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Era domingo, 17 de outubro de 1717, quando ocorreu a pesca milagrosa

Escrito por Ir. José Mauro Maciel, C.Ss.R.

06 OUT 2017 - 18H10 (Atualizada em 06 OUT 2021 - 10H57)

Giulianno Bimestre

Os dias que antecederam a pesca milagrosa da imagem de Nossa Senhora Aparecida são repletos de significado.

Desde a viagem do Conde de Assumar até chegar à Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá e ali receber todas as honrarias, inclusive um banquete com peixes frescos, e do milagre que ali aconteceu. O encontro da imagem é também a história de uma Mãe que veio em socorro do povo brasileiro. 

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Encenação recorda momento do encontro da imagem no Rio Paraíba do Sul


O governador das Minas e São Paulo, Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos (1688-1756), estava em viagem. Saiu em 24 de julho de 1717 do Rio de Janeiro, por terra, sendo a cavalo, a pé e até carregado por escravos negros, e também por mar até Cubatão (SP), quando subiu a Serra do Mar e chegou a São Paulo em 1º de setembro.

Ali tomou posse no dia 04 de setembro e permaneceu durante 26 dias, onde encaminhou seus comandos de governança. Dias depois, ele seguiu viagem (27 de setembro), quase sempre carregado por índios, numa cadeira “em forma de andor”, passando pelas Aldeias da Escada e Umboassica, e nas povoações de Mogi das Cruzes, Jacareí, Caçapava, Taubaté e Pindamonhangaba. Isso ocorreu entre os dias 13 e 16 de outubro daquele ano.

No dia 16, pernoitou próximo da atual Roseira (SP) e, no dia seguinte, após a missa dominical e café da manhã, seguiu para Guaratinguetá (SP).

Rezam as crônicas: "Em Guaratinguetá, o Conde permaneceu de 17 a 30 de outubro, onde foi recebido com toda pompa e circunstâncias possíveis, incluindo suculentos banquetes que os habitantes lhe proporcionaram, não podendo faltar os saborosos pescados do Rio Paraíba do Sul. A Câmara Municipal convocou os mais experientes pescadores para lançar as redes, pois era necessária boa quantidade de peixes".

Era domingo, 17 de outubro de 1717.

Muitos pescadores tentaram a noite toda e não pescaram nenhum peixe. Eles estavam tensos por correr o risco de faltar com a Intimação da Câmara de Vereança. Mas, no raiar daquele dia, os pescadores João Alves, Domingos Garcia e Felipe Pedroso, no Porto Itaguaçu, retiram das águas do Rio Paraíba do Sul, em rede de arrasto, uma imagenzinha de barro da Imaculada Conceição, quebrada. Logo em seguida, noutro lugar, retiraram a cabeça da mesma imagem.

Após este reconhecimento, a imagem de Nossa Senhora foi enrolada decentemente em panos e colocada na canoa. Depois do “encontro” da imagem, a pescaria foi grande e ficaram admirados com tantos peixes.

Na Freguesia de Guaratinguetá (SP) havia muita violência. Os pobres eram excluídos, principalmente os índios e negros, e seus descendentes.

A população era constituída, na sua maioria, por mulheres. Havia muita miséria e corrupção. A justiça quase sempre era comprada pelos ricos. Os pobres ficavam à mercê da sorte. A alimentação básica era constituída de frutos e almeirões silvestres, alguns peixinhos, caças e formigas içás. Boa parte dos homens estava nas Minas, em busca das iludidas riquezas.

Foi neste cenário sociocultural que Nossa Senhora deixou se encontrar e veio em socorro do povo brasileiro. Ela é Nossa Mãe, Rainha e Padroeira!

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