Neste domingo (14), o Papa Francisco presidiu a Santa Missa por ocasião da Solenidade de Corpus Christi no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro. Cerca de 50 fiéis participaram da celebração.
A homilia do Pontífice foi inspirada no seguinte versículo extraído do Deuteronômio: "Recorda-te de todo esse caminho que o Senhor, teu Deus, te fez percorrer" (Dt 8, 2). As palavras do Papa, portanto, falam de memória: memória de quem somos e do que devemos fazer.
"Fazei isto em memória de mim"
Para Francisco, é essencial recordar o bem recebido, pois se o não conservamos na memória, tornamo-nos estranhos a nós mesmos, meros passantes pela existência. Pelo contrário, fazer memória é amarrar-se aos laços mais fortes, sentir-se parte de uma história transmitida de geração em geração.
"Nossa memória é frágil" - recordou o Papa - "por isso, Deus nos deixou um memorial. Não nos deixou apenas palavras, mas nos deu um alimento: a Eucaristia não é simples lembrança; é um fato: é a Páscoa do Senhor, que ressuscita para nós. 'Fazei isto em memória de Mim.'"
"A Eucaristia cura a nossa memória ferida e órfã. Introduz em nossa memória um amor maior: o Dele". Cura também aquilo que o Pontífice chamou de "nossa memória negativa", isto é, pensar de que não servimos para nada, que só cometemos erros.
Portadores de Deus
O Santo Padre também disse que os problemas cotidianos não desaparecem, mas o seu peso deixará de nos esmagar, porque, na profundidade de nós mesmos, temos Jesus que nos encoraja com o seu amor. “Aqui está a força da Eucaristia, que nos transforma em portadores de Deus. Justamente por isso, ao sair da missa, não podemos continuar a reclamar, a criticar e a nos lamentar, pois a alegria do Senhor muda a vida".
Segundo Francisco a Eucaristia cura a nossa memória fechada. Se no início somos medrosos e desconfiados, aos poucos nos tornamos cínicos e indiferentes, agindo com insensibilidade e arrogância.
Não desperdiçar a vida
Eis o convite a não desperdiçar a vida, correndo atrás de mil coisas inúteis, que criam dependências e deixam o vazio dentro. “A Eucaristia apaga em nós a fome de coisas e acende o desejo de servir. Somos as mãos de Deus para saciar o próximo e juntos devemos formar correntes de solidariedade: Agora é urgente cuidar de quem tem fome de alimento e dignidade, de quem não trabalha e tem dificuldade em seguir adiante. E fazê-lo de modo concreto, como concreto é o Pão que Jesus nos dá.”
Por fim, uma recomendação: “Queridos irmãos e irmãs, continuemos a celebrar o Memorial que cura a nossa memória: a Missa. É o tesouro que deve ocupar o primeiro lugar na Igreja e na vida. E, ao mesmo tempo, redescubramos a adoração, que continua em nós a ação da Missa”.
A cerimônia se concluiu com a exposição do Santíssimo Sacramento e a bênção eucarística concedida pelo Pontífice, assim como aconteceu durante as missas transmitidas via streaming ao mundo, diariamente, de 9 de março a 17 de maio. Nesse período, a Itália e outros países não podiam realizar as celebrações com a participação dos fiéis por causa da pandemia de Covid-19.
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Fonte: Vatican News
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