A eleição do 1º Reitor-Mor da Congregação Redentorista

Onze anos após a fundação do Instituto em Scala, no ano de 1732, Santo Afonso já tinha reunido ao redor de si na Congregação alguns sacerdotes seculares, com a finalidade de trabalhar pela salvação das almas e se formar para a vida religiosa.

Nos primeiros tempos do novo instituto, a maioria dos seus membros eram sacerdotes oriundos do clero diocesano. Por esta razão, a maioria, mesmo com poucos meses na Congregação, por já possuírem uma suficiente formação humana e teológica, eram encaminhados ao ano de noviciado e profissão religiosa. Somente mais tarde, com a chegada de jovens aspirantes, é que a congregação foi organizando o seu sistema de formação inicial.

Em sua humildade, Santo Afonso não permitiu que o título de fundador prevalecesse, desejando fazer com que o reitor definitivo fosse escolhido para que em cujas mãos ele e seus seguidores pronunciassem os votos religiosos. Para isso, fez acontecer o Primeiro Capítulo Geral da Congregação, de uma lista de 26, nos quase 300 anos de história, em maio de 1743.

Este primeiro Capítulo foi realizado em Ciorani, sendo composto por cinco membros que haviam feito voto de perseverança em 21 de julho de 1742, a saber: Santo Afonso, César Sportelli, Mazzini, Rossi e Villani, aos quais se juntaram Paolo Cafaro e Benigno Giordano, recentemente agregados ao Instituto.

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Santo Afonso e os primeiros membros do Instituto Redentorista

No Capítulo, Afonso de Ligório foi eleito Reitor-Mor, o primeiro do instituto, permanecendo na função por 44 anos, pois mesmo quando foi eleito bispo de Santa Ágata dos Godos manteve o título de Reitor-Mór emérito.

Após a eleição, os membros do Instituto fizeram sua profissão religiosa; o Reitor-Mor fez seus votos nas mãos do Capítulo e depois recebeu, como Reitor-Mor, a profissão dos demais padres e irmãos.

O instituto se organiza e se fortalece

No Capítulo Geral realizado em Ciorani, os membros do instituto se comprometeram, fazendo não apenas os três votos ordinários de pobreza, castidade e obediência, mas também a ir a toda a parte, mesmo para os países “infiéis” onde o Reitor-Mor ou o Sumo Pontífice os enviassem em missão.

Eles também acrescentaram um quinto voto, de não aceitar nem a dignidade eclesiástica de bispo ou qualquer outra honraria, nem os ofícios, nem os benefícios eclesiásticos, pelo menos na medida em que não fossem forçados a fazê-lo pela vontade formal do Papa ou do Superior Reitor-Mór.

O instituto, que ainda mantinha o nome de Santíssimo Salvador e seria mais tarde trocado quando de sua aprovação, a partir deste dia tornou-se uma organização religiosa ainda não aprovada pela Igreja, mas capaz de o ser quando tivesse assumido uma consistência e desenvolvimento suficientes para merecer esta honra.

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Visão Geral da cidade de Ciorani

Na seguinte sessão do capítulo, os seus membros trataram sobre as regras e constituições, que depois seriam enviadas para aprovação, cuja redação já estava bem adiantada. A imitação de Jesus Cristo, através das doze virtudes mensais, orientou a redação dos vários artigos da regra como sua base e estrutura.

Mas, a partir dos primeiros esboços, foi necessário retirar do texto todos os elementos relativos aos votos, ofícios, missões e governo da congregação e, em particular, de cada casa, por não fazerem parte dos elementos obrigatórios de uma constituição, devendo constar em outro documento.

Nos dez anos que se seguiram, Afonso de Ligório não deixaria de se dedicar a este exigente trabalho, sob a direção e com a ajuda do bispo Dom Tomás Falcoia.

O Capítulo também decidiu que através das prescrições já em vigor, das notas deixadas por Tomás Falcoia e das ordenanças prescritas nas diferentes sessões, se trabalhasse para formar sobre a base existente um corpo de leis plenamente organizado.

Mais tarde, Santo Afonso apresentaria este ingente trabalho conjunto após a aprovação do Papa e do Capítulo Geral.

Desta forma, a Congregação ganhava vida, se estruturava para a missão e se organizava como corpo institucional. Outros reitores seguiriam os passos de Santo Afonso na coordenação da congregação, até serem substituídos pela figura dos Superiores Gerais, que deixariam de ser vitalícios, sendo eleitos a cada Capítulo Geral.

Hoje, um superior geral é eleito para um período de seis anos, podendo ser reeleito por outro igual período. Muitos capítulos também seriam realizados, primeiro sem um prazo definido, acontecendo hoje a cada seis anos com o objetivo de analisar o estado geral da congregação, elegendo também o seu superior.

Revitalizada e em processo de reconfiguração desta forma, a Congregação caminha para a celebração dos 300 anos de sua fundação.

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Fonte: Instituto Histórico Redentorista