Santuário Nacional

Agradecimento é o combustível de romaria que vem pelo 5º ano ao Santuário

Caçapavenses peregrinam até a Casa da Mãe em grupo de amigos e familiares

Escrito por Isabela Araujo

13 SET 2022 - 08H57 (Atualizada em 22 SET 2022 - 14H19)

Arquivo pessoal/ Rielle Batista

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Há seis anos, Sandra Regina resolveu dar voz e coragem a uma vontade que vinha de anos atrás: ir a pé até o Santuário Nacional. Moradora de Caçapava (SP), Sandra levava essa vontade desde que sua mãe, já falecida há 20 anos, foi a pé duas vezes junto de seus familiares e não deixou que ela fosse ir por conta de um problema em sua coluna.

Anos depois, por meio de um convite feito por uma amiga, Sandra resolveu ser guiada por sua fé. Sem contar para ninguém, aceitou o convite, mesmo sem preparo físico, com um propósito muito relevante: sua saúde.

“Eu ia fazer uma ressonância, eu tenho uma enxaqueca crônica desde os 6 anos de idade [...] eu já fiz vários exames, o meu medo é muito grande, porque minha mãe faleceu de aneurisma. [...] Eu fui para que se eu tivesse alguma coisa, para que Nossa Senhora me curasse, porque eu tinha muito medo.

Então eu fui o caminho inteiro rezando, eu quase não cheguei. Quando chegou no posto Arco-íris eu fui movida mesmo por uma estrela, uma fé que eu não sabia nem que eu tinha, porque eu rezava o tempo todo para eu conseguir chegar, porque eu tinha o propósito de chegar lá na Santa e entregar esse meu medo e que corresse tudo bem com meu exame. E eu consegui, eu cheguei lá.”, relembra Sandra sobre sua primeira romaria.

Arquivo pessoal/ Sandra Regina
Arquivo pessoal/ Sandra Regina
Sandra Regina em sua primeira romaria

Foi a partir da história da Sandra que um novo grupo de romeiros foi criado em seu trabalho. Ao ouvirem sua história e seu propósito, mais pessoas foram inspiradas, de forma que não só suas colegas de trabalho, como os familiares delas, se juntaram nesse momento de oração e devoção.

Para Rielle Batista, amiga e colega de trabalho de Sandra, sua história a motivou e o que a guiou para iniciar a peregrinação foi o propósito de agradecimento por tudo o que tem em sua vida.

“Ela (Sandra) foi com o propósito dela e isso despertou na gente, no nosso grupo, no meio de amigos nossos também. A gente tem tanta benção, tanta graça na nossa vida, vamos separar um tempinho, um momento de dedicação para tudo isso que a gente tem de bom na vida, aí a gente começou”, conta Rielle sobre como deu início no grupo de romeiros, que são motivados pela gratidão a Nossa Senhora.

Atualmente, são cerca de 30 romeiros caçapavenses, entre amigos e familiares, que juntos vem ao Santuário Nacional há 5 anos, contando com a romaria de 2022, que já é uma certeza para eles. Sandra, por conta de um problema no joelho, não poderá ir neste ano, mas não deixa a missão de visitar a Mãe, só que desta vez, como apoio.

Esses anos de experiência foram um aproximador entre todos que estão envolvidos, pois as peregrinas contam que é um momento em que todos se ajudam, se apoiam, partilham e vivem esse momento de fé e emoção juntos.

Arquivo pessoal/ Rielle Batista
Arquivo pessoal/ Rielle Batista
Rielle junto de seu filho Ryan, ao chegarem no Santuário Nacional


O tempo de cada um é sempre respeitado, uns fazem em mais tempo, outros em menos, mas isso não impacta o resultado final: o respeito entre eles e a fé que os move. Independente dos fatores externos: chuva, sol extremo, frio, nada disso faz com que eles desistam de iniciar a romaria.

Rielle explica que é um momento revelador, de superação e solidariedade. Pessoas no apoio, são grandes pontos de ajuda nessa longa caminhada e a colaboração entre os romeiros também são grandes fontes de amor.

“A solidariedade de todo mundo é muito gostosa, você vê que o amor ao próximo existe, você vê que coração bom existe, a gente vê que essas coisas ruins que acontecem ainda tem salvação. Tem muito coração bom para ajudar, tem muito coração bom para encher esse mundão que a gente está vivendo”, compartilha a romeira.

Arquivo pessoal/ Rielle Batista
Arquivo pessoal/ Rielle Batista
Grupo de romeiros de Caçapava (SP), reunidos para descanso em meio a trajetória


Sem fé, não há o que mova. O caminho é difícil, o cansaço é persistente, e a dor clama pela parada. Quem caminha por fé à Nossa Senhora Aparecida , pode até não chegar à Sua Casa, pois o corpo tem suas limitações, mas tem a certeza de que é guiado pelas mãos da Mãe e de que no próximo ano estará lá novamente.

Tem coisa que não dá para explicar, a fé em si que a gente tem ali, a vontade, o que toca nosso coração de querer ir. É só quem é tocado para querer ir, quem não vai, não consegue assimilar, porque não está no coração deles”, finaliza Rielle.

Arquivo pessoal/ Sandra Regina
Arquivo pessoal/ Sandra Regina
Grupo de romeiros de Caçapava (SP)


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