Nas comemorações do tricentenário (1717-2017) do encontro da venerável imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida; faço aqui memória, de seus diversos títulos eclesiásticos e civis concedidos em reconhecimento.
Dentre os mais diversos deve especial destaque o de Generalíssima do Exército Brasileiro; por tratar-se de um título completamente civil e único na história do país, outorgado em 15 de agosto de 1967, cujo jubileu de ouro (50 anos) comemoramos. Junto a este título unem-se outros dois, o de Rainha do Brasil, conferido em 1904 e o de Padroeira da nação brasileira, em 1931.
Em 30 de junho de 1980, o então Presidente João Figueiredo, sancionou a Lei Nº 6.802, na qual ficava “declarado feriado nacional o dia 12 de outubro, para culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil”.
Em sua etimologia – Generalíssimo – trata-se de uma das mais altas patentes militares, de caráter exclusivo masculino. O termo, que é um superlativo da palavra General, é utilizado para descrever Generais, cujos cargos foram além do normalmente permitido pelas patentes militares.
Em 17 de abril de 1965, uma comissão de militares de Belo Horizonte (MG), encaminhou ao Reitor do Santuário de Aparecida o pedido de peregrinação nacional da imagem, em decorrência das comemorações dos 250 anos de seu encontro, a iniciar pela capital mineira Belo Horizonte. O pedido fora levado à Aparecida (SP), em pergaminho, pelo Comandante da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, o documento trazia os seguintes dizeres:
“O Povo Mineiro, interpretando o desejo de todo o Povo Brasileiro, vem, pela comissão abaixo relacionada, respeitosamente. Pedir a Vossa Eminência Reverendíssima e ao D.D. Conselho Administrativo da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, que se dignem conceder licença para que a Imagem de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, seja levada em triunfante peregrinação às Capitais de todos os Estados do Brasil, sendo em Brasília aclamada Generalíssima das Gloriosas Forças Armadas Brasileiras”. Segue-se a assinatura do então Presidente da República: Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.
O pedido de peregrinação acabou não sendo atendido, o título de Generalíssima do Exército foi protelado e, assim, coube posteriormente ao então Presidente da República: Marechal Arthur da Costa e Silva outorgar, em 1967, o título, ato que aconteceu na capital espiritual do Brasil: Aparecida, durante as comemorações dos 250 anos do encontro da imagem, na ocasião em que foi solenemente entregue pelo legado pontifício, o Cardeal Amleto Cicognani, a Rosa de Ouro – alta condecoração pontifícia exclusiva a mulheres – oferecida pelo Papa Paulo VI em 15 de agosto de 1967.
Passando assim a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, ter o reconhecimento civil conferida pela patente mais alta do Exército Brasileiro, sendo-lhe prestadas às devidas honras militares.
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