de uma simples educação familiar, que ajuda a criança a perceber que é preciso respeitar a todos, independentemente de suas opções sexuais, políticas, religiosas, etc., e que todos são iguais perante a lei, e passou a um âmbito político, em que a família não pode dizer se a criança é menino ou menina; ela – a criança – então é "um ser sem gênero definido."
Não foi toda a sociedade que entrou nesta discussão sobre gênero. Uma parcela da sociedade, que se julga “cool” almeja ser tão avançada e libertária, que se torna opressora e "brega". Logo, a discussão de gênero dentro de uma sociedade “cool” não passa de uma ideologização rasa. É preciso, sim, ajudar as crianças a perceberem que todos dentro da sociedade merecem ser respeitados e ter seus direitos garantidos, para que assim possamos viver em uma sociedade mais justa para todos.
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