Neste domingo (29) solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, Patronos principais de Roma, e Dia do Papa, o Sucessor de Pedro o Papa Francisco presidiu a Santa Missa na Basílica Vaticana durante a qual entregou o pálio a 24 novos arcebispos provenientes de todo o mundo, entre eles dois brasileiros. Neste dia especial para toda a Igreja, Francisco pediu aos arcebispos a plena confiança no Senhor e a firme esperança em seu ministério.
Do Brasil receberam a insígnia exclusiva dos Arcebispos e do Patriarca de Jerusalém do rito latino, o arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler e o arcebispo de Pouso Alegre, Dom José Luiz Majella Delgado. O pálio é uma pequena estola, feita de lã branca de cordeiro, com seis cruzes e franjas pretas. Exprime o poder que o Arcebispo recebe na província eclesiástica. Liga-o mais estreitamente com a Igreja de Roma. Tem, por isso, um valor simbólico de comunhão eclesial.
No início da sua homilia o Papa Francisco expressou a sua alegria pela presença da Delegação enviada pelo Patriarca Ecumênico, “o venerado e amado irmão Bartolomeu, guiada pelo Metropolita Ioannis”. "Pedimos ao Senhor que possa, também esta visita, reforçar os nossos laços fraternos no caminho rumo à plena comunhão entre as duas Igrejas irmãs, por nós tão desejada".
"O testemunho do Apóstolo Pedro lembra-nos que o nosso verdadeiro refúgio é a confiança em Deus: esta afasta todo o medo e torna-nos livres de toda a escravidão e de qualquer tentação mundana".
Em seguida o Pontífice recordou que “nos primeiros tempos do serviço de Pedro, na comunidade cristã de Jerusalém havia grande apreensão por causa das perseguições de Herodes contra alguns membros da Igreja. Ordenou a morte de Tiago e agora, para agradar ao povo, a prisão do próprio Pedro. Ele guardado e acorrentado na prisão, quando ouve a voz do Anjo que lhe diz: 'Ergue-te depressa! (...) Põe o cinto e calça as sandálias. (...) Cobre-te com a capa e segue-me' (At 12, 7-8). Caiem-lhe as cadeias, e a porta da prisão abre-se sozinha. Pedro dá-se conta de que o Senhor o 'arrancou das mãos de Herodes'; dá-se conta de que Deus o libertou do medo e das cadeias. Sim, o Senhor liberta-nos de todo o medo e de todas as cadeias, para podermos ser verdadeiramente livres", disse. "Aqui está um problema que nos toca", disse Francisco dirigindo-se aos bispos: "o problema do medo e dos refúgios pastorais". "Nós, amados irmãos bispos, temos medo? De que é que temos medo? E, se o temos, que refúgios procuramos, na nossa vida pastoral, para nos pormos a seguro? Procuramos porventura o apoio daqueles que têm poder neste mundo? Ou deixamo-nos enganar pelo orgulho que procura compensações e agradecimentos, parecendo-nos estar seguros com isso? Onde pomos a nossa segurança?", indagou. "O testemunho do Apóstolo Pedro lembra-nos que o nosso verdadeiro refúgio é a confiança em Deus: esta afasta todo o medo e torna-nos livres de toda a escravidão e de qualquer tentação mundana", completou Francisco.
Sobre a entrega do pálio aos arcebispos e metropolitas, o Papa destacou que essa insígnia desafia-os a "verificar a confiança no Senhor".
"Pedro experimentou que a fidelidade de Deus é maior do que as nossas infidelidades, e mais forte do que as nossas negações. Dá-se conta de que a fidelidade do Senhor afasta os nossos medos e ultrapassa toda a imaginação humana. Hoje, Jesus faz a mesma pergunta também a nós: 'Tu me amas?'. E faz isso precisamente porque conhece os nossos medos e as nossas fadigas. E Pedro indica-nos o caminho: confiar n’Ele, que 'sabe tudo' de nós, confiando, não na nossa capacidade de Lhe ser fiel, mas na sua inabalável fidelidade. Jesus nunca nos abandona é fiel. A fidelidade que Deus, sem cessar, nos confirma também a nós, Pastores, independentemente dos nossos méritos, é a fonte de nossa confiança e da nossa paz", refletiu.
Ao final, Papa Francisco recomendou aos arcebispos a confiança plena no Senhor e a firme perseverança em seu ministério. "Hoje, o Senhor repete a mim, a vós e a todos os pastores: Segue-Me! Não percas tempo em questões ou conversas inúteis; não te detenhas nas coisas secundárias, mas fixa-te no essencial e segue-Me. Segue-Me, não obstante as dificuldades. Segue-me na pregação do Evangelho. Segue-Me no testemunho de uma vida que corresponda ao dom de graça do Batismo e da Ordenação. Segue-Me quando falas de Mim às pessoas com quem vives dia-a-dia, na fadiga do trabalho, do diálogo e da amizade. Segue-Me no anúncio do Evangelho a todos, especialmente aos últimos, para que a ninguém falte a Palavra de vida, que liberta de todo o medo e dá a confiança na fidelidade de Deus. Segue-Me", finalizou.
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