Na última quinta-feira (09), o Papa Leão XIV recebeu os participantes da 39ª Conferência da Associação MINDS International, rede global que reúne as principais agências de notícias do mundo, dedicada à inovação e ao desenvolvimento digital da comunicação.
Em sua fala, o Papa ressaltou a importância fundamental dos meios de comunicação “na formação das consciências e do pensamento crítico”, fazendo um apelo por discernimento e responsabilidade diante dos desafios impostos pela era digital.
Ele iniciou sua mensagem cumprimentando os presentes e refletindo sobre o paradoxo de vivermos em um tempo com abundância de recursos comunicacionais, mas também marcado por uma profunda crise de confiança e pela deterioração da qualidade da informação.
“Na era da comunicação, as agências de informação atravessam um período de crise e os próprios consumidores se encontram em crise, confundindo frequentemente o falso com o verdadeiro, o autêntico com o que é artificial”.
Ainda assim, incentivou os profissionais “em sua missão tão relevante”, valorizando as iniciativas de diálogo e reflexão coletiva que contribuem para o fortalecimento do setor.
Segundo o Papa, a informação deve ser vista como um bem público: “O que é verdadeiramente construtivo é a aliança entre cidadãos e jornalistas sob o signo do compromisso com a responsabilidade ética e civil”, destacando que a confiança entre o público e a imprensa gera “um círculo virtuoso que beneficia o corpo social”.
O Santo Padre também lembrou o exemplo corajoso de jornalistas que colocam a própria vida em risco para levar a verdade ao mundo.
“A informação é um bem público que todos devemos proteger. [...] Todos os dias há repórteres que se arriscam pessoalmente para que as pessoas possam saber como as coisas realmente são. E, em tempos como os nossos, de conflitos violentos e disseminados, são muitos os que caem em campo: vítimas da guerra e da ideologia da guerra, que pretende impedir os jornalistas de estar presentes. Não devemos esquecê-los! Se hoje sabemos o que aconteceu em Gaza, na Ucrânia e em tantas outras terras ensanguentadas por bombas, devemos isso, em grande parte, a eles.”
Ao relembrar seu primeiro encontro com jornalistas, logo após o Conclave, quando pediu a libertação dos que são perseguidos e presos injustamente por tentarem contar a verdade, o Papa reforçou esse apelo:
“Ser jornalista nunca pode ser considerado um crime, mas sim um direito a ser protegido”.
Leão XIV destacou a importância de proteger a comunicação contra a manipulação digital, reforçando a mensagem do Papa Francisco: “Precisamos de empresários corajosos, de engenheiros informáticos corajosos, para que a beleza da comunicação não seja corrompida”.
O Pontífice ainda alertou sobre a “poluição cognitiva” e o uso do clickbait, pedindo que as agências equilibrem sustentabilidade financeira com “o direito a uma informação correta e plural”.
O Papa elogiou o trabalho das agências de notícias, especialmente em momentos de crise, afirmando: “O serviço de vocês é precioso e deve ser um antídoto contra a proliferação da chamada ‘informação-lixo’; portanto, exige competência, coragem e senso ético”.
Sobre a inteligência artificial, o Papa alertou para os riscos de confundir verdade e ficção:
“Os algoritmos geram conteúdos e dados em uma dimensão e com uma velocidade jamais vistas. Mas quem os governa? A inteligência artificial está mudando a forma como nos informamos e comunicamos, mas quem a dirige, e com quais objetivos? Devemos estar atentos para que a tecnologia não substitua o ser humano, e para que a informação e os algoritmos que hoje a regem não fiquem nas mãos de poucos.”
Ao encerrar, defendeu uma imprensa “livre, rigorosa e objetiva”, citando Hannah Arendt: “O súdito ideal do regime totalitário não é o nazista convicto nem o comunista convicto, mas a pessoa para quem já não há diferença entre realidade e ficção”.
E concluiu com um apelo: “Peço-lhes: nunca vendam a preço vil a sua autoridade moral! Que o Espírito de Deus, que é verdade e força, os sustente e os acompanhe sempre”.
Fonte: Vatican News
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