No dia 09 de novembro de 1732 nasce uma nova Congregação na Igreja. Nas suas origens a mudança de vida de Afonso de Ligório, a frustração com a Justiça dos homens, muita oração, a busca por um novo caminho, a dedicação nos Hospitais dos Incuráveis, a estafa, o descanso, os pobres cabreiros, a sensibilidade misericordiosa e o sopro do Espírito que provoca o zeloso sacerdote para algo mais ousado.
Vista da cidade de Scala, na Itália
Depois de muita oração e discernimento ele intui a sua obra. O historiador redentorista Rey-Mermet nos remete às nossas origens com um belo texto: “‘Redentoristas’. Os seis missionários que na manhã de 9 de novembro se agrupam ao redor do altar em que preside Falcoia não têm ainda ideia de que esse será seu nome: Afonso de Ligório, João Mazzini, Pedro Romano, João B. de Donato, Vicente Mannarini e Silvestre Tosquez. Após longa meditação, eles sete (Falcoia) cantam a missa do Espírito Santo e o Te Deum do reconhecimento, não na catedral de Scala – que poderiam fazer naquela grande nave com capacidade para duas mil pessoas? – Mas, no humilde oratório da hospedaria. Naquele dia nasceu a Congregação dos Padres do Santíssimo Salvador, cujo nome Roma mudará em breve para o de Santíssimo Redentor.
Foi esse um dia de grande festa para Scala: clero, nobreza e povo. Eis, finalmente, entre eles aquele Afonso que tinham querido reter consigo havia dois anos; e com ele, missionários a sua imagem. Em todo caso, de sua escola”.[1]
"O que diria Afonso a nós, seus filhos, hoje? Certamente nos diria para andarmos avante e aproveitarmos toda nossa inteligência e recursos que temos para gastarmos os dias em favor da redenção e para proclamarmos implícita e explicitamente o Evangelho".
As origens da Congregação estão calcadas na força da Eucaristia, na escuta profunda dos sinais de Deus na História, por meio da meditação e da oração, e na simplicidade: a pobreza dos cabreiros e o “humilde oratório da hospedaria”. Estes elementos nos fazem pensar em nossas raízes fundacionais, não mais como tesouros de um passado remoto que pode desaparecer por causa da dialética histórica, mas na busca do essencial do Evangelho e da inspiração carismática que são sempre novos. O que diria Afonso a nós, seus filhos, hoje? Certamente nos diria para andarmos avante e aproveitarmos toda nossa inteligência e recursos que temos para gastarmos os dias em favor da redenção e para proclamarmos implícita e explicitamente o Evangelho e para não perdermos tempo em fazer o bem e libertar as pessoas dos seus jugos existenciais e pessoais.
Como se nota, Afonso quando intui a Congregação ele não a faz sozinho. “Ele rezou profundamente e se cercou de pessoas de Deus que o confrontaram e o provocaram fazendo vir à luz toda esta obra. Na obra de Afonso tem o sopro do Espírito, a delicadeza dos dedos de Deus, a inocência e a simplicidade dos cabreiros, a sensibilidade de Maria Celeste Crostarosa e a fidelidade do Irmão Vitor Curzio que permaneceu com ele e não deixou a comunidade e a obra morrerem! Daí em diante, o Espírito fez surgir Geraldo, Clemente, Neumann, Donders, Stangassinger, Sarnelli, Seelos, os nossos mártires e tantos outros confrades, sacerdotes e irmãos, que são santos no cotidiano”.[2]
São 283 anos de fundação! Ao longo desse percurso a Congregação atravessou muitas dificuldades, divisões internas e permanece viva. Certamente essa vivacidade provém da força de Deus Pai Criador que a cada dia a recria, da redenção do Filho que a liberta e do sopro do Espírito que a envia a todos os povos. Neste dia tão importante e festivo, recordemos daqueles que nos precederam e agradeçamos por suas vidas doadas, rezemos pelos que a levam avante para que nunca percam o frescor do Evangelho e a inspiração do carisma e peçamos ao Senhor da Messe para que envie muitos operários para a messe e que ela nunca se acabe.
Fraternalmente,
Boleto
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