O Papa Francisco, após sua partida, deixa um legado para a Igreja Católica no mundo todo. O Santo Padre não cativou somente os cristãos, mas pessoas comuns, figuras públicas de vários setores, grupos, e com isso os admiradores de suas palavras, pensamentos e reflexões lamentam sua passagem, e partir de agora, recordam e passam adiante seus ensinamentos.
Dentre os temas caros a Francisco estão o Meio Ambiente, o público Idoso, Jovens, os menos favorecidos, as questões de conflitos entre países, questões imigratórias. Temas que sempre que falados ganhavam repercussão. O Papa foi reconhecido e será lembrado pelo seu acolhimento a todos, sem distinção, por conta disso, alguns meios de comunicação o chamaram de ‘Papa dos Excluídos’.
A preocupação com a Ecologia
O Pontífice ficou conhecido por sua encíclica Laudato Si’ (2015), onde ele tratou da Ecologia Integral, mostrando que o cuidado com o meio ambiente está diretamente ligado ao cuidado com o ser humano. O documento denuncia a exploração irresponsável da natureza e o consumismo desenfreado.
Francisco escreveu ao todo quatro encíclicas, mas é fato que a Laudato Si’, por ser a única voltada ao Meio Ambiente, repercutiu em nível mundial, com o interesse de figuras importantes da causa ambiental.
O Papa fala sobre a crise ambiental global, o aquecimento global, a poluição e a perda da biodiversidade, além de discutir a relação entre questões sociais e ambientais. Ele defende, na escrita, uma mudança de mentalidade para um novo estilo de vida que respeite o planeta e as pessoas. O tema central é o cuidado com a “Casa Comum”, ou seja, o planeta Terra.
“Das mãos de Deus recebemos um jardim; aos nossos filhos não podemos deixar um deserto.”
(Enfatizando a responsabilidade das gerações atuais em preservar o meio ambiente para as futuras, em mensagem enviada por vídeo aos participantes do Encontro Internacional da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), em 2021)
Um Papa que pedia pela Paz
A paz foi tema constante nas mensagens do Papa. Francisco sempre insistiu no diálogo como caminho para a resolução de conflitos, rejeitou a guerra como solução e pedia diariamente orações e ações concretas pela paz, especialmente em regiões em conflito como a Ucrânia, o Oriente Médio e várias partes da África.
Antes de sua morte, ocorrida na segunda-feira (21), o Papa pediu o fim do “ciclo de violência e retaliação” no Oriente Médio, em um artigo de opinião póstumo, publicado na revista The Parliament, no dia seguinte.
Com o título: “O derramamento de sangue na Palestina/Israel deve acabar”, o pontífice pediu paz em toda a Terra Santa, um lugar que, segundo ele, testemunhou “guerras atrozes, resultando em um rio de sangue que não cessa”.
Francisco, que há muito criticava a guerra de Israel em Gaza e, frequentemente, pedia um cessar-fogo. O Santo Padre descreveu a guerra como uma “ilusão”, que traz morte e destruição em vez de uma solução.
“Construir a paz exige coragem, muito mais do que a guerra”, escreveu ele, enfatizando a necessidade de força por meio da paz.
Em mais um trecho, o pontífice concluiu:
“A ambos os povos e à comunidade internacional, eu diria: Deus e as gerações futuras nos julgarão não por quantos inimigos derrotamos, mas por quantas vidas salvamos”
Atenção aos pobres
Durante seu pontificado, o papa colocou os pobres no centro da sua missão. Ele constantemente chamou a Igreja para ser “uma Igreja pobre para os pobres”. Com a sua partida, vários meios de comunicação o chamaram de ‘Papa dos Excluídos’. Ele criticou fortemente as desigualdades econômicas e o sistema que marginaliza os mais vulneráveis. Ele também convidou os cristãos a viverem com simplicidade e generosidade.
O Dia Mundial dos Pobres foi instituído pelo Papa Francisco em 2016, por ocasião do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. O objetivo da data é buscar chamar a atenção para a realidade da pobreza e convidar a Igreja e a sociedade a se envolverem em ações concretas de solidariedade e apoio aos mais necessitados.
“Estende a tua mão ao pobre.”
(Em sua mensagem para o Dia Mundial dos Pobres de 2020, o Papa enfatizou a ação concreta em favor dos necessitados)
O cuidado com a velhice
Francisco sempre abordou temas importantes para reflexão. Um destes temas é a velhice. Muitas vezes o Santo Padre destacou pensamentos profundos sobre a importância deste assunto em âmbito espiritual e social. Francisco sempre destacou que a velhice não deve ser vista como um período de declínio, mas como uma fase cheia de sabedoria, dignidade e potencial para o bem da sociedade.
Papa Francisco tratava o tema reforçando a velhice como dom de sabedoria, a importância do diálogo entre a gerações, destacando o período da velhice como preparação para a eternidade.
“Não devemos ter medo da velhice, não devemos temer abraçar o envelhecer, porque a vida é a vida, e adoçar a realidade significa trair a verdade das coisas.”
Papa Francisco, no prefácio do livro “Na espera de um novo começo. Reflexões sobre a velhice”, do cardeal italiano Angelo Scola.
Olhar especial aos Enfermos
Entre as grandes sensibilidades do Papa Francisco, podemos destacar aquela que ele teve pelos doentes, com ênfase nos mais abandonados. O Papa visitava hospitais, falava com frequência sobre a importância do cuidado humanizado e reforçava o papel da Igreja em estar ao lado dos que sofrem.
Um Papa tão comunicativo como Francisco utilizava das redes sociais para deixar suas mensagens de reflexão. Em fevereiro deste ano, ele utilizou o ‘X’ (antigo Twitter) para uma mensagem sobre os enfermos. O Santo Padre destacou que quem ajuda um doente é um “anjo de esperança”.
As palavras do Pontífice foram proferidas na véspera do 33º Dia Mundial do Enfermo, que foi celebrado no dia 11 de fevereiro. Para marcar a ocasião, uma mensagem pontifícia foi divulgada no final de janeiro, com foco no tema “A esperança não engana” (Rm 5,5) e fortalece-nos na tribulação, com uma clara referência ao tema do Jubileu.
“Não tenhais medo de dar passos definitivos na vida. Tende Confiança! O Senhor não vos deixar sozinhos.”
(Na mensagem para o Dia Mundial do Enfermo de 2022)
Um Santo Padre querido pelos Jovens
O Papa Francisco foi um Papa muito querido pelos Jovens. Assim que assumiu o pontificado, em 2013, sua primeira viagem, por exemplo, foi ao Brasil em razão da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Com este olhar especial à juventude, o Sínodo dos Jovens (2018) e a exortação apostólica Christus Vivit são exemplos claros da preocupação com os rumos deste público. O Santo Padre encorajou muito aos jovens a serem protagonistas, a sonharem e a não terem medo de questionar e transformar a sua realidade.
“Não tenhais medo de dar passos definitivos na vida. Tende Confiança! O Senhor não vos deixar sozinhos.”
:. Veja também: 10 momentos inesquecíveis do Papa Francisco
Fonte: Vatican News / CNN
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