Projeto católico garante alimentação a imigrantes

Exaustos por dias de viagem e marcados pela falta de comida, imigrantes que chegam ao Norte do Brasil encontram no Projeto Sumaúma uma das primeiras formas de serem acolhidos. A iniciativa católica oferece alimentação adequada e apoio nutricional a quem cruza a fronteira em condições críticas.

Quem chega ao norte do Brasil, especialmente ao estado de Roraima, vindo de lugares como Venezuela, Cuba, Haiti e outros países, costuma desembarcar trazendo no corpo o peso de dias, às vezes semanas, de deslocamento.

Muitos imigrantes percorrem longas distâncias por terra, enfrentando calor intenso, travessias de rios, noites mal dormidas e escassez de alimentos. É nesse cenário que a fome aparece, mas também a sensação de estar sem chão, sem referência e sem forças após a travessia.

“São pessoas em situação de rua, dormindo em espaços de pernoite ou em ocupações espontâneas e outras moradias precarizadas. Como essas pessoas não possuem acesso a um espaço adequado para armazenar e cozinhar alimentos, oferecer refeições prontas é a melhor forma de apoiar para que elas possam atender às suas necessidades alimentares urgentes”, explicou a assessora nacional da Cáritas Brasileira, Giovanna Kanas, em entrevista ao Vatican News.

O Projeto Sumaúma: Nutrindo Vidas oferece refeições prontas e nutritivas para imigrantes que chegam a Boa Vista, município de Roraima. São distribuídas, em média, 800 refeições por dia, com cardápio elaborado por nutricionista e adaptado para grupos vulneráveis.

De acordo com a assessora nacional da Cáritas Brasileira, entre as pessoas atendidas pela entidade, 27% são crianças e adolescentes, 24% são idosos. Aqueles que têm algum tipo de deficiência são 17% e 4% são mulheres grávidas ou lactantes.

Além disso, o projeto promove ações de incentivo ao aleitamento materno, hábitos saudáveis e práticas de cuidado alimentar que respeitam a cultura de origem dos imigrantes.

A responsável pelo programa recorda a história de um imigrante que chegou ao Brasil em estado de desnutrição aguda grave.

“Ele precisava de uma alimentação própria para sua condição de saúde: tinha esclerose múltipla, chegou num quadro realmente muito crítico, e a nutricionista do projeto adaptou o cardápio para atender às necessidades específicas desse caso e, aos poucos, ele pôde se recuperar, reconquistando a sua autonomia”, afirmou Giovanna Kanas.

A Igreja Católica continua estendendo a mão e cuidando de quem necessita; por meio de sua ação caritativa, segue promovendo gestos que transformam vidas na fronteira. 

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Fonte: Vatican News